literatura erótica

Literatura
Catherine Millet, Jacques Henric
6 de outubro de 2019 at 15:57 0
fonte: YouTube

Como se sabe, Catherine Millet é uma respeitada crítica de arte que causou furor, em 2001, ao lançar o para lá de polêmico livro autobiográfico A vida sexual de Catherine M., sobre o qual comentei que ela falava de sua vida de verdadeira libertina (participando de orgias, relacionamentos longos e curtos) como uma crítica de arte. Aproveitando o grande sucesso do livro, o seu companheiro Jacques Henric lançou, ainda em 2001, “Légendes de Catherine M.” (Denoël, 250 páginas) e a própria Catherine lançou em 2008 “A outra vida de Catherine M.” (Agir, 200 páginas, tradução de Hortencia Santos Lencastre).

Os dois livros são interligados: o livro de Catherine conta as crises de ciúme que ela teve de Jacques em uma certa época da vida – ciúmes um tanto incoerentes, como ela mesma não cansa de repetir, tendo em vista sua própria vida sexual livre. Já o livro de Jacques Henric mostra uma série de fotos da sua companheira nua – você pode ver algumas delas abaixo – e um longo texto em que o autor fala de sua atração por ela, pelas mulheres em geral, sobre as fotos postadas, com um enorme número de citações literárias e, um tanto paradoxalmente, religiosas – sempre com grande conhecimento de causa, aliás.

Dois livros fascinantes de um casal fascinante.

fotos obtidas em "Légendes de Catherine M.", de Jacques Henric (Denoel)
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Literatura
Valérie Tasso
15 de setembro de 2019 at 17:06 0
fonte: El Mundo

Valérie Tasso é uma escritora, sexóloga e pesquisadora francesa radicada em Barcelona, na Espanha – onde é presença frequente em debates televisivos, falando sobre sua especialidade, o sexo. Li recentemente três livros dela.

“Diário de uma ninfomaníaca” (Essência, 262 páginas) foi seu livro de estreia, publicado originalmente em 2003, e é de caráter autobiográfico. O início da obra conta o tempo em que a autora trabalhava como publicitária em Barcelona, de onde saía para diversas viagens, nas quais se encontrava com vários homens diferentes para fazer sexo. Lá pelas tantas, ela se apaixonada por um “homem errado”, que a engana e acaba a levando à falência. Sem emprego e sem dinheiro, Valérie começa a trabalhar como prostituta para tentar se reerguer.

O livro é francamente ruim, escrito com mão pesada, sem nenhuma sutileza. O leitor não consegue ter muita empatia para com a narradora, o que dificulta muito a leitura num livro com tal temática.

Por sorte eu – que sigo a Valérie Tasso no Twitter e simpatizo com suas postagens – acabei insistindo com a autora e acabei tentando a leitura de “Confesiones sin vergüenza: Las mujeres españolas nos cuentan sus fantasías sexuales” (Grijalbo, 150 páginas), publicado originalmente em 2015. A partir de uma turnê na qual a autora fez palestras e reuniões por toda a Espanha falando sobre sexo, o livro reproduz fantasias sexuais escritas por mulheres participantes de tal turnê. As fantasias apresentadas no livro são de mulheres de todas as idades e estados civis, e o resultado é interessantíssimo.

Muito bom também é “El otro lado del sexo” (Plaza & Janés, 248 páginas, 2006), publicado originalmente em 2006. O livro descreve as pesquisas de Valérie Tasso sobre grupos ou pessoas que têm a originalidade (ou estranheza?) como característica principal. Entre eles, umas tais “Tigresas Brancas”, que passam a vida praticando a felação, elevando esta atividade em arte sagrada; abstinentes sexuais; um médico que diz aumentar o prazer feminino injetando colágeno no ponto G; sadomasoquistas.

Ao contrário de o “Diário de uma ninfomaníaca”, os outros dois livros comentados aqui são de leitura bastante leve e agradável.

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“A Obscena Senhora D”, de Hilda Hilst
Literatura
“A Obscena Senhora D”, de Hilda Hilst
7 de maio de 2017 at 23:41 0
Quando conversava com o crítico teatral Anatol Rosenfeld por que seus livros eram um sucesso de crítica, mas um fracasso de público, Hilda Hilst (1930-2004) comentava frequentemente: "por que acham que escrevo para eruditos? Eu falo tão claro. Falo até sobre a bunda”. "Tua bunda é terrivelmente intelectual, Hilda", respondia Rosenfeld. Esta história, contada na Folha de São Paulo de 20 de abril de 2013, resume bem a impressão inicial e o resultado da leitura de um romance como “A Obscena Senhora D” (Coleção Grandes Nomes da Literatura, da Folha de São Paulo, 54 páginas). (mais…)
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“La Peur du Noir”, de Françoise Rey
Literatura
“La Peur du Noir”, de Françoise Rey
14 de novembro de 2016 at 21:06 0
Já no início "La Peur du Noir" (o medo do escuro), de Françoise Rey (Livrior, 222 páginas), ocorre um acidente grave com uma moça grávida, Claire. O filho é retirado da barriga dela com vida, mas corre o risco sério de perder a visão. O pai, Roland, fica desesperado e cria uma tática patética para tentar encarar o fato terrível: tenta viver como cego, pelo menos enquanto sua mulher está se restabelecendo na UTI. A sua sogra, mãe de Claire, tenta consolar o genro e os dois acabam tendo um tórrido caso de amor, com ele sempre se fingindo de cego. (mais…)
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“Flossie, a Vênus de Quinze Anos”, atribuído a Algernon Charles Swinburne
Literatura
“Flossie, a Vênus de Quinze Anos”, atribuído a Algernon Charles Swinburne
14 de setembro de 2016 at 23:13 1
É complicado analisar um livro pornográfico como “Flossie, a Vênus de Quinze Anos”, publicado anonimamente em 1897 e atribuído ao poeta inglês Algernon Charles Swinburne. A complicação está na idade da Flossie apresentada no título: como já deu para perceber, este pequeno romance de 108 páginas publicado no Brasil pela Editora Hedra conta as peripécias sexuais de uma adolescente. Bem, Flossie é uma órfã riquíssima que tem em Miss Eva Letchford uma tutora carinhosa de pouco mais de trinta anos. Logo no início do livro Flossie cai de amores pelo adulto Jack Archer, o narrador, e pede para Miss Letchford enviar-lhe uma carta convidando-o para a sua casa. A adolescente, que, embora ainda virgem, já tinha tido várias brincadeiras sensuais com suas amigas e amigos no colégio, rapidamente começa suas aventuras com Archer. O restante do livro apresenta, de maneira leve e divertida, tanto as experiências sexuais dos três personagens do livro entre si (todas as combinações possíveis são experimentadas e apreciadas) como as lembranças das aventuras anteriores de Flossie. Como Miss Letchford tinha pedido à adolescente para que esta continuasse virgem, ela só tem uma relação sexual completa – com Archer, como poderia se esperar - no final do livro. (mais…)
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“La verrue”, de Françoise Rey
Literatura
“La verrue”, de Françoise Rey
15 de maio de 2016 at 22:14 0
“La verrue” (a verruga), de Françoise Rey, apresenta um romance dentro de outro. (mais…)
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“En toutes lettres”, de Françoise Rey e Marco Forlani
Literatura
“En toutes lettres”, de Françoise Rey e Marco Forlani
26 de abril de 2016 at 00:14 0
O livro “En toutes lettres” (Editora La Musardine, Paris) nasceu de uma ideia do seu editor: juntar dois escritores - uma mulher e um homem - para que criassem um romance epistolar sem que se conhecessem pessoalmente. A troca de cartas seria feita por intermédio do editor e, obviamente, cada nova carta seria escrita em resposta à anterior e o romance seria a própria correspondência. Os escritores escolhidos para a empreitada foram a autora de livros eróticos francesa Françoise Rey e o escritor, roteirista, dramaturgo e crítico de cinema Marco Forlani, também francês. (mais…)
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“História do olho”, de Georges Bataille
Literatura
“História do olho”, de Georges Bataille
15 de março de 2016 at 23:09 0
Georges Bataille lançou seu primeiro romance, “História do Olho”, sob o pseudônimo de “Lord Auch” - e as primeiras edições em que seu nome aparece na capa foram póstumas. Não é para menos: o livro é profundamente obsceno e o funcionário público Georges Bataille se preocupava com sua imagem profissional. (mais…)
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