Tem algo surpreendente na carreira da escritora americana Donna Tartt. Ela estava na faculdade quando lançou seu primeiro livro, A história secreta, em 1992 – um sucesso imediato e estrondoso. O seu segundo romance, O amigo de infância, foi lançado dez anos depois. O terceiro, O Pintassilgo, só ano passado.
Minha mãe me emprestou A história secreta assim que saiu no Brasil, nos anos 90. Lembro que fiquei fascinado por aquela estranha história – misturando romance policial com alta cultura – de uma turma de grego de faculdade que mais parecia uma seita de malucos que qualquer outra outra coisa. E sim, coisas ruins podem acontecer com seitas de malucos.
Devolvi o livro para minha mãe, mas resolvi me lembrar dele uns cinco anos atrás. Nem lembrava do nome da autora, nem do livro, mas a história voltou, com força, à minha memória. Depois de uma boa procura na minha antiga casa com minha mãe, foi com alívio que recuperei o livro, e o reli – era tão bom quanto lembrava.
O Pintassilgo, que acabei de ler há pouco, também mistura alta cultura – no caso, móveis antigos e pintura clássica – com história policial. E, como em A história secreta, simplesmente não consegui parar de lê-lo enquanto não o terminei: Donna Tartt tem um talento notável para criar histórias de prender o fôlego.
Pena que o próximo livro só deva chegar lá por 2023.
Enquanto isto, me resta ler O amigo secreto pela primeira vez. Ou A história secreta pela terceira. Ou O Pintassilgo pela segunda.
(texto escrito em setembro de 2014)
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