outubro 2017

“Novelas nada exemplares”, de Dalton Trevisan
Literatura
“Novelas nada exemplares”, de Dalton Trevisan
29 de outubro de 2017 at 16:53 0
É muito interessante revisitar os primeiros livros do maior escritor curitibano até hoje. Se nas obras mais recentes seu estilo está cada vez mais conciso - com contos que chegam a ser escritos em poucas linhas -, em seu livro de estreia, “Novelas nada exemplares”, de 1959 (Civilização Brasileira, 168 páginas), Dalton Trevisan era um escritor mais “tradicional”, com contos de umas seis páginas em média. Mas sua temática, sobre as pequenas tragédias das classes baixa e média baixa de Curitiba, já estava toda lá. (mais…)
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Watchmen e Tico-Tico – Textos de 2006
Literatura
Watchmen e Tico-Tico – Textos de 2006
25 de outubro de 2017 at 16:10 0
A HQ Watchmen, lançada lá fora em 1985, criada pelo roteirista Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons é um pesadelo violento, onde não faltam brigas sangrentas, estupros, assassinatos, violência de todo o tipo. Considerada por muitos a melhor HQ de todos os tempos e lançada no Brasil pela primeira vez há dezesseis anos, o primeiro volume da série, englobando três capítulos (serão publicados mais tarde os seguintes três volumes, cada um com três capítulos) foi recentemente publicado pela Via Lettera (80 páginas). (mais…)
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“Unrendered”, de Bones
Música
“Unrendered”, de Bones
22 de outubro de 2017 at 18:28 0
Lembro nitidamente do impacto da primeira audição das três primeiras faixas (sem contar a vinheta inicial, “Importing”) da mixtape “Unrendered”, lançada por Bones em abril de 2017: “CtrAltDelete” (em que ele canta “eu prefiro ser aquele que eles odeiam do que aquele que eles acham que é amigável”, frase muito mais verdadeira que qualquer “Imagine” da vida), “SystemPreferences” e “MissingProjectFiles”: a primeira é uma das melhores músicas de toda a carreira do rapper, com um tema melancólico inesquecível ao fundo; a segunda é um rap de impacto hipnótico que Bones faz como ninguém; e a terceira tem uma levada repetitiva e suave que faz com que o ouvinte tenha vontade de colocá-la no repeat por dias. Sem exagero, um LP só com essas três faixas bastaria (e como!) para justificar seu lançamento. E tem os clipes, claro: no sensacional “TakingOutTheTrash”, gravado de maneira convencional, Bones anda em meio à sujeira embaixo de um viaduto – parece São Paulo, aliás – enquanto canta que nunca usa Xanax porque “comprimidos são para otários” – o que deixou $crim, dos $uicideboy$, irritado porque achou que esta era uma indireta de Bones à sua (maravilhosa, na minha opinião) banda; já “SunnyDay” mostra Bones, em VHS, num casarão que deve ser aquele em que está morando em Los Angeles: sim, o homem ficou rico (e não foi por falta de torcida minha!) e agora vai fazer turnês pela Rússia e União Europeia. (mais…)
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“Assim falava Zaratustra”, de Friederich Nietzsche
Filosofia
“Assim falava Zaratustra”, de Friederich Nietzsche
15 de outubro de 2017 at 16:10 0
A famosa frase de Friederich Nietzsche (1844-1900) segundo a qual “Deus morreu” é proferida logo no início de “Assim falava Zaratustra” (Nova Fronteira, 352 páginas). A “morte de Deus” é um dos temas basilares do clássico do filósofo alemão – os outros seriam a vinda do super-homem (que é a superação do homem tal qual conhecemos), a tese do eterno retorno (segundo a qual tudo o que acontece hoje já aconteceu no passado e continuará se repetindo no futuro), a crítica da moral racionalista e cristã e a “vontade de poder” (fundamento de tudo o que é vivo). (mais…)
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“Crepúsculo dos ídolos”, de Friederich Nietzsche
Filosofia
“Crepúsculo dos ídolos”, de Friederich Nietzsche
8 de outubro de 2017 at 15:47 0
“Crepúsculo dos ídolos ou como se filosofa com o martelo” é um livro curto e relativamente simples de ensaios do filósofo alemão Friederich Nietzsche (L&PM Editores, 144 páginas), e que pode ser considerado uma boa introdução à sua filosofia. (mais…)
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“Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto
Literatura
“Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto
2 de outubro de 2017 at 22:18 0
Não sei bem o que eu tinha na cabeça quando não gostei da leitura de “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto (1881-1922), uns seis anos atrás. De modo geral, achei que o livro era tão depressivo e amargo que estes defeitos sobrepujavam em muito as suas qualidades: o retrato preciso de mazelas brasileiras como o racismo, a falta de palavra dos políticos, o sensacionalismo da imprensa. De lá para cá, li recentemente a ótima biografia “Lima Barreto – Triste visionário”, de Lilia Moritz Schwarcz, que comentei por aqui, e fiquei com vontade de tirar a cisma deste clássico da literatura brasileira. Isaías Caminha, o personagem principal e narrador da história, nasce no interior do estado do Rio de Janeiro e, com a carta de recomendação dirigida a certo deputado em mãos, vai à então capital da República tentar iniciar os estudos superiores. Em uma passagem clássica, Isaías Caminha se choca ao se sentir vítima de racismo numa estação de trem, quando é tratado rispidamente pelo atendente, que é gentil com o passageiro branco a seu lado. Nada dá certo para o personagem no Rio de Janeiro: o tal deputado não move uma palha por ele, que chega a passar fome, vagando sem destino e sem dinheiro pelas ruas da cidade. Isaías Caminha acaba conseguindo um emprego como contínuo num jornal e, por circunstâncias inusitadas, acaba subindo na carreira alguns anos depois. (mais…)
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