charlotiê (assim mesmo, em minúsculas, como todas as letras do livro) é uma menina de treze anos que é mandada embora de casa pela mãe, com quem morava num pequeno apartamento, depois de ter sido despedida em mais um dos empregos que sua progenitora a obrigava a ter. Solta na vida, charlotiê vai morar com um tatuador, com quem fazia sexo boa parte do tempo, e depois vai arranja outro relacionamento com furks, músico que tinha acabado de ter sido abandonado pela ex-mulher. Com furks, charlotiê vai acampar num camping, onde tudo dá errado - e é lá que ela arranja um porco, que passa a acompanhá-la em todos os lugares.
Este é um resumo da novela “uísque e vergonha”, de Juliana Frank (Oito e Meio, 100 páginas), publicada em 2016 e que serviu de base para uma peça de teatro atualmente em cartaz em São Paulo, com Alessandra Negrini no papel principal.
O livro é estranho e, ao mesmo tempo, fácil e interessante de ler. Com suas cenas explícitas e texto aparentemente caótico, é a dor da personagem principal – que ainda não se recuperou do suicídio de du, o grande amor de sua vida (e que tem uma mãe, como vimos, para lá de cruel) – que faz com que “uísque e vergonha” “ganhe os ares e as alturas da mais fina, da mais leve e mais densa literatura”, como bem notou Caetano Galindo na orelha do livro.
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