Rafael Campos Rocha

O Paraíso de John John
Literatura
O Paraíso de John John
29 de outubro de 2022 at 14:03 0
Tudo começou quando a Teresa e o André trouxeram um lindo cachorrinho, de uma feira de adoção, aqui para casa. Eu não queria saber de outro cachorro logo depois que a nossa poodle Ninon tinha morrido. Para me convencer a ficar com ele, Teresa, minha filha, sugeriu batizá-lo com o nome do meu surfista favorito, o americano John John Florence. John John logo fez amizade com a Lana, uma mistura de boiadeiro australiana com vira-lata muito agressiva com estranhos, que haviamos adotado quatro anos antes. Extremamente carinhoso, faminto e aventureiro, John John Florence logo deixou todos apaixonados. Eu acho que até a Rebeca, a cachorra da minha mãe, gostou um pouco dele. Minha mulher, a Valéria, achou que ele parecia um malandro da Zona Norte carioca, e o apelidou de "gafieira" e "fuleiragem", e assim fomos criando um personagem. Logo, o André, namorado da Teresa, começou a fazer histórias com o John John, criando uma voz para ele. Ficamos tão empolgados que decidimos transformar o John John no astro de uma história em quadrinhos. E chamamos o Rafa Campos Rocha, de quem sou fã incondicional, e a querida Juliana Frank para a empreitada. Deu tudo certo, e agora você está com o produto dessas mentes brilhantes - menos a minha, claro - nas mãos. Fabricio Muller
Posfácio que escrevi para "O Paraíso de John John", história em quadrinhos publicada recentemente pela editora Oh! outra história, com roteiro de André Curtarelli e Juliana Frank e desenhos de Rafael Campos Rocha. À venda no site da editora, em https://veneta.com.br/produto/o-paraiso-de-john-john/.
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Os livros que mais gostei de ter lido em 2020
História, Literatura
Os livros que mais gostei de ter lido em 2020
31 de dezembro de 2020 at 15:16 0
  1. “Gengis Khan e a formação do mundo moderno”, de Jack Weatherford: provavelmente você não sabia que o grande imperador mongol (1158 – 1227) tinha uma mentalidade tão à frente do seu tempo.
  2. “Não me abandone jamais”, de Kazuo Ishiguro: poucos livros me perturbaram tanto.
  3. “O império de Hitler”, de Mark Mazower: sempre tive curiosidade de saber como os nazistas se comportavam como colonizadores, coisa que este livro monumental explica.
  4. “A destruição dos judeus europeus”, de Raul Hilberg: outro livro monumental, sobre o Holocausto neste caso.
  5. “O mapa e o território”, de Michel Houellebecq: fico mais feliz lendo uns autores do que outros, e Michel Houellebecq é um dos que me dão mais alegria na leitura.
  6. “Os testamentos”, de Margaret Atwood: continuação de “O conto da Aia”, não preciso explicar mais.
  7. “As luas de Júpiter”, de Alice Munro: tem gente que reclama do Prêmio Nobel de Literatura por causa disso e daquilo, mas eu provavelmente não conheceria autoras como esta canadense se não fosse a Academia Sueca.
  8. “A época da inocência”, de Edith Wharton: um amor mal resolvido e os preconceitos e costumes dos ricos americanos do final do século XIX e início do século XX numa obra-prima.
  9. “O dom”, de Vladimir Nabokov: Nabokov é Nabokov, e pronto.
  10. Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha: uma história em quadrinhos que comprova que God is a woman, como diz a Ariana Grande, uma favorita aqui da casa.
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Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
Literatura
Deus, essa gostosa, de Rafael Campos Rocha
29 de novembro de 2020 at 15:23 2
Pode ser que você tenha visto nas redes sociais a historinha do John John, um cachorro obcecado por comida e com delírios de grandeza. A ideia do personagem, baseado no nosso schnauzer vira-lata de mesmo nome, é do André Curtarelli, namorado da minha filha Teresa. Acabei pedindo ajuda para minha mentora e amiga Juliana Frank (sem a qual eu teria abandonado a ideia de escrever novos livros) e começamos o projeto. O fato é que, nas reuniões de roteiro, praticamente só o André e a Juliana dão ideias, e eu e a Teresa acabamos só organizando as coisas – é “produtores” que fala? Desde o início, minha ideia era chamar o Rafael Campos Rocha para desenhar a história, e por sorte ele gostou da ideia! Mais do que isso, não só o projeto está ficando bom demais – posso elogiar, já que basicamente nenhuma ideia e nenhum desenho ali são meus – como o Rafa desenhou o John John exatamente do jeito que eu imaginava. Enfim, por que eu quis que o Rafael Campos Rocha fosse o desenhista da nossa história? Porque eu amo “Deus, essa gostosa”, uma HQ ilustrada e roteirizada por ele, publicada pela Quadrinhos na Cia. em 2012. Ele mesmo me avisou que havia sido publicada uma outra HQ da mesma personagem (“Deus aos domingos”), publicada pela Veneta em 2018 – e é claro que a comprei assim que pude! O personagem Deus de Rafael Campos Rocha - que também apareceu na Folha de São Paulo - é uma mulher linda, negra, sexualmente ativa e que passa boa parte do tempo sem roupa. Não é um velho sádico como o Deus de Allan Sieber, mas é Deus mesmo, sério, compenetrado, responsável, e frequentemente de saco cheio com os humanos – como Ele mesmo deve ser, afinal de contas. Além de as histórias serem ótimas e divertidas, a junção de um Deus de comportamento ao mesmo tempo inesperado (sexualmente ativo) e esperado (responsável e compenetrado) mostra a beleza da liberdade artística – liberdade esta que tento também utilizar nos meus escritos.
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