Lembro nitidamente do impacto da primeira audição das três primeiras faixas (sem contar a vinheta inicial, “Importing”) da
mixtape “Unrendered”, lançada por Bones em abril de 2017: “CtrAltDelete” (em que ele canta “eu prefiro ser aquele que eles odeiam do que aquele que eles acham que é amigável”, frase muito mais verdadeira que qualquer “Imagine” da vida), “SystemPreferences” e “MissingProjectFiles”: a primeira é uma das melhores músicas de toda a carreira do
rapper, com um tema melancólico inesquecível ao fundo; a segunda é um
rap de impacto hipnótico que Bones faz como ninguém; e a terceira tem uma levada repetitiva e suave que faz com que o ouvinte tenha vontade de colocá-la no
repeat por dias. Sem exagero, um LP só com essas três faixas bastaria (e como!) para justificar seu lançamento.
E tem os clipes, claro: no sensacional “TakingOutTheTrash”, gravado de maneira convencional, Bones anda em meio à sujeira embaixo de um viaduto – parece São Paulo, aliás – enquanto canta que nunca usa Xanax porque “comprimidos são para otários” – o que deixou $crim, dos $uicideboy$, irritado porque achou que esta era uma indireta de Bones à sua (maravilhosa, na minha opinião) banda; já “SunnyDay” mostra Bones, em VHS, num casarão que deve ser aquele em que está morando em Los Angeles: sim, o homem ficou rico (e não foi por falta de torcida minha!) e agora vai fazer turnês pela Rússia e União Europeia.
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