J. M. Coetzee

“O ano do dilúvio”, de Margaret Atwood
Literatura
“O ano do dilúvio”, de Margaret Atwood
19 de maio de 2024 at 19:12 0
Sou fã de trilogias. Amei as trilogias autobiográfica e sobre "Jesus", de J.M. Coetzee, a de Gershom Scholem sobre o "messias" Sabatai Tzvi, o que já foi publicado da trilogia de Chuck Palahniuk que faz paralelo com a Divina Comédia de Dante (e que parece que ele não vai completar mesmo). Mesmo "A trilogia da liberdade", de Jean Paul Sartre, que começou espetacularmente e terminou de maneira ilegível, li até o final. Só não consegui terminar mesmo a trilogia "Teu rosto amanhã", de Javier Marías, que parei no primeiro volume (e olha que acho "Coração tão branco", do mesmo autor, um dos melhores livros que já li). Conforme comentei aqui, gostei muito do primeiro volume da trilogia MaddAddão, de Margaret Atwood, chamado "Oryx e Crake". O livro conta "a história de um futuro em que ocorre uma grande catástrofe depois que cientistas começam a fazer modificações genéticas em grande escala nos animais e nos seres humanos, e o único sobrevivente do homem conforme conhecemos (há também alguns seres humanoides, criados por manipulação genética) em uma grande região litorânea é um homem que agora tem o apelido de 'Homem das Neves'”. No segundo volume, "O ano do dilúvio" (Rocco, 470 páginas, tradução de Márcia Frazão, publicado originalmente em 2009), o ambiente pós-apocalíptico é o mesmo - o que restou da Humanidade vive nos escombros depois do chamado "Dilúvio Seco" (a catástrofe ambiental supracitada). Alguns personagens que tinham aparecido em "Oryx e Crake" voltam neste "O ano do dilúvio", mas os mais importantes deles - as garotas Ren e Toby - surgem pela primeira vez aqui. Esta segunda parte da trilogia MaddAddão é em quase tudo inferior à primeira. As personagens principais não têm grandes atrativos em termos narrativos, a história às vezes é arrastada, mas o pior de tudo é a seita do jardineiros, cujo líder - um tal de Adão Um - brinda os leitores a todo o tempo com discursos ecológicos ingênuos, dignos de uma Greta Thunberg. A questão que fica para mim é: vou ler o terceiro volume da série, chamado de "MaddAddão" (também o nome da trilogia)? Provavelmente.
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Livros lidos recentemente
Literatura
Livros lidos recentemente
8 de outubro de 2023 at 17:45 0
O primeiro livro comentado neste texto é “Cloro”, de Alexandre Vidal Porto (Companhia das Letras, 127 páginas). Diplomata, o autor escreveu a história, com fortes tintas autobiográficas (segundo o próprio Vidal Porto), de um advogado bem-sucedido que resolve dar uma chance para seu homossexualismo latente desde a infância. O romance que, como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, se inicia com o narrador revelando que já está morto, conta uma história forte e é muito bem escrito. Já “A morte de Jesus (Trilogia de Jesus Livro 3)”, de J.M.Coetzee (Companhia das Letras, 216 páginas, tradução de José Rubens Siqueira) é o final de uma trilogia; eu já tinha feito comentários sobre os dois primeiros livros aqui, mais ou menos nessa linha: “não dá para entender o que o grande J.M. Coetzee (Prêmio Nobel de 2003) quis dizer com esta história (...). David tem alguma coisa a ver com Jesus Cristo? O que exatamente ele tentou mostrar com a ilha distópica do romance, onde as pessoas se esquecem do seu passado? Por que David (...) é tão irritante?” Acho que agora consegui entender o objetivo do autor, e para explicar isso pego emprestado as palavras de Camila von Holdefer em sua ótima crítica sobre a trilogia na Folha de São Paulo: “o que Coetzee sugere é que o leitor se deixe levar, se conseguir superar a própria racionalidade já solidificada, pelo menino”. Outro livro de J.M. Coetzee recentemente lido é “À espera dos bárbaros” (Companhia das Letras, 181 páginas, tradução de José Rubens Siqueira), no qual um magistrado de um império vive numa cidade fronteiriça sempre sob a ameaça do ataque de bárbaros – nem o magistrado, nem o império, nem os bárbaros são nomeados. No início do romance o personagem principal, que também é o narrador em primeira pessoa, mostra todo o seu preconceito contra os bárbaros, mas logo se percebe que ele é mais piedoso que o exército imperial, e as consequência de sua postura são violentas. “À espera dos bárbaros” é espetacular, e discute profundamente muitos assuntos fundamentais: a opressão, a violência, o desconhecimento – e a obliteração – do próximo, nem sempre visto como “próximo”. Finalmente, três livros sobre cosmologia e ciência: “Nosso universo: A história do cosmo e seus mistérios”, de Jo Dunkley (Todavia, 322 páginas, tradução de Alexandre Bruno Tinelli), “A ilha do conhecimento: Os limites da ciência e a busca por sentido” (Record, 364 páginas) e “Criação imperfeita: Cosmo, vida e o código oculto da natureza”, ambos de Marcelo Gleiser (Record, 434 páginas). A cosmologia atual mostra que o Universo é muito louco – para dizer o mínimo -, e muitos dos seus aspectos (como a matéria escura e a energia escura) estão muito além da capacidade de compreensão da ciência atual. No primeiro dos seus dois livros citados, Marcelo Gleiser defende a tese que não se vai conseguir colocar toda a física numa explicação única – simplesmente porque esta explicação pode não pode existir. Na mesma linha, o segundo livro mostra vários dos aspectos da ciência – não só da cosmologia – simplesmente ainda sem explicação. Já a obra de Jo Dunkley é bem menos sombria, e descreve o estado atual da cosmologia num estado de aparente deslumbramento.
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Literatura
“Kim”, de Rudyard Kipling, e outras leituras
13 de junho de 2020 at 10:48 0
Kristen Roupenian - The New Yorker

“Kim”, de Rudyard Kipling (Companhia Editora Nacional, tradução de Monteiro Lobato, 299 páginas, publicado originalmente em 1901): considerada a obra-prima do inglês Kipling, Nobel de Literatura de 1907, “Kim” conta a história da personagem-título, um garoto órfão morando na Índia, filho de um soldado inglês e de uma irlandesa que morreram na miséria. De esperteza e inteligência incomuns, o garoto tem contato com um enorme número de pessoas, passando por inúmeras aventuras. O estilo de Kipling é um pouco truncado – a história passa de um acontecimento a outro de forma frequentemente brusca –, mas “Kim”, pela descrição vívida que faz da vida na Índia, merece toda a fama que tem.

“Kurt Cobain and Nirvana - Updated Edition: The Complete Illustrated History”, diversos autores (Voyageur Press, 208 páginas, publicado originalmente em 2013): ricamente e ilustrado, o livro se concentra mais na história da banda de Kurt Cobain do que no seu vocalista e guitarrista, e tem detalhes muito interessantes – como textos em separado sobre cada álbum do Nirvana e pequenos comentários sobre cada um dos cinquenta discos preferidos do compositor de “In Bloom”. Um prato cheio para fãs e um livro tão bonito que pode perfeitamente servir de enfeite na sala.  

“Essa gente”, de Chico Buarque (Companhia das Letras, 200 páginas, publicado originalmente em 2009): Manuel Duarte é um escritor que fez muito sucesso em seu livro de estreia, mas que está com a carreira estagnada e, pior que isso, numa crise criativa. Com idas e vindas, “Essa gente” tem trechos muito engraçados e outros de uma amargura sutil – principalmente quando fala da virada à direita que o país deu nos últimos anos. Por sorte, como grande escritor que é, em “Essa gente” Chico Buarque fugiu totalmente da literatura puramente política e escreveu (mais) uma pequena obra-prima.

“A vida escolar de Jesus”, de J.M.Coetzee (Companhia das Letras, tradução de José Rubens Siqueira, 227 páginas, publicado originalmente em 2013): já escrevi aqui sobre “A Infância de Jesus”, primeira parte deste livro: “não dá para entender o que o grande J.M. Coetzee (Prêmio Nobel de 2003) quis dizer com esta história (...). David tem alguma coisa a ver com Jesus Cristo? O que exatamente ele tentou mostrar com a ilha distópica do romance, onde as pessoas se esquecem do seu passado? Por que David e Inés são tão irritantes?” Continuo sem entender o que J.M.Coetzee quer com esta história – nesta continuação, David vai para uma aula de dança ao invés de estudar como as outras crianças -, mas, pelo menos, quando comecei “A vida escolar de Jesus” eu já estava esperando ler um livro muito estranho.

“Cat person e outras histórias”, de Kristen Roupenian (Companhia das Letras, tradução de Ana Guadalupe, 251 páginas, publicado originalmente em 2019): publicado na revista New Yorker em 2017, o conto que dá nome a esta coletânea – que conta a história de uma moça que faz sexo sem vontade com um homem mais velho com quem estava flertando - fez furor no mundo inteiro (procure por “Cat person” na internet para saber do que estou falando). Os doze contos do livro são extremamente bem escritos e prendem a atenção do leitor – mas a autora frequentemente exagera nas tintas sombrias.

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Literatura
“Verão”, de J.M.Coetzee
1 de dezembro de 2019 at 21:29 0
Foto: Vortex Cultural

J.M.Coetzee é um escritor é sul-africano de origem afrincânder, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2003. A pronúncia correta é algo parecido com côtzêe

“Verão” (Companhia das Letras, 276 páginas), um dos melhores livros que já li, é a terceira obra de sua trilogia autobiográfica e tem uma estrutura pra lá de original: nela, o escritor “John Coetzee” já está morto, e um jornalista entrevista algumas pessoas próximas a ele – quatro mulheres e um homem – para conseguir material para uma biografia do escritor. “Verão” é composto basicamente por essas entrevistas.

Os entrevistados têm opiniões nada lisonjeiras sobre Coetzee: ele é chamado por termos como “mosca morta”, “distante”, “esquisito”, com “ideias estranhas”. A tentação de me comparar com ele é meio grande, já que alguns desses qualificativos pouco agradáveis podem se aplicar perfeitamente a mim – quem me conhece, ou me conhece pouco, sabe disso. Mais do que isso, Coetzee é um escritor com formação em exatas – ele é formado em matemática, enquanto eu sou engenheiro – e, também como eu, entende de programação de computadores.

De todo modo, este jeito distante de "John Coetzee" esconde um grande observador da alma humana. Uma das personagens de “Verão”, a brasileira Adriana, ficou com um ódio profundo de Coetzee por ele ter se apaixonado por ela sem que ela quisesse nada com ele. Mesmo assim ela serve de modelo - e modelo altamente positivo ainda por cima! - de uma personagem num livro que ele escreveria mais tarde. Para Coetzee, a observação aguda e imparcial foi muito mais importante do que a raiva que a brasileira Adriana sentia por ele.

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História, Literatura
A relação entre a História (e a Sociologia) e a Literatura em três romances
27 de janeiro de 2019 at 21:01 0
o grande J.M.Coetzee - fonte: The Nation

Eu não lembro bem onde li que era possível aprender mais sobre a história do Segundo Império (1852-1870) com os romances de Honoré de Balzac (1799-1850) do que com livros de História. De fato, a relação entre a História (e a Sociologia) com a Literatura é um tema bastante rico, e é claro que aqueles voltados ao estudo das duas primeiras ciências humanas tendem a destacar, em algum romance, mais os seus aspectos históricos e sociológicos, enquanto que outros – entre os quais me incluo – estão mais interessados na sua relevância propriamente literária.

Lembrei bastante desses aspectos em três romances que li recentemente: “Nix” (2016), do americano Nathan Hill (Intrínseca, 672 páginas), “Oryx e Crake" (2003), da canadense Margaret Atwood (Rocco, 344 págs.) e “A Infância de Jesus” (2013), do sul-africano J.M. Coetzee (Companhia das Letras, 304 págs. – eu li na versão em espanhol, da Literatura Random House).

“Nix” conta a história de Samuel Anderson, um professor de literatura inglesa de cerca de 30 anos de idade que dá aulas numa universidade na região de Chicago, nos Estados Unidos, e que está viciado em um jogo on-line de computador chamado “World of Elfscape”. Sua mãe, Faye, que o tinha abandonado quando este era criança, aparece nos noticiários depois de jogar pedras num candidato ultraconservador, com riscos de cegá-lo. É quando – por motivos um tanto escusos – o filho vai procurar a mãe, depois de anos sem saber notícias dela. Este é o mote principal do longo romance de Nathan Hill, que tem um grande número de outros personagens e que passa por diversas fases da história americana – concentrando-se de maneira especial nas manifestações contra a Guerra do Vietnã em Chicago, em 1968, e no movimento “Occupy Wall Street”, de 2011. A vontade de marcar tanto a obra em termos históricos (com o objetivo de fazer “O Grande Romance Americano”?) e as idas e vindas da narrativa no tempo e no espaço irritam um pouco, mas os personagens criados por Hill são bem construídos e o livro prende a atenção em todas as suas muitas páginas.

Os personagens criados na distopia “Oryx e Crake” são ainda melhores que os de “Nix”: o livro de Margaret Atwood conta a história de um futuro em que ocorre uma grande catástrofe depois que cientistas começam a fazer modificações genéticas em grande escala nos animais e nos seres humanos, e o único sobrevivente do homem conforme conhecemos (há também alguns seres humanoides, criados por manipulação genética) em uma grande região litorânea é um homem que agora tem o apelido de “Homem das Neves”. A ligação com a Sociologia e a História no caso de “Oryx e Crake” é, conforme comentou Bernardo Carvalho na Folha de São Paulo em 3 de abril de 2004, está em que “o discurso de Atwood representa uma preocupação que está no ar hoje (entre ecologistas e ambientalistas sobretudo). É um discurso com mensagens um tanto óbvias, embora não menos pertinentes, que fala de um desdobramento possível: as experiências dos homens com a natureza podem sair do controle e acabar destruindo os próprios homens e o mundo em que vivem.” Conforme complementa Bernardo Carvalho, este é “o ponto mais fraco” do livro, “como se o texto não passasse de um meio para a transmissão das ideias da autora”. A literatura é muito mais que simples transmissão de ideias e, por sorte, “Oryx e Crake” é tão criativo, delirante e bem escrito que o romance é, sim, grande literatura – independentemente das ideias que defende.

Finalmente, “A Infância de Jesus” também uma espécie de distopia, na qual os personagens vão morar numa ilha onde perdem as lembranças de tudo o que ocorreu em sua vida antes da chegada por lá. No local todos vivem em paz e harmonia o tempo todo, ninguém quer ganhar mais do que o mínimo necessário para uma sobrevivência digna, e o sexo tem importância secundária. O recém-chegado Simón é um dos únicos que acham esta “vida nova” muito chata - e tem grandes dificuldades para se adaptar a ela. Ele também leva um garoto, chamado David, para tentar encontrar a sua mãe: Simón não lembra quem ela é, mas acha que vai encontrá-la – e a encontra (ou acha que encontra) em Inés, uma mulher solteira e rica, que, depois de uma estranheza inicial, acaba adotando o garoto. David, que tinha um bom comportamento enquanto vivia com Simón, passa a ter todos os sintomas de alguém muito mimado: mesmo sem saber ler nem fazer contas, não quer aprender porque acha que “já sabe”. Não se adapta na escola, tem dificuldades de concentração, e Inés apoia o garoto em tudo.

E, bem, não dá para entender o que o grande J.M. Coetzee (Prêmio Nobel de 2003) quis dizer com esta história, que continua em “A vida escolar de Jesus”, que ainda não li. David tem alguma coisa a ver com Jesus Cristo? O que exatamente ele tentou mostrar com a ilha distópica do romance, onde as pessoas se esquecem do seu passado? Por que David e Inés são tão irritantes? (E por que, algum engraçadinho poderia perguntar, este livro está sendo comentado aqui?)

“A infância de Jesus” – muito bem escrito, como sempre em se tratando de J.M. Coetzee – é um dos livros mais estranhos que já li.

Vejamos se na sua continuação a coisa passa a fazer algum sentido.

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“Juventude”, de J.M.Coetzee; “Primeiro amor”, de Ivan Turguêniev
Literatura
“Juventude”, de J.M.Coetzee; “Primeiro amor”, de Ivan Turguêniev
25 de janeiro de 2016 at 21:30 0
Dois romances curtos que li recentemente tratam de um dos assuntos mais caros à literatura, os anos de juventude. (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 7
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 7
1 de novembro de 2015 at 01:22 0
Começamos pelo melhor: Summertime, do Prêmio Nobel de 2003 J.M. Coetzee (Viking - a edição brasileira se chama Verão, e foi publicada pela Companhia das Letras) é o terceiro volume das "memórias" do autor, e trata de vida de Coetzee na África do Sul, no início dos anos setenta. O livro composto por uma série de entrevistas, feitas por um jovem jornalista, com pessoas que conheceram Coetzee, inclusive uma brasileira pela qual Coetzee esteve apaixonado.  Uma das muitas coisas inusitadas em Summertime é que, no livro, Coetzee já está morto, o que na realidade não aconteceu - o grande escritor está vivinho da silva. Outro exemplo é que, no início dos aos setenta, o autor estava casado e com filhos, enquanto que em Summertime ele é celibatário e vive com o pai. A partir desta premissa falsa, torna-se claro que Coetzee, propositadamente, escreveu uma obra que é um híbrido de ficção e realidade - e o leitor fica sem saber onde começa uma e termina outra. Summertime mostra um Coetzee estranho, solitário e calado. Uma das mulheres entrevistadas diz que ele passa a sensação de ser "de madeira", de tão frio que é; em outro trecho é dito que ele é o tipo de pessoa que "não causa nenhuma impressão dos outros"; a brasilera, por quem Coetzee sofre uma paixão avassaladora e patética, se irrita profundamente com ele; e a única relação do autor que parece mal resolvida é com sua prima de primeiro grau, que parece ainda ter mais do que uma queda por ele. Em Summertime, os depoimentos não chegam a se contradizer, mas frequentemente temos a sensação de ver o autor muito de longe, como se fosse impossivel chegar no "Coetzee real". É esta sensação geral de mistério e esquisitice que faz com que Summertime possa ser considerada, sem exagero, uma obra-prima. (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 6
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 6
30 de outubro de 2015 at 01:11 0
Restif de la Bretonne (1734-1806) era um escritor francês que viveu numa época extremamente conturbada na França, e é representante do "Segundo Iluminismo" (fim do século XVIII). Sua obra, extremamente vasta, e frequentemente autobiográfica, fez com que ele fosse apelidado de "Rousseau da sarjeta". Este apelido engloba sua preocupação social e seu gosto pelo sexo e pela pornografia. (mais…)
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