Considerado por Karl Ove Knausgård “talvez um dos três melhores autores vivos do mundo”, Peter Handke nasceu na Áustria em 1942 e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2019. Foi, portanto, com a melhor das expectativas que comecei a leitura de seu “Don Juan (narrado por ele mesmo)” (Estação Liberdade, 144 páginas, tradução de Simone Homem de Mello, lançado originalmente em 2004).
O narrador do livro é dono de um albergue, próximo de Port-Royal-des-Champs, “o mais famoso e também mais famigerado monastério da França do século XVII”. No inverno ele praticamente nunca tinha hóspedes, mas numa tarde nesta estação do ano chegou Don Juan, de moto – segundo o narrador, poderia ter sido qualquer outro personagem da literatura, como o Señor Buendía, o Comissário Maigret, Lucien Leuwen ou Raskolnikov, mas quem veio foi Don Juan, o que lhe deu “uma lufada libertadora”. Depois desse início promissor, o restante da novela mostra Don Juan contando sobre suas conquistas amorosas na semana anterior à sua chegada no albergue - sempre de maneira caótica, indo de um país a outro tão rapidamente que parecia se movimentar na velocidade da luz.
O livro pode ser interessante para estudiosos de literatura, já que o estilo de Peter Handke é bastante original, feito quase sempre de lembranças imprecisas. Mas preciso ser franco: o livro é tão confuso que para mim pareceu apenas chato.
(foto que acompanha o texto obtida no Wikipédia)
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