Schubert

O Prazer Secreto dos Lieder – Uma paixão pelo romantismo alemão e a descoberta de que beleza e erotismo podem ter a mesma face.
Obra Literária
O Prazer Secreto dos Lieder – Uma paixão pelo romantismo alemão e a descoberta de que beleza e erotismo podem ter a mesma face.
28 de setembro de 2025 at 14:51 0
Amo profundamente os lieder, aquelas canções eruditas com piano que tiveram seu auge no Romantismo alemão. Brahms, Schubert, Schumann, Beethoven — todos fizeram obras maravilhosas neste formato, peças que me dão um prazer quase sexual (ok, foi uma piada ruim) de ouvir. Dietrich Fischer-Dieskau, Jessye Norman, Ian Bostridge, Peter Schreier... estão entre meus cantores preferidos neste gênero. Mas, para mim, a melhor de todas é a cantora lírica francesa Rosalie Simon. Desde que ouvi o vinil — que quase furei de tanto ouvir — de sua gravação de “Die Schöne Müllerin”, de Schubert, acompanhada pelo grande pianista húngaro-britânico András Schiff, ela virou minha favorita. Loira, elegante, esbelta, a mezzo-soprano francesa, aparentemente, só tem pontos altos na carreira. Sua versão dos lieder de Schubert sobre poemas de Johann Wolfgang Goethe, com Bengt Forsberg ao piano, por exemplo, começa com umas peças mais “alegres” e vai aumentando a dramaticidade até lugares que mal consigo imaginar. Gosto tanto dela que escuto até mesmo suas versões de obras de compositores de música contemporânea (como as Três Peças Orquestrais de Alban Berg ou as 3 Mélodies de Olivier Messiaen), estilo que normalmente não aprecio. Eu não achava nada demais nessa minha preferência pela Rosalie Simon, até que reparei uma coisa que eu nunca tinha percebido antes: em uma capa de disco gravado durante sua juventude (hoje a cantora tem 65 anos), ela está muito parecida com a Lady Anne dos vídeos pornô, gravados nos anos 1990, quando ela tinha seus vinte e poucos anos, a mesma idade da Rosalie Simon na capa do disco. (Trecho do conto "Duas Mulheres", que será publicado ainda neste ano na minha coletânea "A Mulher de César". A imagem que acompanha o texto foi obtida no Gemini. Se você tem interesse em receber este e outros textos meus semanalmente, clique aqui e cadastre seu e-mail.)
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O lied “Des Mädchens Klage”, de Schubert
Música
O lied “Des Mädchens Klage”, de Schubert
12 de abril de 2016 at 08:52 0
Dos cds de Schubert com lieder que eu tenho (acho que são uns quinze), aquele com canções sobre poemas de Schiller, com o tenor Christoph Prégardien acompanhado por Andreas Staier ao piano forte, é um dos que eu menos recomendaria. A impressão que eu tenho é que, quando musicava poemas deste grande poeta alemão, Schubert queria fazer Arte. Estranho. Os lieder, quase todos, são sérios, meio atormentados... e esquecíveis, infelizmente. Ao contrário de suas lindas canções sobre poemas de Goethe, o Schubert melodista, ao que parece, estava de férias quando musicou Schiller. Há um lied, entretanto, chamado Des Mädchens Klage, D. 191, que realmente fez valer o preço do cd. (mais…)
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Meus discos preferidos em 2003 – primeira parte
Música
Meus discos preferidos em 2003 – primeira parte
17 de dezembro de 2015 at 12:32 0
1 . My Early Burglary Years – Morrissey Na verdade, a grande seqüência matadora do álbum (I'd Love To - Girl Least Likely To - I've Changed My Plea To Guilty - Michael's Bones) também é encontrada na reedição do álbum Viva Hate, de 1997 . Mas My Early Burglary Years ainda tem as pérolas Swallow on My Neck, Black-Eyed Susan, Jack The Ripper (ao vivo) e Reader Meet Author. E esta estranha coletânea, com lados B de singles e canções que já tinham saído em álbuns oficiais, ainda tem Boxers, minha música preferida (conforme comentei aqui). (mais…)
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O disco An 1815 Schubertiad, de Schubert
Música
O disco An 1815 Schubertiad, de Schubert
4 de setembro de 2015 at 05:15 0
Em 1815 Schubert tinha 18 anos. O que não impediu que, naquele ano, ele tivesse composto 150 lieder (plural de lied, canção em alemão - normalmente, mas nem sempre, em música clássica lieder são canções acompanhadas de piano), quatro óperas, duas sinfonias, duas missas, várias peças de música litúrgica, peças para piano e um quarteto de cordas. O disco An 1815 Schubertiad, da Hyperion Schubert Edition, é composto por 32 canções com piano escritas naquele ano. E é uma maravilha. (mais…)
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“Auf den Tod einen Nachtigall”, de Franz Schubert
Música
“Auf den Tod einen Nachtigall”, de Franz Schubert
2 de maio de 2015 at 19:12 0
A tecla repeat 1 raramente é pressionada em meus cd players. Não costumo ouvir uma mesma música repetidas vezes, não mesmo. Até Boxers, de Morrissey, a minha música preferida, reluto em ouvir mais de uma vez seguida. Mas existe um lied chamado “Auf den Tod einer Nachtigall” (Sobre a morte de um rouxinol), composta por Franz Schubert que simplesmente não canso de ouvir. Meu recorde é, sei lá, vinte vezes seguidas. Não pretendo ouvir outra música enquanto escrevo esta página do meu diário. Este lied tem uma história bem interessante: Schubert compôs uma série de lieder (plural alemão de lied) sobre poemas de Ludwig Hölty em 1815, mas interrompeu tudo para começar a compor sua Terceira Sinfonia. (mais…)
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