Gosto muito de assistir a clipes de música. Seja pela música em si, seja pela filmagem, seja por alguma outra coisa, alguns deles eu vejo muitas vezes. Fiz uma lista deles, que seriam os meus preferidos, ou coisa assim:
Hiyah - Ashley All Day: já falei sobre esse clipe aqui. Imagens de Ashley All Day na cozinha, com amigas e com o então marido, e em lugares de Los Angeles. E nada mais.
Dance Again - Selena Gomez: também já comentei aqui sobre esse clipe, que mostra a cantora dançando. O vídeo foi gravado antes da pandemia, mas foi lançado depois do seu início: ficou meio estranho uma música tão feliz naquele momento, mas quem se importa?
Color Blind - Diplo feat. Lil Xan: descoberta minha recente, Lil Xan é um menino com tatuagens assustadoras e com problemas com drogas, mas parece boa gente. Color Blind é uma obra-prima, e o vídeo, vá lá, é meio estranho e assustador.
Heart-Shaped Box - Nirvana: tendo a preferir as apresentações ao vivo do que os clipes do Nirvana, mas este, famoso, com cores estouradas e imagens de uma religiosidade meio absurda, é perfeito.
Fake Plastic Trees - Radiohead: a banda e pessoas de várias idades e estilos por um corredor de supermercado cheio de produtos de forma semelhante e cores distintas. Difícil um dia que eu não assista a este vídeo.
Lembro bem da minha emoção quando o disco “Reaper”, do nothing,nowhere., esteve numa relação do jornal New York Times como um dos melhores discos do ano de 2017.
Alguns meses antes eu tinha ficado simplesmente embasbacado com “the nothing,nowhere.lp”, ainda na época em que a banda só lançava músicas no YouTube (e no SoundCloud também). O único membro do grupo, John Mulherin, era tão esquivo que sempre escondia o rosto em fotos e clipes. Criei um grupo de fãs no Facebook, e escrevi nele textos sobre a banda que até hoje reputo entre as melhores coisas que já escrevi – a ponto de eu tê-los colocado no meu terceiro livro publicado, “Rua Paraíba”.
De lá para cá nosso amigo John Mulherin parece ter encontrado o caminho do sucesso: sempre participa de festivais, realiza shows em diversos países e chegou a gravar um EP com o baterista do Blink 182, Travis Barker. Sua música se tornou mais raivosa, mais pop, menos melancólica - e ele não se esconde mais o rosto.
E ele gosta de brincar de vez em quando. No clipe de “nightmare” ele se veste como um cantor de hard rock brega dos anos 80, com mullets brancos, roupa chamativa e óculos escuros - e fica fazendo micagens o tempo todo para a diversão de diversos personagens pouco afeitos ao rock que aparecem no clipe, como idosos e gente com roupas quase tão bregas como a que ele está usando.
No clipe mais recente, “Pieces of You”, ele toca numa banda que aparece de surpresa num casamento num asilo de idosos. O clima, feliz, parece retirado diretamente de um Sessão da Tarde.
Se você quiser saber, é lindo demais. Não me arrependo de ter tatuado o nome da banda nas minhas costas.
Na minha - extremamente limitada - paisagem musical, o ano de 2019 apresentou algumas novidades, mas não muitas.
Entre as descobertas, foi bacana sacar que a Grã-Bretanha consegue fazer música pop de qualidade equivalente ao que se pratica do outro lado do Atlântico, com Ellie Goulding, Anne-Marie e Clean Bandit (Dua Lipa não vale, porque virei fã dela ano passado).
Foi também um ano de duas redescobertas, Roxy Music e Nirvana - bandas que não ouvia direito há décadas - e de uma descoberta, Drake, de quem eu sempre tinha gostado de algumas poucas músicas. Outro que comecei a ouvir com mais cuidado em 2019 ano foi o DJ Marshmello.
Quanto à música clássica, foi um ano quase que só ouvindo teclados: cravo e piano com o compositor François Couperin, e diversos compositores com o pianista Ivo Pogorelich.
Nada de grandes novidades na minha lista de músicas preferidas lançadas em 2019, apresentada lá embaixo neste texto. Selena Gomez anunciou que lançará seu disco novo no início do próximo ano, e as duas faixas já disponíveis são lindas: “Lose to love me” foi seu primeiro single a alcançar o topo da Billboard, e está no topo da minha lista também; “Look at her now” tem um clipe lindo. “DontLookDown” é uma das melhores faixas da vida do Bones, dá pra se ter uma ideia do que é isso? “METHHEAD LIFESTILE” é um rap coletivo alucinado que tem o grande Lil Darkie como destaque - agradeço Leonardo Gama, sempre me apresentando coisas maravilhosas. “7 rings” é provavelmente a melhor faixa da vida de Ariana Grande, e “Heartless” é um sinal de que o próximo disco de Weeknd vai ser um petardo. Morrissey lançou um disco de covers muito bom, “California Son”, mas eu gostei mais de suas músicas autorais novas, como este “Brow of my beloved”. O nothing,nowhere. lançou um EP com o baterista do Blink 182, e “destruction” é citado na minha lista. Fiquei chateado por não terem entrado na minha relação “Money In The Grave”, de Drake e Rick Ross, e "Get Like Me", de Bhad Bhabie com NLE Choppa - mas tudo bem, foram lembrados aqui.
Finalmente, minha lista de preferidas, definida anteontem, já tinha “Fast”, de Juice WRLD, que acabou falecendo hoje. Rest in peace.
A lista segue abaixo. Clicando nos títulos estão os links para os videos no YouTube, e logo abaixo o endereço da playlist correspondente no Spotify.
Dia desses Joe Mullerin, o único integrante do nothing,nowhere., em sua conta oficial do twitter, retuitou uma mensagem da usuária “queen of the cave”, que dizia mais ou menos o seguinte:
"Eu fico confusa com o público dos shows do nothing,nowhere. São emos, garotas bonitinhas no estilo rap, garotos com camisas de bolinhas, meninas com coroas de flores e um cara fantasiado de urso... onde será que estou?"
Ao retuitar a mensagem, Joe Mullerin comentou algo como “faz sentido”. (mais…)
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