Formado por três livros (“Rua Paraíba”, “Memórias” e “Energia”) escritos entre 2016 e 2019, “Rua Paraíba” conta histórias pessoais, histórias profissionais e comentários do autor a respeito de assuntos como religião, economia, política e música pop.
Cada uma das três obras tem um foco e um estilo diferentes: “Rua Paraíba” conta sobre o início da vida de casado do autor e seu trabalho como hidrólogo; “Memórias” é composto por recordações e comentários curtos; finalmente, “Energia” é um livro sobre o início da vida profissional do autor como especialista em estudos energéticos de usinas hidráulicas, função que ele exerce até hoje.
De todo modo, uma característica permeia todo o volume: a passagem de um assunto para outro de maneira mais ou menos aleatória – mas num todo que, espera-se, faça sentido.
Enfim: quanto ao estilo, na falta de um termo melhor, “Rua Paraíba” é uma espécie de ensaio autobiográfico.
Nos próximos meses vou publicar um livro chamado "Rua Paraíba", pela editora do meu amigo Sandro Bier, a Café do Escritor. Ele é composto por três livros autobiográficos escritos entre 2016 e 2019. Segue o prefácio, para dar uma ideia da 'coisa:
“Rua Paraíba” e “Energia” eu escrevi aí pelo ano de 2016, e “Memórias” é mais recente, terminei em 2019.
A ideia de “Rua Paraíba” era escrever sobre o meu período inicial no casamento: minha profissão, meu dia-a-dia, o nascimento da filha, meu trabalho como hidrólogo. “Energia” teria mais a ver com meus primeiros anos como especialista em estudos energéticos e sobre minha visão sobre política e economia – que não mudou muito de lá para cá, diga-se de passagem, por mais que meu interesse no assunto tenha diminuído de maneira significativa. Já “Memórias” seria um livro com recordações esparsas e textos que eu já tinha colocado no meu blog (fabriciomuller.com.br/wp/), cada um deles ocupando meia página, no máximo (objetivo que eu não consegui cumprir inteiramente).
Relendo os três livros, reunidos aqui, percebi que consegui mais ou menos o que queria: falar da minha vida e da minha profissão de maneira aleatória – mas não sei se isso é algo de que eu deveria me orgulhar.
De todo modo, a releitura dos três trabalhos me deixou meio assustado num ponto: em como a música pop permeia a obra como um todo. Sei lá se por uma espécie de autoengano, eu não achava que isso era tão evidente.
Este é o vídeo que fiz para divulgar o meu conto "A mulher de César", publicado na coletânea "Ser". Ele foi feito para a live de lançamento do livro, no canal do YouTube do Café do Escritor.
A coletânea pode ser comprada na página do Facebook do Café do Escritor.
“O verão de 54 (novelas)” , de Fabricio Muller (Editora Appris), é composto por quatro histórias bastante diferentes uma da outra.
O Verão de 54 é uma história de amor proibido. Conversão trata de família e religião, Morrissey é um policial sobre um assassino serial com “uma missão” e Sorry é uma novela para adolescentes. O Verão de 54 é uma história em metalinguagem. Conversão utiliza um narrador onisciente, Morrissey é em formato de diálogo e Sorry é um diário.
Como se vê, o leitor pode iniciar a leitura deste livro por qualquer uma das quatro novelas cujo tema lhe pareça mais interessante.
Informações:
Segue abaixo a resenha, bem elogiosa por sorte, que a Regina Pimentel fez do meu "O verão de 54 (novelas)":
Fabricio Muller publicou mais um livro. Este, agora, é uma coletânea de quatro novelas, díspares entre si, cada uma com seu próprio leitmotiv. Mas há o que as una: é o estilo muito pessoal de Fabricio, sempre muito intimista, voltado para os recessos da mente e da emoção. As “verdades em si mesmas”: a noção protofenomenológica de que o mundo é como a consciência o percebe.
Já vimos isso em Balzac, em Flaubert, em Henry James, em Phillip Roth, e já vimos isso aqui mais perto em Dalton Trevisan – o realismo voltado àquilo que constitui o desenrolar da vida humano. Sem a crítica social. O sexo sempre premente, as relações interpessoais, os pequenos fracassos e sucessos. Tudo isso, na pena de Fabricio, exposto a céu aberto, às vezes com um sarcasmo que é ao mesmo tempo uma divina concessão à humana pequenez. E a sua escrita é impecável.
“Morrissey”, entre os quatro contos, se destaca por ser, ao mesmo tempo, uma homenagem ao cantor inglês, uma história policial e uma novela escrita inteiramente como fluxo de consciência dialogal. O que é ainda mais interessante por se tratar do diálogo entre um acusado e um criminoso...
A primeira novela, a que dá nome ao livro, entremeia à narração o diálogo interior do autor. A história em si é então uma metanovela: o conto é sobre como o autor decidiu escrever, e escreveu, sobre fatos. Ou o inverso? Um contista narra uma história, mas há um metanarrador que insiste em dizer como e por que isso e aquilo foi escrito...
“Sorry” é o diário de uma adolescente – “nada do que é humano me é estranho”, diria Fabricio, que sim, conseguiu narrar as aventuras e desventuras de uma menina rica de família judia.
Finalmente, “Conversão” relata o caminho percorrido por um grupo de pessoas de classe média rumo a Jesus, nominadamente o Jesus das igrejas Luterana e Bola de Neve. Mais uma vez, o autor consegue mostrar os fatos e as reflexões envolvidas em acontecimentos aparentemente cotidianos.