Lembro bem da minha emoção quando o disco “Reaper”, do nothing,nowhere., esteve numa relação do jornal New York Times como um dos melhores discos do ano de 2017.
Alguns meses antes eu tinha ficado simplesmente embasbacado com
“the nothing,nowhere.lp”, ainda na época em que a banda só lançava músicas no YouTube (e no SoundCloud também). O único membro do grupo, John Mulherin, era tão esquivo que sempre escondia o rosto em fotos e clipes. Criei um grupo de fãs no Facebook, e escrevi nele textos sobre a banda que até hoje reputo entre as melhores coisas que já escrevi – a ponto de eu tê-los colocado no meu terceiro livro publicado, “Rua Paraíba”.
De lá para cá nosso amigo John Mulherin parece ter encontrado o caminho do sucesso: sempre participa de festivais, realiza shows em diversos países e chegou a gravar um EP com o baterista do Blink 182, Travis Barker. Sua música se tornou mais raivosa, mais pop, menos melancólica - e ele não se esconde mais o rosto.
E ele gosta de brincar de vez em quando. No clipe de “nightmare” ele se veste como um cantor de hard rock brega dos anos 80, com mullets brancos, roupa chamativa e óculos escuros - e fica fazendo micagens o tempo todo para a diversão de diversos personagens pouco afeitos ao rock que aparecem no clipe, como idosos e gente com roupas quase tão bregas como a que ele está usando.
No clipe mais recente,
“Pieces of You”, ele toca numa banda que aparece de surpresa num casamento num asilo de idosos. O clima, feliz, parece retirado diretamente de um Sessão da Tarde.
Se você quiser saber, é lindo demais. Não me arrependo de ter tatuado o nome da banda nas minhas costas.
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