Coritiba

O Maior Atletiba da História
Esporte
O Maior Atletiba da História
26 de outubro de 2025 at 11:52 0
Eu tive uma coluna no site Coxanautas por alguns anos, em meados dos anos 2000. Fuçando meus alfarrábios, achei o texto abaixo, escrito em torno de 2005. Acho que o Atletiba de 1968 continua sendo o maior de todos os tempos, mas não tenho tanta certeza assim. Mas que ninguém nega que ele foi histórico, acho que ninguém nega. _______________________________________________ Qual foi o maior Atletiba de todos os tempos? Foi aquele realizado na noite fria de 28 de agosto de 1968 (o ano, coincidentemente, em que nasci)? Provavelmente. Desde criança, escuto meu pai contar a emoção de ter assistido àquele jogo. Ele sempre me fala do frio e da entrada do jogador reserva que marcou o gol de cabeça. Aquela partida foi o início da maior série de vitórias em Campeonatos Paranaenses na história do Glorioso: 1968, 1969, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 1979. Anteontem, Carneiro Neto se referiu àquele jogo na Gazeta do Povo:
"Naquele ano, disputou-se o melhor Campeonato Paranaense de todos os tempos, em pontos corridos e com todos os times muito bem-preparados. O gol do título coxa-branca, marcado por Paulo Vecchio em fria noite na Vila Capanema, entrou para a história pela emoção da histórica conquista no último minuto do clássico."
Se Carneiro Neto não chega a assegurar que aquele foi o maior Atletiba de todos, poucas dúvidas há – até hoje – de que aquele foi o melhor Campeonato Paranaense da História. O campeonato começou turbulento: o Atlético, que tinha ficado em último lugar no ano anterior, simplesmente se recusava a ser rebaixado – a lei do acesso e descenso começara a vigorar pouco tempo antes. Começou uma luta de bastidores entre o então presidente atleticano, Jofre Cabral, e o presidente da Federação Paranaense de Futebol, José Milani. Como forma de fazer pressão, o presidente rubro-negro contratou grandes jogadores: Bellini (ex-campeão mundial de futebol), Dorval (ex-companheiro do Santos de Pelé), o goleiro Muca e os grandes jogadores Zé Roberto e Nilson Borges. Tanto se fez que se conseguiu que tanto Atlético quanto Paranavaí – primeiro colocado da divisão de acesso, na época chamada Primeira Divisão (enquanto os principais clubes formavam a Divisão Especial) – tivessem vaga garantida no Campeonato Paranaense de 1968. (Além disso, mais um outro clube foi convidado: o vencedor de um torneio entre os participantes da divisão de acesso.) Toda essa movimentação fez com que o campeonato pegasse fogo. Segundo as palavras do Professor Francisco Genaro Cardoso, em seu "História do Futebol Paranaense" (Federação Paranaense de Futebol. Curitiba, 1978):
"Nunca se viu tantas casas em Curitiba ostentando bandeiras e faixas de clubes de futebol, com predominância de atleticanas e coritibanas. (...) Nunca se viu tanto ardor, tanto fanatismo por parte dos torcedores de ambas as agremiações. Nos cinco jogos em que os rivais fizeram durante o ano, as rendas foram recordes. A nota triste do campeonato foi a morte do presidente atleticano, Jofre Cabral, em 2 de junho daquele mesmo ano. “Voltando ao futebol: na última rodada do campeonato, o Coritiba precisava de um ponto contra o Ferroviário para levar a final para uma série de três partidas com o Atlético – e este ponto só foi conseguido nos momentos finais de um emocionante jogo num Alto da Glória superlotado: 2 a 2.”
Conforme contam Vinícius Coelho e Carneiro Neto em seu "O Campeoníssimo" (Coração Brasil Editora. Curitiba, 2003):
"Como havia perdido em casa para o Furacão, 15 dias antes, em disputa pela vaga do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (...), o Coritiba sabia das dificuldades que teria na decisão do campeonato. No primeiro jogo, 2 a 1 para o Coritiba no então estádio Belfort Duarte – atual Couto Pereira. Ao Coritiba bastava o empate no jogo seguinte, no Estádio Durival de Britto, na quarta-feira, evitando assim o terceiro jogo. Acho que será mais interessante para o leitor se forem simplesmente reproduzidas as palavras de Francisco Genaro Cardoso sobre aquele que, possivelmente, tenha sido o maior atletiba da História: "Constituiu-se no mais espetacular 'Cotejo da Rivalidade' dos últimos 20 anos. Durante 90 minutos, o Atlético vencia por 1 a 0. Estava-se nos descontos. O 'povão' rubro-negro já começava a comemorar a vitória e renasciam as esperanças de que em nova peleja, seria campeão. Que barulho sua torcida fazia. Já decorriam 30 segundos além do tempo regulamentar. Falta na intermediária rubro-negra. Pelo lado esquerdo. Cobrança pelo lateral esquerdo do Coritiba: Nilo. Nove jogadores coritibanos na área rubro-negra contra onze. Arnaldo César Coelho, carioca, o árbitro. Mais de 25.000 espectadores em suspense. Jogo noturno. Silêncio absoluto no Estádio. Era a derradeira oportunidade do Coritiba empatar. Cigarros não fumados. Mascados. Dentes cerrando dentes. Dentes comendo unhas. Torcidas estáticas. Um minuto além do tempo. No gramado, um empurra-empurra entre jogadores dentro da área penal, com que os atleticanos esperavam retardar a cobrança e ouvir o apito final. Arnaldo César Coelho, com muito custo, colocava a casa em ordem. Adverte, ameaça. Procura ângulo melhor para controlar a área. Vem o apito para a cobrança de falta. Nilo levanta a pelota para a frente do arco. Gil, o goleiro, salta. Saltam vários jogadores. Um bouquet humano, branco, verde, vermelho e preto. O mais feliz foi o comprido meia-cancha coritibano, Paulo Vecchio. Era o gol de empate e o título de 1968."
(Imagem que acompanha o texto obtida no Gemini. Se você estiver interessado em receber meus textos semanalmente, clique aqui e cadastre seu e-mail.)
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Sydney Swans 60 x 120 Brisbane Lions
Esporte
Sydney Swans 60 x 120 Brisbane Lions
29 de setembro de 2024 at 07:13 0
Um dos primeiros textos que escrevi sobre esporte tinha um título que era mais ou menos esse: "Eu não gosto de futebol, gosto do Coxa". De fato, nunca fui daquelas pessoas que gostam do chamado "nobre esporte bretão". Nunca entendi quem considerava o futebol "uma arte", nunca apreciei assistir a jogos que não fossem do River Plate (depois de adulto) ou do Coritiba e de Copas do Mundo (ambos, desde criança). Reconheço, um tanto envergonhado, que só fui assistir a um jogo completo do Leonel Messi, prestando atenção nele como jogador (tinha visto a final Mundial Interclubes de 2015, em que ele jogava pelo Barcelona, mas só por causa do River Plate), na Copa do Mundo de 2022. Que craque! Acho que só fui apreciar mesmo um esporte por sua beleza quando comecei a acompanhar o surfe do WCT - primeira divisão da WSL (World Surf League) - depois da primeira vitória do Gabriel Medina no Campeonato Mundial, em 2014 (eu precisava acompanhar um esporte em que o Brasil fosse vitorioso depois do trágico sete a um). Gostei de xadrez na adolescência e voltei a gostar durante a pandemia, mas nem sei se este jogo é um esporte. Mas, naquela altura, ainda não tinha aprendido a apreciar um esporte com bola apenas pelo entretenimento. Tudo mudou com a Copa do Mundo de Rugby de 2023, sediada na França. Assisti a um bom número de jogos da competição, transmitida no Brasil pela ESPN, e na emissora, os ótimos Ari Aguiar e Antonio Martoni sempre explicam a história e as complexas regras do esporte - o que é ótimo para um leigo como eu. Fiquei impressionado com a incrível dinâmica do jogo, a educação dos jogadores - ninguém, por exemplo, reclama do juiz - e a emoção das partidas. Enquanto escrevo este texto, está passando na televisão aqui de casa uma reprise de África do Sul x Argentina, pela Rugby Championship. Enquanto assistia a alguns jogos da Copa do Mundo de Rugby de 2023, os narradores da ESPN falaram de passagem sobre o futebol australiano. É engraçado que, durante as Olimpíadas de Sydney de 2000, assisti a uma pequena reportagem na Globo em que se falava que o esporte mais popular da Austrália era este futebol esquisito - e nunca mais me esqueci do tema, e nem da cena final da reportagem, em que um jogador chutava uma bola oval a uma longa distância. Mas ficou por isso. Enfim, depois de poucas pesquisas na internet, acabei me viciando no tal do futebol australiano. O objetivo do jogo é chutar a bola entre as duas traves centrais do adversário (são quatro no total, as laterais menores que as centrais), para fazer seis pontos - um goal. Se acertar com um chute entre as traves laterais ou acertar entre quaisquer das traves com as mãos, vale um ponto - o behind. São dezesseis jogadores para cada time, o campo é oval e enorme, bem maior do que o do nosso futebol, e o jogo é ainda mais violento e rápido do que o rugby. Também como naquele esporte, ninguém reclama do juiz, mas os jogadores são bem menos gentis, já os adversários brigam entre si frequentemente com empurrões e puxões na camisa. Diversão pura. Já publiquei dois vídeos comentando sobre futebol australiano, e o link para meu canal está aqui. Acompanhei bastante o campeonato de futebol australiano da AFL (Australian Football League) deste ano, mas infelizmente não tinha conseguido assistir a nenhum jogo ao vivo, por mais que tenha tentado: sempre havia algum impedimento de ordem técnica, já que nenhum dos canais que eu tentei eram aqui do Brasil. Até que semana passada eu descobri que o canal Disney+ transmite de dois a três jogos de futebol australiano por semana, o que eu não sabia. Ou seja: deixei de assistir ao vivo a jogos do meu esporte preferido por puro desconhecimento. Mas nem tudo estava perdido: ainda dava tempo de assistir à Grand Final enquanto ela ocorria. Para que se tenha uma ideia, este jogo é o equivalente australiano do Superbowl, do futebol americano. A Grand Final é disputado sempre no mesmo estádio, o MCG em Malbourne, o que causou um comentário divertido de Katy Perry - que fez o show antes do jogo neste ano - que declarou que achou estranho o fato de Melbourne ter dez times no campeonato, mas nenhum na final. Enfim, assinei o canal Disney+ e, meia noite e meia da madrugada de sexta-feira para sábado passado, coloquei no canal para assistir ao jogo entre Sydney Swans e Brisbane Lions (que, como seus próprios nomes indicam, são das cidades de Sydney e Brisbane). A narração era em inglês da Austrália mesmo (não se pode ter tudo, né). A cerimônia de abertura ("Pre-Game Entertainment") foi muito bonita, com alguns números musicais, um desfile de jogadores de futebol australiano e campeões australianos olímpicos e paralímpicos em jipes Toyota - patrocinadora do evento - e o show da já citada Katy Perry, sobre quem já comentei num texto aqui no blog. De fato, se acompanhar o futebol australiano por melhores momentos e pedaços de reprise já era bom, assistir a um jogo ao vivo é ainda melhor. Pena que eu estava com muito sono, e que o segundo quarto (o jogo é dividido em quatro tempos de vinte minutos cada um) tenha visto um massacre inapelável do Brisbane Lions: 48 x 8 contra o Sydney Swans (que liderou a fase de pontos corridos do campeonato) em vinte minutos. Acabei indo dormir, e o massacre continuou depois disso, já que o time de Brisbane acabou vencendo por 120 x 60. Mas tudo bem. Ano que vem tenho onde assistir a mais jogos de futebol australiano ao vivo, e também tenho onde assistir à série "Only Murders in th Building", com a Selena Gomez no papel de Mabel Mora.
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Coritiba e Cruzeiro em 2001
Esporte
Coritiba e Cruzeiro em 2001
12 de abril de 2016 at 08:37 0
Cheguei 15 minutos atrasado no estádio, e deixei o carro meio longe. Não apressei o passo, não faço mais estas coisas - tinha tanto jogo pra rolar ainda, pra que sair correndo? Não pude presenciar, portanto, a chuva de moedas e os gritos de “mercenário” com que a torcida local presenteou o ex-técnico coxa Ivo Wortmann, agora no Cruzeiro, o adversário de hoje (ontem). Ele se mandou sem nem mesmo se despedir, o que deixou todos meio magoados com ele por aqui. A gente não deve julgar, não é? Mas eu esperava mais dele, pois eu era um real admirador do trabalho (ainda sou) e da pessoa dele. (mais…)
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Blog de 2003
Impressões
Blog de 2003
29 de março de 2016 at 22:30 0
Sexta-feira, Fevereiro 28, 2003 Posted 1:17 PM by Fabricio Muller Comments: Sons ouvidos hoje Quartetos para cordas nos. 1 e 2 de Villa -Lobos. Sonatas para violino e piano de Bach.
Posted 9:27 AM by Fabricio Muller Comments: Pensamento profundo Oh, love, peace and harmony ? Love, peace and harmony ? Oh, very nice Very nice Very nice ...Oh, but maybe in the next world Maybe in the next world (Smiths, 1987) (mais…)
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Coritiba campeão brasileiro de 1985
Esporte
Coritiba campeão brasileiro de 1985
14 de março de 2016 at 13:58 0
Já faz 16 anos – no final daquele ano memorável de 1985, em que o Coritiba foi campeão brasileiro, eu assisti uma retrospectiva na TV aonde foi dito que ainda ia demorar muito tempo para o Coritiba ganhar outro Campeonato Nacional. Na hora eu fiquei com raiva... mas realmente 16 anos é muito tempo, sob qualquer parâmetro. O que não impede que eu comemore a data, não é? O Campeonato foi marcado por lances dramáticos. Eu lembro de alguns detalhes daqueles dias (alguns bem imprecisos, como vocês poderão ver), e é deles que eu vou tratar aqui. (mais…)
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Coritiba campeão de 2003
Esporte
Coritiba campeão de 2003
5 de dezembro de 2015 at 10:32 0
Cheguei cedo no estádio. Aliás, eu achava que era cedo. A verdade é que a pouco menos de duas horas antes do início do jogo o estádio já estava quase que totalmente lotado. Tive sorte, antes de chegar no estádio, em achar meu pai, minha irmã e meu cunhado, que estavam parados diante da entrada. Eles assistem o jogo nas cadeiras superiores, enquanto que eu assisto sozinho, nas cadeiras de baixo. (mais…)
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Curiosidades sobre os primórdios do Coritiba
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Curiosidades sobre os primórdios do Coritiba
12 de outubro de 2015 at 01:48 0
Confusão com nomes Criado em 12 de outubro de 1909, o Coritibano Football Club passou a ser chamado Coritiba Foot Ball Club em 21 de abril de 1910. A razão para a troca foi, possivelmente, tentar evitar confusões com o nome do já tradicional e aristocrático Clube Curitibano. (mais…)
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Adriano
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Adriano
11 de outubro de 2015 at 01:42 0
Primeira cena: num jogo do Campeonato Brasileiro de 2002, Adriano vem correndo com a bola pela lateral esquerda. Dribla um adversário; dribla dois; dribla três. Não tem para quem passar a bola; volta e dribla novamente o jogador que tinha acabado de driblar. Cruza. A jogada não resulta em gol, e Adriano - que tinha corrido alucinadamente - volta mancando. Olha para Bonamigo, faz sinal de quem quer sair. O então técnico do Glorioso faz sinal para que o jogador fique. Adriano fica. (mais…)
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