Juliana Frank

O Paraíso de John John
Literatura
O Paraíso de John John
29 de outubro de 2022 at 14:03 0
Tudo começou quando a Teresa e o André trouxeram um lindo cachorrinho, de uma feira de adoção, aqui para casa. Eu não queria saber de outro cachorro logo depois que a nossa poodle Ninon tinha morrido. Para me convencer a ficar com ele, Teresa, minha filha, sugeriu batizá-lo com o nome do meu surfista favorito, o americano John John Florence. John John logo fez amizade com a Lana, uma mistura de boiadeiro australiana com vira-lata muito agressiva com estranhos, que haviamos adotado quatro anos antes. Extremamente carinhoso, faminto e aventureiro, John John Florence logo deixou todos apaixonados. Eu acho que até a Rebeca, a cachorra da minha mãe, gostou um pouco dele. Minha mulher, a Valéria, achou que ele parecia um malandro da Zona Norte carioca, e o apelidou de "gafieira" e "fuleiragem", e assim fomos criando um personagem. Logo, o André, namorado da Teresa, começou a fazer histórias com o John John, criando uma voz para ele. Ficamos tão empolgados que decidimos transformar o John John no astro de uma história em quadrinhos. E chamamos o Rafa Campos Rocha, de quem sou fã incondicional, e a querida Juliana Frank para a empreitada. Deu tudo certo, e agora você está com o produto dessas mentes brilhantes - menos a minha, claro - nas mãos. Fabricio Muller
Posfácio que escrevi para "O Paraíso de John John", história em quadrinhos publicada recentemente pela editora Oh! outra história, com roteiro de André Curtarelli e Juliana Frank e desenhos de Rafael Campos Rocha. À venda no site da editora, em https://veneta.com.br/produto/o-paraiso-de-john-john/.
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Literatura
“uísque e vergonha”, de Juliana Frank
16 de junho de 2019 at 16:44 0

charlotiê (assim mesmo, em minúsculas, como todas as letras do livro) é uma menina de treze anos que é mandada embora de casa pela mãe, com quem morava num pequeno apartamento, depois de ter sido despedida em mais um dos empregos que sua progenitora a obrigava a ter. Solta na vida, charlotiê vai morar com um tatuador, com quem fazia sexo boa parte do tempo, e depois vai arranja outro relacionamento com furks, músico que tinha acabado de ter sido abandonado pela ex-mulher. Com furks, charlotiê vai acampar num camping, onde tudo dá errado - e é lá que ela arranja um porco, que passa a acompanhá-la em todos os lugares.

Este é um resumo da novela “uísque e vergonha”, de Juliana Frank (Oito e Meio, 100 páginas), publicada em 2016 e que serviu de base para uma peça de teatro atualmente em cartaz em São Paulo, com Alessandra Negrini no papel principal.

O livro é estranho e, ao mesmo tempo, fácil e interessante de ler. Com suas cenas explícitas e texto aparentemente caótico, é a dor da personagem principal – que ainda não se recuperou do suicídio de du, o grande amor de sua vida (e que tem uma mãe, como vimos, para lá de cruel) – que faz com que “uísque e vergonha” “ganhe os ares e as alturas da mais fina, da mais leve e mais densa literatura”, como bem notou Caetano Galindo na orelha do livro.

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