Em 1815 Schubert tinha 18 anos. O que não impediu que, naquele ano, ele tivesse composto 150 lieder (plural de lied, canção em alemão – normalmente, mas nem sempre, em música clássica lieder são canções acompanhadas de piano), quatro óperas, duas sinfonias, duas missas, várias peças de música litúrgica, peças para piano e um quarteto de cordas. O disco An 1815 Schubertiad, da Hyperion Schubert Edition, é composto por 32 canções com piano escritas naquele ano. E é uma maravilha.
Ao contrário da maioria dos álbuns de lieder, em que apenas um cantor e um pianista interpretam todas as faixas, An 1815 Schubertiad foi o primeiro dos discos da Hyperion a reproduzir o espírito dos ensaios e execuções do círculo íntimo de Schubert, com cantores e cantoras de diferentes faixas etárias. Esta diversidade vocal, aliada à fantástica capacidade do compositor austríaco em criar lindas melodias, faz com que An 1815 Schubertiad seja uma ótima dica para quem quer conhecer o vasto universo dos lieder.
Os destaques do disco são inúmeros. Eu poderia citar as pungentes canções Das Mädchen Von Inistore, Schwangesang, Totenkranz fur ein kind, Die erste liebe e Liebesrausch: First Version: Fragment e as melodiosas e alegres Huldigung e Die Frohlichkeit , além da famosa Heidenroslein.
(publicado no blog do Mondo Bacana em 2008)
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