La peste (de Albert Camus, Folio): A cidade argelina de Oran, na época da colonização francesa, sofre os efeitos de uma terrível peste. A população necessita ficar de quarentena, sem nenhum contato com o mundo exterior. Neste livro aparentemente frio, a responsabilidade individual é a grande questão em pauta. (10/10)
Jesus de Nazaré, da Entrada em Jerusalém até a Ressurreição (de Bento XVI, Planeta): A segunda e última parte da biografia do teólogo Ratzinger sobre Jesus de Nazaré é uma obra de extraordinária erudição, que deve ser apreciada por crentes e não crentes. (9/10)
High fidelity (de Nick Hornby, Penguin): Confesso que sofri para terminar este romance sobre um fracassado que prefere a música pop às relações humanas. No final se percebe o carinho de Nick Hornby com seu personagem e o bom senso do autor. Mas foi difícil chegar até lá. (7/10)
Tu rostro manana 1: Fiebre y Lanza (de Javier Marías, Alfaguara): “Corazón tan Blanco”, do mesmo autor, é dos melhores romances que li até hoje. Foi com a melhor das expectativas, portanto, que comecei a leitura da primeira parte desta trilogia policial e de espionagem, considerada por muitos a obra-prima de Javier Marías. Mas as longas digressões tornam o romance uma leitura extremamente cansativa. Espero que melhore nos outros volumes. (6/10)
La nausée (de Jean Paul Sartre, Folio): O romance conta, em primeira pessoa, a história de Antoine Roquentin, historiador que descobre a “náusea” que é existir. Difícil, intenso, uma leitura extremamente recompensadora. (9/10)
Elogío de la madrasta (de Mario Vargas Llosa, TusQuets): Este romance erótico do Nobel de Literatura de 2010 conta a história de um casal e de seu enteado. Tem bons momentos, mas é um tanto fraco no todo. Espero que a continuação, “Los cuadernos de Don Rigoberto”, seja um pouco melhor. (6/10)
A ética protestante e o espírito do capitalismo (de Max Weber, Martin Claret): Por que os países protestantes são mais ricos que os católicos? É o que Max Weber tenta responder neste clássico da sociologia. (10/10)
The corrections (de Jonathan Franzen, Picador): O primeiro romance de sucesso de Jonathan Franzen tem personagens menos interessantes e um final mais bonito que seu segundo romance de sucesso, “Freedom”. Já é um clássico. (9/10)
O Brasil Holandês (compilado por Evaldo Cabral de Mello , Penguin/Companhia das Letras): A história da invasão holandesa no Brasil é contada pelos próprios participantes dos acontecimentos, nesta compilação de documentos primários. Eu mesmo não tinha ideia de como aquela época foi violenta. Espetacular. (9/10)
Quando nosso mundo se tornou cristão (de Paul Veyne, Civilização Brasileira): A conversão do Imperador Constantino ao Cristianismo é um dos acontecimentos mais importantes da História do Ocidente, contado com leveza e erudição. (10/10)
A mulher foge (de Davi Grossman, Companhia das Letras): Um estranho triângulo amoroso num Israel permeado por guerras sangrentas. Não lembro de ter lido um livro em que as amizades – a despeito de tudo – sejam tão fortes e poderosas. (10/10)
A invenção do povo judeu (de Shlomo Sand, Benvirá): Grande sucesso (e grande polêmica) em Israel, este livro defende a tese de que grande parte do povo judeu da atualidade não é descendente dos primeiros hebreus, mas de pessoas e povos que foram se convertendo ao longo da História. Difícil – para um não-especialista como eu – saber quem tem mais razão, se Shlomo Sand ou seus detratores. Mas dá o que pensar. (10/10)
Alguien que anda por ahí (de Julio Cortázar, Punto de Lectura): Livro de contos. Como sempre, às vezes Cortázar meio que perde a mão. Mas na maioria da páginas, ficamos absolutamente embasbacados com o talento do autor e o carinho de Cortázar com seus personagens. (9/10)
Sob o sol de satã (de Georges Bernanos, É Realizações): O romance – de grande e inesperado sucesso – deste autor católico do século XX conta a história de um padre rude, mas extremamente espiritualizado e que é constantemente tentado pelo diabo em pessoa. A prosa de Bernanos é frequentemente errática, mas seus livros são profundos. (10/10)
(textos publicados no blog do Mondo Bacana no início de 2012)
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