Se Bones fosse um artista normal, poderíamos dizer que cada um de seus discos tem uma “música de trabalho”: isto é verdade no sentido de que eles costumam surgir na internet acompanhados por um videoclipe com uma de suas músicas mais impactantes. Por outro lado, como Bones não é um artista normal, seus discos são lançados gratuitamente na internet e nem que você queira consegue comprá-los. Algumas de suas “músicas de trabalho” são: “HDMI”, do disco “Rotten”; “TheHealingFields”, do disco “Powder”; “Ribs”, do EP “YouShouldHaveSeenYourFace”; “USB”, do disco “Skinny”; ou “Deadboy”, do disco homônimo.
O último disco de Bones lançado até aqui, “Banshee”, tem uma música “de trabalho” chamada “TheDifferenceBetweenUs“, com um clipe propositadamente tosco: os efeitos computacionais são dos anos 80 e Bones – pela primeira vez, acho – usa camisetas coloridas no estilo das rappers Ashley All Day e Kreayshawn. A música é alegre e divertida, também no estilo das duas. O segundo clipe do “Banshee” é o da música “Espadrilles“, totalmente diferente, sombrio até para os padrões do cantor, com porta-retratos antigos e imagens escuras, mas nítidas – ao contrário do seu usual, aliás, já que Bones costuma filmar com VHS utilizando cores estouradas, tornando os clipes propositadamente com pouca nitidez.
Os destaques de “Banshee” são a hipnotizante “MisterTenBelow” (essa deve ser legal para ouvir relaxado nas férias!), a belíssima melodia de “Sticks”, “WaitingByThePlanter” (mais uma prova de que Bones não só é um excelente rapper, como é ótimo compositor de baladas) e a supracitada “TheDifferenceBetweenUs“. O restante das músicas tende ao tranquilo, ao repouso.
Eu não colocaria, a princípio, “Banshee” entre os meus cinco discos preferidos do Bones. De todo modo, eu também não tinha gostado muito do disco “Powder” nas primeiras vezes que o ouvi, e hoje fico impressionado com a qualidade dele.
Às vezes Bones melhora com o tempo.
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