abril 2016

“Dirty Mind”, de Prince
Música
“Dirty Mind”, de Prince
26 de abril de 2016 at 22:53 0
Para homenagear a memória do grande Prince eu poderia ter escolhido qualquer dos álbuns que ele lançou entre 1980 e 1988, com exceção de “Parade” e “Around the World in a Day”. Realmente, não é qualquer músico que lança, em tão curto espaço de tempo, álbuns como “Dirty Mind”, "Controversy", "1999", "Purple Rain", "Sign O' The Times" e “Lovesexy”. Depois deste último, de 1988, seus discos passaram a ter cada vez mais momentos de megalomania e as faixas realmente boas, que eram a grande maioria, começaram a rarear. Eu mesmo acompanhei de perto os álbuns lançados entre "Batman", de 1989, e "Chaos and Disorder", de 1996, e não creio que nenhum dentre estes chegue perto dos anteriores em termos de qualidade. Como muita gente, acabei deixando os discos novos de lado: pode ser que tenha muita coisa boa entre "Emancipation", de 1996, e "HITnRUN Phase One", de 2015, mas não posso dizer com certeza. (mais…)
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Belfort Duarte, Couto Pereira
Impressões, Literatura
Belfort Duarte, Couto Pereira
26 de abril de 2016 at 00:17 0
I – Belfort Duarte O braço do pai era forte, e o pai, imenso. (mais…)
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“En toutes lettres”, de Françoise Rey e Marco Forlani
Literatura
“En toutes lettres”, de Françoise Rey e Marco Forlani
26 de abril de 2016 at 00:14 0
O livro “En toutes lettres” (Editora La Musardine, Paris) nasceu de uma ideia do seu editor: juntar dois escritores - uma mulher e um homem - para que criassem um romance epistolar sem que se conhecessem pessoalmente. A troca de cartas seria feita por intermédio do editor e, obviamente, cada nova carta seria escrita em resposta à anterior e o romance seria a própria correspondência. Os escritores escolhidos para a empreitada foram a autora de livros eróticos francesa Françoise Rey e o escritor, roteirista, dramaturgo e crítico de cinema Marco Forlani, também francês. (mais…)
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João Gilberto: 10 preferidas + 1
Música
João Gilberto: 10 preferidas + 1
20 de abril de 2016 at 15:09 0
Segundo Miles Davis, “João Gilberto pode ler um jornal que fica bonito”. Como eu concordo com ele, fiz uma listinha com minhas dez músicas preferidas do criador da bossa nova, em ordem de preferência – mas com o critério de não colocar mais de uma por faixa disco lançado. Assim eu tento provar que ele é bom em qualquer época da carreira. Como se ele precisasse provar qualquer coisa para quem quer que seja. Enfim. (mais…)
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O Livro de Jó
Religião
O Livro de Jó
17 de abril de 2016 at 03:11 0
O único livro bíblico que consta da relação das 100 melhores obras literárias de todos os tempos do jornal inglês Guardian, publicada em 2002, é o Livro de Jó. O que faz a crítica não-religiosa preferir este aos demais livros bíblicos? Possivelmente é porque nele a tragédia do personagem principal se assemelhe à dos heróis míticos da Antiguidade greco-romana, vítimas de um destino inexplicável do ponto de vista humano. Jó era um sujeito bom: o primeiro versículo conta que ele “era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava o mal”. Além disso, era rico, “o homem mais rico do oriente”. No versículo 6 do primeiro capítulo, a coisa começa a ficar estranha: certo dia os filhos de Jó vieram apresentar-se ao Senhor, e Satanás vem com eles. No versículo seguinte Deus lhe faz uma pergunta retórica da qual já sabe a resposta (como no caso de Adão depois do pecado original) :  "De onde você veio? " Satanás  responde ao Senhor: "De perambular pela terra e andar por ela". (mais…)
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“Paradise”, do New Order
Música
“Paradise”, do New Order
13 de abril de 2016 at 18:28 0
Eu vivia cansado por causa dos treinos. Além de nadar, eu comprava muitos discos: basicamente LPs indicados pela extinta Revista Bizz ou LPs de música clássica (principalmente Bach). Trazer um LP para casa era uma emoção bacana, e o fato de estar sempre cansado fazia com que eu frequentemente dormisse na primeira audição do disco – e isto só aumentava a graça da coisa toda. Nem sempre os discos que a Bizz recomendava eram aquilo que o crítico dizia que eram. Muitas vezes eu me forçava a gostar de alguma coisa que, no fundo, não achava assim tão bom. Mesmo dos Smiths eu não gostava tanto: achava a musicalidade deles muito luminosa, mas no fundo não me impressionava tanto. Só virei fã da banda mesmo quando comecei a entender inglês – mas isso foi bem mais tarde. (mais…)
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O lied “Des Mädchens Klage”, de Schubert
Música
O lied “Des Mädchens Klage”, de Schubert
12 de abril de 2016 at 08:52 0
Dos cds de Schubert com lieder que eu tenho (acho que são uns quinze), aquele com canções sobre poemas de Schiller, com o tenor Christoph Prégardien acompanhado por Andreas Staier ao piano forte, é um dos que eu menos recomendaria. A impressão que eu tenho é que, quando musicava poemas deste grande poeta alemão, Schubert queria fazer Arte. Estranho. Os lieder, quase todos, são sérios, meio atormentados... e esquecíveis, infelizmente. Ao contrário de suas lindas canções sobre poemas de Goethe, o Schubert melodista, ao que parece, estava de férias quando musicou Schiller. Há um lied, entretanto, chamado Des Mädchens Klage, D. 191, que realmente fez valer o preço do cd. (mais…)
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Snoop Doggy Dogg
Música
Snoop Doggy Dogg
12 de abril de 2016 at 08:46 0
Eu não esqueço da primeira vez que ouvi falar em Snoop Doggy Dogg (deve ter sido em 1993). Foi num noticiário do SBT: o jornalista Hermano Henning dizia que o sucesso estrondoso (primeiro lugar na Billboard) de um novo rapper, que glorificava a violência, a vida dos gângsters e que era exacerbadamente machista estava assustando a América. A reportagem então cortava para a entrevista na casa do rapper: um negro magro, mal encarado e mal humorado que dizia: “quem gostar de mim, ok - quem não gostar f***-se”. O tom da reportagem, obviamente, era de total repúdio a este novo tipo de som. (mais…)
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