Bones

Os melhores discos de todos os tempos – Um texto com título pomposo e irreal para qualquer pessoa que não seja eu mesmo
Música
Os melhores discos de todos os tempos – Um texto com título pomposo e irreal para qualquer pessoa que não seja eu mesmo
18 de maio de 2025 at 14:04 0
Gosto muito de listas, e acabei fazendo mais uma. O título é pomposo e completamente irreal para qualquer pessoa que não seja eu mesmo: “Os dez melhores discos de todos os tempos”. Como escolher só dez entre todas as coisas que eu gosto seria uma tarefa difícil demais até para mim – que costumo não ligar muito para as coisas que ficam fora de listas – meio que me obriguei a estabelecer certas regras para diminuir a quantidade de candidatos. Não poderiam entrar coletâneas, fossem oficiais ou do Spotify – o que já diminui bastante o universo pesquisado, pois coisas que eu amo, como Nirvana, Ashley All Day, Mgła, The Brian Jonestown Massacre, Elliott Smith, Elvis Presley ou XXXTentacion, que quase que só conheço por coletâneas do Spotify, cairiam fora de cara. Não poderia ser música clássica, estilo que eu quase só escuto em álbuns, e que merece uma lista à parte. Teriam de ser discos que estou sempre revisitando e que me fazem pensar, antes de escutar: "hoje é dia de ouvir AQUELE álbum". Não são tantos álbuns assim, acabou sendo mais ou menos fácil fazer a lista. Ela segue, por ordem de lembrança. Os links são de textos que já escrevi sobre os artistas e/ou discos em questão.
  1. "Dopethrone", de Electric Wizard (2000): só quem já ouviu como cresce a segunda faixa do álbum, “Funeralopolis”, nos primeiros minutos, consegue ter ideia do que estou falando. Esta banda de stoner/doom britânica é uma espécie de Black Sabbath da fase Ozzy Osbourne mais pesada, mais lenta, e – desculpem – melhor.
  2. "Useless"Bones (2016): quando de seu lançamento, terminei meu texto sobre esta obra-prima do rapper americano com a seguinte frase bombástica: "O melhor disco de todos os tempos? Provavelmente." Fico me perguntando se exagerei naquele texto de 2016. Acho que não.
  3. "Low in High School", de Morrissey (2017): são tantas as obras-primas deste disco que fico até meio sem graça de falar a respeito: “My Love, I'd Do Anything for You”“Home Is a Question Mark”“Spent the Day in Bed”“In Your Lap”“When You Open Your Legs”.
  4. "Advaitic Songs", de Om (2012): quando a moça começa a cantar uma espécie de mantra na faixa inicial do disco desta banda americana de stoner rock, “Addis”, eu e a Valéria sabemos que a coisa vai ser séria.
  5. "100th Window", de Massive Attack (2003): eu me sinto viajando quando escuto esta obra-prima da banda de trip hop de Bristol, no Reino Unido. Não me conformo que a crítica da época – pelo menos a que eu tive acesso - achou que "100th Window" era muito pior que o anterior, "Mezzanine" (tá bom, este é uma obra-prima também).
  6. "Fold Your Hands Child, You Walk Like a Peasant", de Belle and Sebastian (2000): parece que vou para outra dimensão quando escuto o disco inteiro, especialmente “Waiting for the Moon to Rise”, em que Sarah Martin canta que parece um anjo. Também foi meio mal-recebido na época por aqui.
  7. "Welcome to the Sky Valley", de Kyuss (2000): até hoje não me conformo de nunca ter escrito uma linha sobre este grupo americano de stoner rock que estou sempre ouvindo, e que originou outras fantásticas bandas, como Queens of the Stone Age, Hermano e Fu Manchu. Quando estou meio chateado, é só colocar “Supa Scoopa and Mighty Scoop” e o incômodo desaparece na hora.
  8. "The Velvet Underground & Nico" (1967): eita: “Sunday Morning”“I'm Waiting For The Man”“Venus in Furs”“Run Run Run”“Heroin”“I'll Be Your Mirror”“European Son”: tem vanguarda, tem doçura, tem melodia, tem coisa estranha, e tem um talento infinito.
  9. "In Washington D.C. 1956 Volume Four", de Lester Young (1956): único disco de jazz da lista, sobre o qual já falei aqui. Já nos primeiros acordes sou transportado para meu quarto de solteiro, na casa dos meus pais – uma rara recaída de saudosismo. Mas o disco sobrevive – e bem – sem isso.
  10. "Starboy", de The Weeknd (2016): quando começa aquela batida louca criada pelo Daft Punk em "Starboy", eu, a Valeria e a Teresa sabemos que a coisa vai ser séria. E tem Reminder. Precisa mais? Nem precisaria, mas tem: “Party Monster”“Six Feet Under”“Nothing Without You”“Ordinary Life”“I Feel It Coming” (também com Daft Punk).
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XXXTentacion – mais uma das minhas manias musicais recentes
Música
XXXTentacion – mais uma das minhas manias musicais recentes
2 de março de 2025 at 15:27 0
Alguns anos atrás, eu estava numa fase de ouvir muito rap alternativo (Bones, $uicedeboy$, Ashley All Day), e achei natural procurar na época que outros artistas faziam um som parecido, e gostei de muita coisa. Bhad Bhabie, que fez sucesso na internet brigando com a mãe num programa popularesco, tinha raps poderosos como Gucci Flip Flops (pelo que eu lembro, admirada até por gente da velha guarda como Snoop Dogg) e “Get Like Me", com o também ótimo NLE Choppa. Lil Pump tinha “Gucci Gang”, com uma linda base melancólica, e a pesada “ESSKEETIT”. Juice WRLD lançou a belíssima “Lucid Dreams”, e Lil Xan, o meu preferido da turma, alertou sobre os perigos da droga Xanax (que, aliás, batiza seu próprio nome artístico) na emocionante “Betrayed”, e fez com Diplo um rap hipnótico chamado “Color Blind”. De Lil Peep eu não gostei de muita coisa, achei tudo meio meloso, mas “Spotlight”, com Marshmello, é sensacional. Não sei se foi em 2020 ou 2021 que ouvi um podcast com André Barcinski no qual se comentou sobre o documentário “American Rapstar”, que estava sendo lançado num festival online (era tempo de pandemia, afinal). Resolvi assisti-lo, e percebi que conhecia razoavelmente a maioria dos artistas citados nele. Segundo o site da BBC, o documentário de 2020, dirigido por Justin Staple, “descreve o crescimento de rappers do SoundCloud, jovens artistas que se conectam diretamente com os fãs através da internet e das mídias sociais, estrelado por Lil Peep, XXXTentacion, Smokepurpp, Bhad Bhabie, Lil Xan e Lil Pump”. O painel que “American Rapstar” pintava era assustador. Lil Peep tinha falecido por overdose – esperada até por sua mãe, pelo que eu lembro - em 2017 e XXXTentacion tinha sido assassinado em 2018. Eu acho que o documentário também citava a emocionante “Legends”, de 2018, em que Juice WRLD se queixava de que a nova geração não tinha mais a “maldição dos 27 anos” (que existe devido a vários rockstars que faleceram nesta idade, como Jim Morrison, Jimi Hendrix e Janis Joplin), mas que os seus grandes nomes não passavam dos 21: Lil Peep morreu nesta idade, XXXTentacion com 20. O mais macabro em “Legends” é que o próprio autor da música, Juice WRLD, faleceu de overdose aos 21 anos. “American Rapstar” ainda mostrava um Lil Pump aparentemente drogado o tempo todo, Lil Xan lutando com as drogas, em fases sóbrias e com recaídas (ele declarou recentemente que já está sóbrio há três anos, e realmente sua expressão atual é outra), e Smokepurpp como o grande precursor do chamado, na época, “Soundcloud rap” – que hoje todo o mundo chama de trap mesmo. Bhad Bhabie era a mais inesperada personagem do documentário: falava mal de outros rappers, que perdiam o controle no uso de drogas, e reclamava dos “fãs idiotas” que queriam imitar os novos rappers, fazendo tatuagens no rosto, e que depois não conseguiam emprego por causa da aparência. De todo modo, o rapper que teve os maiores elogios por parte dos demais era XXXTentacion (o “XXX” se pronuncia como a sigla X.X.X. em inglês, e o “Tentacion” se pronuncia como “tentación” em espanhol). Nascido em 23 de janeiro de 1998 com o nome de Jahseh Dwayne Ricardo Onfroy, o rapper teve uma vida cercada de violência e polêmicas. Segundo a Wikipédia em inglês, XXXTentacion, “era geralmente considerado uma figura controversa dentro da indústria do hip-hop devido a brigas públicas com outros artistas, questões legais e escândalos gerais nas redes sociais. A Spin rotulou Onfroy como ‘o homem mais controverso do rap’ e a XXL o desscreveu como o ‘rapper iniciante mais controverso de todos os tempos’". Ele estava no auge quando foi assassinado num assalto (três dos quatro perpetradores pegaram prisão perpétua sem direito a condicional): seu álbum recém-lançado na época, chamado simplesmente “?”, tinha atingido o número um da Billboard 200, e XXXTentacion tinha assinado um contrato com a Empire por dez milhões de dólares por um novo álbum. Mesmo não negando sua vida violenta, o documentário “American Rapstar” mostrou como seus discursos nos shows só transmitiam mensagens positivas – e emocionantes – para seu público. Uma figura controversa, no mínimo. Quanto a mim, nunca tinha gostado muito das músicas do XXXTentacion, provavelmente porque elas não pareciam com as dos rappers citados aqui. Até que comecei a ouvir, uns dois meses atrás, a coletânea do Spotify “This is XXXTentacion”, fiquei absolutamente maravilhado e não paro de ouvi-la. Sua interpretação é profunda, dolorida, emocionante, e as melodias e batidas grudam na cabeça. E, realmente, ele era um rapper diferente: também segundo a Wikipédia em inglês, “a música de XXXTentacion explorou uma grande variedade de gêneros, incluindo emo, trap, lo-fi, indie rock, punk rock, nu metal, e hip hop. (...) Ao falar de suas influências, ele disse: ‘eu realmente gosto de coisas multigênero que não são baseadas apenas no rap em si. Sou mais inspirado por artistas de outros gêneros além do rap.’” Era essa multiplicidade de estilos que me afastou, na época, da música de XXXTentacion, e é ela que me aproxima dele, provavelmente, hoje em dia. Afinal, recentemente contei aqui que tive fases viciado em Elvis Presley, que dispensa apresentações, na banda indie The Brian Jonestown Massacre, no álbum de música clássica “Johann Sebastian Bach”, com o pianista islandês Víkingur Ólafsson, e na banda de black metal polonesa Mgła. Não é que eu seja eclético: eu amo e odeio músicas em muitos estilos. (Quem estiver interessado em receber meus textos semanalmente, clique aqui e cadastre seu e-mail. Imagem que acompanha o texto obtida no site da revista The New Yorker.)
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Bones: “SoftwareUpdate2.0”
Música
Bones: “SoftwareUpdate2.0”
2 de fevereiro de 2025 at 17:05 0
Já nos primeiros acordes de “TwentyThirteen” percebemos que, dezenas de álbuns depois de seu início em 2010 ainda como Th@ Kid, Bones continua relevante. A faixa, que começa imodesta e absolutamente verdadeira (“tenho estado na estrada desde 2013 / eles têm me chamado de o Melhor de Todos os Tempos (G.O.A.T.) desde 2013”) gruda na cabeça como só as melhores do rapper, e não se pode dizer que, necessariamente, seja a melhor do álbum “SoftwareUpdate2.0”, lançada no meio de dezembro último (“SoftwareUpdate1.0” tinha sido lançado em 2016, com o destaque “SleepMode”). O álbum ainda não tem nenhum clipe, mas é possível que seja lançado algum nos próximos meses: o terceiro vídeo do ótimo disco anterior, “CADAVER” (de outubro de 2024), chamado “MPEG-4”, foi lançado já em 2025 - depois de “SoftwareUpdate2.0”, portanto. “AccesDenied” é uma faixa típica de Bones, que continua fazendo faixas parecidas e sempre interessantes. “ElmoAndTheAmazingTechnicolorDreamcoat” é uma de suas lindas baladas, na qual ele se queixa de não pode fazer a chuva parar. “CCTV” é hipnotizante, e “CPU” cria um clima perfeito para uma letra que comenta que “você não pode cair se estiver no modo SESH” (entre outros significados, “sesh” pode ser uma sessão fazendo alguma atividade agradável, e é um termo que é uma espécie de marca de Bones e sua turma). “DropTopFilledWithRain” é daquelas músicas em que o rapper mostra seu lado afetivo, não só nos vocais e na melodia, como também na letra: “pensando em você, só espero que não mude comigo / não duvidaria, se você colocasse a culpa em mim”. “ColdConversationsOnBurnerPhones” tem uma levada vaporwave, na qual ele diz que rappers estão sempre caindo, mas “SESH nunca vai desconectar”. Sorte nossa. (se você quiser receber meus textos semanalmente, clique aqui e cadastre seu e-mail)
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Quem é vivo sempre aparece: 1. Hüsker Dü
Música
Quem é vivo sempre aparece: 1. Hüsker Dü
3 de março de 2024 at 15:35 0
Vendo aqui a relação das coisas que tenho ouvido ultimamente, além dos preferidos de sempre da casa (a pianista Hélène Grimaud, Bones, Elvis Presley, Arctic Monkeys, Bach), percebi que boa parte são músicas que eu já tinha deixado de lado há anos, às vezes décadas, e sobre as quais nunca comentei aqui. Pensei então em criar uma nova série no site sobre estes sons retomados depois de muito tempo, nos moldes daquela sobre os livros que minha mãe amava. Só que o título da série não vinha nunca. “Das profundezas da memória”? “Inéditos no site”? “Deixados de lado, mas nunca esquecidos”? Todos eles me pareceram meio pedantes, meio autoindulgentes. “Quem é vivo sempre aparece”, por outro lado, apesar de ser falso em muitos casos (Lester Young, por exemplo, o próximo da lista, já é falecido), é engraçadinho, com o tipo de humor infame que me agrada sobremaneira. O primeiro da lista desta nova série, a banda americana Hüsker Dü, é um dos mais difíceis de comentar, por um motivo que logo conto. A banda existiu entre 1979 e 1987 e era do estado americano do Minnesota. Segundo o AllMusic, o grupo foi um “trio punk influente de Minneapolis que conciliava habilmente a introspecção barulhenta de Bob Mold com o romantismo pop mordaz de Grant Hart”. Como muita coisa nos anos 1980, comprei os dois álbuns da banda lançados por aqui (“Candy Apple Grey” e “Warehouse: Songs and Stories”, duplo) por influência da revista Bizz, e várias coisas me chamaram a atenção neles. Praticamente todas as músicas eram assinadas e interpretadas ou pelo baterista Grant Hart (falecido em 2017) ou pelo guitarrista Bob Mould - já o baixista Greg Norton, que postava um bigode completamente fora de moda para a época, nem compunha nem cantava. As capas eram lindas e coloridas (é só ver a imagem que acompanha este texto, de “Warehouse: Songs and Stories”, obtida no site da Amazon), e mesmo a foto da banda no encarte, com colunas e flores, era bem diferente do visual do rock da época. Mas o que sempre mais me marcou na banda, e que torna este texto meio difícil de escrever, era sua irregularidade - pelo menos para meus ouvidos: ou as músicas eram absolutamente irritantes, gritadas e apenas barulhentas, ou conseguiam fazer uma síntese maravilhosa entre belíssimas melodias e um punk/hardcore pesado. Ouvindo a banda hoje, infelizmente as músicas irritantes continuam irritantes. A categoria de músicas perfeitas, por outro lado - da qual fazem parte, por exemplo, “Eiffel Tower High” ou “Ice Cold Ice” - me emocionava nos anos 1980, e me emociona igualmente em 2024.  
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O mais emocionante
Música
O mais emocionante
21 de janeiro de 2023 at 19:38 0
Eu não sei como explicar direito, mas acho que isso deve acontecer meio com todo o mundo: umas músicas batem diferente das outras. Sei lá, é como se elas tocassem um nervo que as outras não tocam. Normalmente os músicos, ou compositores, ou cantores, ou bandas, que têm músicas que “batem” aqui comigo estão no meu álbum “músicas” do Facebook. Sempre que vou colocar uma foto lá fico me perguntando se aquele músico compôs (ou interpretou) coisas que realmente tocaram aquele “nervo” metafórico. É engraçado isso: gosto de muita coisa dos Beatles, mas só umas quatro canções da banda realmente me tocam (e por causa delas a banda está no meu álbum). Oasis é outro grupo que gosto muito, mas acho que só “bate” mesmo – e olhe lá - a versão deles de “I Am The Walrus”, dos Beatles (e por isso a banda não está no álbum). E isso vale para todos os estilos que escuto: no meu álbum “músicas” têm compositores barrocos pouco conhecidos como Girolamo Frescobaldi (1583-1683) e Monsieur de Sainte-Colombe (1640-1700), mas nenhum russo (Tchaikovski, Mussorgski, Rachmaninoff, Prokofiev, credo). E tem gente lá por causa de umas três músicas, como o rapper americano Chamillionaire, e tem outros que eu tenho até tatuagens de tanto que curto (Arctic Monkeys, Stone Roses). E tem aqueles que sempre acho que poderiam constar do álbum “músicas”, como Eminem e Caetano Veloso, mas sempre acabo adiando a sua entrada. Enfim, quem dos músicos no meu álbum mais toca naquele “nervo” metafórico? Quem, dentro do espectro da música, mais – desculpem a expressão – me emociona? Pergunta difícil. Tenho umas dez camisetas do Nirvana. Tenho tatuagens em homenagem a The Weeknd e Ariana Grande. Morrissey e Bones ocuparam, em diferentes épocas da minha vida, durante uns dez anos no total, uns 90% do tempo em que eu ouvia música. O melhor show a que já assisti foi o da banda de metal belga Amenra. Fui um dos 0,2% top ouvintes do Radiohead no YouTube Music em 2022. Skip James e Mississippi Fred McDowell são dois bluesmen que fizeram músicas lindas demais. Mas acabei me surpreendendo com a minha conclusão: o cara que mais me emociona – desculpem de novo a breguice - na música é um cantor e compositor americano que se matou com duas facadas no coração em 2003, o Elliott Smith. Fã do supracitado Beatles, ainda por cima, e cujas músicas se parecem com as do Fab Four de vez em quando. Mas, quando escuto o que ele compôs e gravou, “bate” quase sempre. Mas eu nem devia me surpreender tanto com minha conclusão: afinal, alguns anos atrás eu escrevi sobre Elliott Smith um dos piores textos que já fiz na vida, para o Mondo Bacana: desculpem, eu estava emocionado demais.
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Músicas preferidas por artista ou banda
Música
Músicas preferidas por artista ou banda
3 de julho de 2022 at 18:28 0
Além de gostar de fazer listas, acho bacana saber qual a minha música preferida de determinado artista (seja cantor e/ou compositor) ou banda. Comecei a pensar no assunto e logo percebi que a lista de preferidas por artista seria grande, e resolvi escrevê-la. Quando o assunto é música clássica, não achei que faria sentido colocar uma peça inteira, como uma cantata ou sonata, mas sim um movimento dela, como um movimento ou um lied: achei que assim o conceito de uma “música preferida” seria mais coerente. Tem uma exceção, o Concerto para Violão de Heitor Villa-Lobos, que sempre ouvi inteiro. Também apareceriam artistas que quase não ouço, além de preferidos da casa. Não importaria, eu iria curtir todas as músicas da lista. Enquanto pensava no assunto, percebi, com alguma estranheza, que em poucos casos fiquei com dúvidas – lembro, por exemplo, de não saber qual de duas eu preferia de artistas ou bandas como The Smiths, Arctic Monkeys, Massive Attack ou Bhad Bhabie. Mas, em geral, foram casos isolados - e não colocarei a música alternativa aqui, porque a lista já está grande demais. Dei uma reconferida naquelas que eu não ouvia há muitos anos, para saber se elas ainda “batiam”, e só estão aqui as que “bateram” mesmo – quase todas. Em alguns casos um artista aparece mais de uma vez, mas a segunda aparição é sempre em participação (ver Ariana Grande e Cashmere Cat, por exemplo). Outras vezes (posso citar Bryan Ferry e Roxy Music), um mesmo artista aparece na sua banda e na sua carreira solo. Alguns dos músicos listados eu não gosto, mas aparecem aqui quando algum raro som me agrada: caso de  Queen e Red Hot Chilli Peppers, por exemplo. Segue, finalmente, a relação das minhas músicas preferidas de artistas ou bandas, sem nenhuma ordem de gênero ou preferência: a única ordem que respeitei é a da memória, ou seja, o que apareceu antes na minha cabeça apareceu antes na lista.
  • Massive Attack: Small Time Shot Away
  • João Gilberto: Manhã de Carnaval
  • The Beatles: Blackbird
  • Rolling Stones: Paint It Black
  • Johann Sebastian Bach: ária “Ach, mein Sinn”, da Paixão Segundo João, BWV 245
  • Bhad Bhabie: Gucci Flip Flops (feat Lil Yachty)
  • Lil Xan: Betrayed
  • João Gilberto: Manhã de Carnaval
  • Jorge Ben: Menina mulher da pele preta
  • Tom Jobim: Chansong
  • Marisa Monte: Balança Pema
  • Morrissey: Boxers
  • Arctic Monkeys: Tranquility Base Hotel & Casino
  • Selena Gomez: Back to You
  • Ariana Grande: 7 rings
  • Dua Lipa: Levitating
  • Prince: Darling Nikki
  • The Weeknd: Reminder
  • Justin Bieber: Company
  • Elvis Presley: Little Sister
  • Sam Cooke: Bring It on Home to Me
  • Mahalia Jackson: How I got over
  • Frank Sinatra: I've Got the World on a String
  • Billie Holiday: Strange Fruit
  • John Coltrane: Moment's Notice
  • Robert Schumann: I. Nicht schnell, de Three Romances for Oboe and Piano, Op. 94
  • Johannes Brahms: V. Mädchenlied "Auf die Nacht in der Spinnstub'n", de Fünf Lieder, Op. 107
  • João Mineiro e Marciano: Seu Amor Ainda É Tudo
  • The Doors: Riders on The Storm
  • Jimi Hendrix: All Along the Watchtower
  • Pink Floyd: Echoes
  • Led Zeppelin: In the Light
  • Black Sabbath: Behind the Wall of Sleep
  • Electric Wizard: Funeralopolis
  • François Couperin: II.Soeur Monique / Tendrement Sans lenteur - 18e ordre, 3e livre
  • Henry Purcell: Suite No.2 in G minor Z661
  • Ashley All Day: Hiyah
  • Giuseppe Tartini: terceiro movimento (grave), do Cello Concerto in D major GT 1.D34
  • Domenico Scarlatti: sonata K.20 in E major
  • Beastie Boys: Sure Shot
  • Velvet Underground: Venus in Furs
  • Roberto Carlos: O Divã
  • Lou Reed: Sword of Damocles
  • Bones: CtrlAltDelete
  • ZillaKami x SosMula: 33rd Blakk Glass
  • Demi Lovato: Stone Cold
  • $uicideboy$: Magazine
  • 6ix9ine: GUMMO
  • Neurosis: No River to Take Me Home
  • Amenra: A Solitary Reign
  • Velvet Cacoon: Genevieve
  • Burzum: Dunkelheit
  • Drudkh: Самітність (Solitude)
  • Charles Aznavour: Comme Ils Disent
  • Xasthur: Telepathic with the Deceased
  • Deathspell Omega: Second Prayer
  • GZA: 4th Chamber Feat. Ghostface Killah, Killah Priest & Rza
  • Wu-Tang Clan: Cash Still Rules / Scary Hours (Still Don't Nothing Move but The Money)
  • Cardi B: Bodak Yellow
  • DJ Khaled: Popstar ft. Drake
  • Drake: Nonstop
  • 21 Savage & Metro Boomin: X ft Future
  • Franz Schubert: Am Flusse I, D. 160: Verfließet, vielgeliebte Lieder
  • Skip James: Washington D.C. Hospital Center Blues
  • Lightnin Hopkins: Trouble in Mind
  • Sonny Boy Williamson II: Keep It to Your Self
  • Stevie Ray Vaughan & Double Trouble: Pride and Joy
  • B. B. King: The Thrill Is Gone
  • John Lee Hooker Official: Hard Times Blues
  • Mississippi Fred McDowell: Goin Down to the River
  • Muddy Waters: Got My Mojo Workin'
  • Sonic Youth: Kool Thing
  • Nirvana: Negative Creep
  • Radiohead: Fake Plastic Trees
  • Stone Roses: I Wanna Be Adored
  • The Cure: Killing an Arab
  • New Order: Paradise
  • Echo & The Bunnymen: Turquoise Days
  • The Smiths: Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
  • The Jesus and Mary Chain: Never Understand
  • Ike & Tina Turner: Nutbush City Limits
  • The Shangri-Las: Past, Present and Future
  • Ramones: Blitzkrieg Bop
  • NOFX: Stickin' in My Eye
  • Husker Du: Could You Be the One
  • Sublime: Santeria
  • Korn: Falling Away from Me
  • Slipknot: Duality
  • System Of A Down: Chop Suey!
  • blink-182: All the Small Things
  • nothing,nowhere. : bedhead
  • Limp Bizkit: Nookie
  • Nick Drake: Day is Done
  • Elliott Smith: Between the Bars
  • Frédéric Chopin: Ballade No. 4 in F minor, Op. 52
  • Éric Satie: 3 Gymnopédies No. 1: Lent et douloureux
  • Egberto Gismonti: Dança das Cabeças, lado A
  • Villa-Lobos: Concerto para Violão
  • Chet Baker: Time After Time
  • David Bowie: Life on Mars?
  • Roxy Music: Oh Yeah
  • T. Rex: Mystic Lady
  • Bryan Ferry: The Right Stuff
  • Selena Gomez, Marshmello: Wolves
  • DJ Snake: Let Me Love You ft. Justin Bieber
  • Major Lazer & DJ Snake: Lean On (feat. MØ)
  • Dave Brubeck: Take Five
  • Cashmere Cat: Quit ft. Ariana Grande
  • Clean Bandit: Rockabye (feat. Sean Paul & Anne-Marie)
  • Anne-Marie: Alarm
  • Ellie Goulding: Love Me Like You Do
  • Diplo: Color Blind (feat. Lil Xan)
  • Miles Davis: 'Round Midnight
  • Louis Armstrong & Jack Teagarden: Rockin Chair
  • Thelonious Monk: Little Rootie Tootie
  • Charlie Parker: Hot house
  • Dre: Still D.R.E. ft. Snoop Dogg
  • Snoop Doggy Dogg: Tha Shiznit
  • Fetty Wap: 679 feat. Remy Boyz
  • Eminem: Without Me
  • Kreayshawn: Go Hard (La.La.La)
  • Rick Ross: Hustlin'
  • Chico Buarque: Samba de Orly
  • Milton Nascimento: Ponta de Areia
  • Rita Lee: Ovelha Negra
  • Caetano Veloso: Terra
  • Gal Costa: Coração Vagabundo
  • Maria Bethânia: Três Apitos
  • Evaldo Braga: Tudo Fizeram Pra Me Derrotar
  • Agnaldo Timóteo: A Casa do Sol Nascente (The House of the Rising Sun)
  • Robert Johnson: Me and the Devil Blues
  • Luiz Gonzaga: Respeita Januário
  • Tim Maia: Azul da Cor do Mar
  • Gilberto Gil: Pai e Mãe
  • The Sex Pistols: Anarchy In The U.K
  • The Stooges: I Wanna Be Your Dog
  • Lil Darkie: Methhead Freestyle (Ft. Spider Gang & Friends)
  • Olivier Messiaen: VI. Jardin du Sommeil d’amour, Très modéré, très tendre, da Sinfonia Turangalila
  • Gustav Mahler: Das Lied von der Erde (Der Abschied)
  • Ludwig van Beethoven: II. Adagio un poco mosso, do Concerto n.5 para Piano e Orquestra, op. 73
  • Mozart: Piano Sonata No. 5 in G, K.283 - 1. Allegro
  • Georg Friedrich Händel: Suite in D Minor, HWV 428: IV. Air & 5 variations
  • Queen: Another One Bites the Dust
  • Kyuss: Supa Scoopa And Mighty Scoop
  • Queens Of The Stone Age: Go With The Flow
  • Girolamo Frescobaldi: Toccata Settima
  • Red Hot Chili Peppers: Californication
  • Ministry: Jesus Built My Hotrod
  • Behemoth: Christians to The Lions
  • Wiegedood: Ontzieling
  • Darkthrone: Transilvanian Hunger
  • Immortal: Sons of Northern Darkness
  • Oasis: Champagne Supernova
  • Blur: Song 2
(foto que acompanha o texto: Bones com camiseta do Darkthrone, obtida na página oficial do Bones no Facebook)
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The highlights, The Weeknd
Música
The highlights, The Weeknd
22 de maio de 2022 at 16:44 0
Eu gosto de comprar CDs. Acho bacana como uma lembrança, ou coisa assim, dos artistas que admiro.  Para mim, que tenho seis gatos em casa, os CDs têm uma vantagem sobre os LPs: não são uma tentação para os felinos brincarem com um prato girando com uma agulha em cima. Além disso, os antigos discos de vinil também ocupam muito espaço: me desfiz de todos os que eu tinha há mais de quinze anos e nunca me arrependi. E ainda há mais uma vantagem dos CDs sobre os LPs, sob meu ponto de vista: é possível conseguir lançamentos de disquinhos prateados por um preço razoável, ao contrário do que acontece com os vinis. Sim, gosto de CDs mas não de gastar muito dinheiro com isso: como não costumo comprar discos usados, acabo conseguindo por preços módicos lançamentos nacionais de artistas populares como Elvis Presley, The Weeknd, Ariana Grande e Selena Gomez, mas não de outros artistas que também gosto, como Amenra, Wiegedood, Radiohead ou Massive Attack. Isso sem contar Bones e $uicideboy$, né, que não lançam CDs. Morrissey é um caso especial: comprei “Low in high school”, o penúltimo que ele lançou, mas não o mais recente “Dog in a chain”, que não teve versão nacional. E foi numa dessas que acabei comprando “The highlights”, do Weeknd. Coisa de maníaco mesmo: as melhores músicas de um artista que não só eu conheço bem, como tenho em CDs toda a sua obra recente. Mas ficou legal no Instagram, e é a foto que acompanha este texto. Até que comecei a ouvir, e acabei ficando mais e mais surpreso: todos os clássicos dele juntos me deram a impressão de estar ouvindo algo raro, um verdadeiro álbum atemporal. A voz, as melodias, os arranjos… é um equivalente musical de um volume de obras essenciais de algum grande escritor na coleção Penguin-Companhia. E olha que o CD nem tem minha música preferida do Weeknd, “Reminder”, sobre a qual já falei aqui.
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Meus clipes preferidos
Música
Meus clipes preferidos
31 de outubro de 2021 at 20:55 0
Gosto muito de assistir a clipes de música. Seja pela música em si, seja pela filmagem, seja por alguma outra coisa, alguns deles eu vejo muitas vezes. Fiz uma lista deles, que seriam os meus preferidos, ou coisa assim:
  1. Hiyah - Ashley All Day: já falei sobre esse clipe aqui. Imagens de Ashley All Day na cozinha, com amigas e com o então marido, e em lugares de Los Angeles. E nada mais.
  2. Dance Again - Selena Gomez: também já comentei aqui sobre esse clipe, que mostra a cantora dançando. O vídeo foi gravado antes da pandemia, mas foi lançado depois do seu início: ficou meio estranho uma música tão feliz naquele momento, mas quem se importa?
  3. Color Blind - Diplo feat. Lil Xan: descoberta minha recente, Lil Xan é um menino com tatuagens assustadoras e com problemas com drogas, mas parece boa gente. Color Blind é uma obra-prima, e o vídeo, vá lá, é meio estranho e assustador.
  4. Heart-Shaped Box - Nirvana: tendo a preferir as apresentações ao vivo do que os clipes do Nirvana, mas este, famoso, com cores estouradas e imagens de uma religiosidade meio absurda, é perfeito.
  5. Fake Plastic Trees - Radiohead: a banda e pessoas de várias idades e estilos por um corredor de supermercado cheio de produtos de forma semelhante e cores distintas. Difícil um dia que eu não assista a este vídeo.
  6. Reminder - The Weeknd: já falei sobre este clipe aqui, que parece se passar num paraíso diferente.
  7. Tranquility Base Hotel & Casino - Arctic Monkeys: Alex Turner é funcionário e hóspede de um hotel de luxo e canta uma música que, com o tempo, vai se transformando numa das melhores da banda.
  8. Nonstop - Drake: um clipe em preto e branco, filmado em Londres, em que algumas imagens me lembram filmes noir. Ou é coisa da minha cabeça.
  9. DontLookDown - Bones: chuva, um filtro verde e uma música maravilhosa.
  10. destruction - nothing,nowhere. x Travis Barker: esse aqui tem um filtro vermelho e uma moto numa estrada numa floresta no meio do mato.
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