"O Quarto Azul", que li recentemente, é um dos "romances duros" do belga Georges Simenon: ou seja, é uma obra em que o famoso Comissário Maigret não aparece. Tomando por base este livro, parece que o autor realmente sabia o que estava fazendo quando batizou seu estilo.
O desenvolvimento do romance é claustrofóbico. Sabemos que o personagem principal, um vendedor de tratores italiano residente na França chamado Tony Falcone, está sendo interrogado por um delegado, por um juiz e por um psiquiatra, mas não temos nem ideia de por que isto ocorre, e nem de onde ele está. À medida que a história vai se desenvolvendo, os detalhes são descortinados aos poucos: Tony é casado, tem uma filha pequena e trai sua esposa com uma amante, chamada Andrée; ele está preso; os interrogadores ficam perguntando sobre o que Tony fez num dia específico; e o leitor só fica sabendo qual foi crime que está sendo investigado no final do livro. Não dá para contar mais detalhes para não estragar a surpresa.
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