Não sei se é por causa da minha formação de engenheiro (provavelmente não), mas, quando leio um livro, tendo a gostar de uma temática mais ou menos objetiva. Fico fascinado com os longos comentários paralelos nas histórias de Proust, em que ele começa a contar alguma coisa que está relacionada ao fio principal da história, utiliza páginas e páginas e, quando começo a achar que ele se perdeu, ele retoma o que estava contando. Este meu gosto pela objetividade também me faz ter alguma dificuldade na leitura de poesia, de maneira geral.
De todo modo, há leituras que nos desafiam exatamente por nos retirar da zona de conforto como leitores, e “Perto do Coração Selvagem”, o primeiro romance de Clarice Lispector, publicado quando ela tinha vinte anos, se enquadra neste caso.
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