Friederich Hölderlin

Literatura
Os livros que eu levaria para o exílio
8 de setembro de 2019 at 17:58 1
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Se a polícia política chegasse aqui e eu fosse obrigado a me exilar, levando apenas doze livros de casa, eu acho que eu levaria esses:

- “Heavier than heaven – Mais pesado que o céu: Uma biografia de Kurt Cobain”, de Charles R. Cross (Globo Livros, 456 páginas): a biografia do líder do Nirvana (estou no meio da leitura), me lembraria de uma impressionante história do rock, assim como

- “Atravessar o fogo - 310 letras de Lou Reed” (Companhia das Letras, 792 páginas): uma edição com as letras do líder do Velvet Underground (no original e traduzidas para o português), algumas das quais citei no meu livro “Rua Paraíba”, ainda não publicado. Antes que me perguntem, não existe um livro semelhante com as letras do Morrissey aqui no Brasil;

- “En una noche escura - poesía completa y selección de prosa”, de San Juan de la Cruz (Penguin Clásicos, 560 páginas), que ainda não li, mas que serviria para eu treinar meu espanhol - além do que a poesia do santo carmelita é maravilhosa;

- “Alcorão Sagrado”: conheço outras versões do livro sagrado dos muçulmanos, mas nenhuma tão linda como a tradução de Samir El Hayek, publicada na coleção “Livros que mudaram o mundo”, da Folha de São Paulo. Além disso, a edição, com 700 páginas, tem mais de 2500 notas;

- “Bíblia Sagrada”, da NVI (Nova Versão Internacional – Editora Vida, 1640 páginas), com letra grande e linguagem bem mais acessível do que a maioria das que se encontram por aí;

- “Légendes de Catherine M.” (Denoël, 240 páginas), em que o marido de Catherine Millet – crítica de arte e autora do escandaloso e autobiográfico “A vida sexual de Catherine M.” – posta fotos da esposa, nua, e as comenta;

- “Machado de Assis – Obra Completa – Volume 1 – Romances” (Companhia Nova Aguilar, 1216 páginas): o bacana do mais importante escritor brasileiro é que ele faz comentários geniais em cada página - o que acaba incentivando bastante a releitura. Reler é útil num exílio, o que fez me lembrar também de

- “La Chartreuse de Parme”, de Stendhal (Éditions du milieu du monde, 676 páginas), provavelmente o único romance que li quatro vezes;

- “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood (Rocco, 368 páginas): preciso confessar que gostei mais da série “Handmaid’s Tale” do que do romance que lhe deu origem. Mas o mundo que a escritora canadense criou é assombroso e distópico – e são livros que eu teria que levar e não séries para TV, não é?

- “Oeuvres”, de Diderot (Bibliothèque de la Pléiade, 1448 páginas), edição que amo tanto que até já fiz um texto sobre ela no meu blog;

- “Poemas”, de Friederich Hölderlin (Companhia das Letras, 216 páginas): vou querer levar comigo o meu poema preferido, “Aos jovens poetas”:

“Irmãos! Talvez a nossa arte logo amadureça

Porque, como o jovem, de há muito fermenta para

Chegar logo à tranquila beleza;

Sede só piedosos, como o grego era!

Amai os deuses, pensai nos mortais com afeto!

Ebriez e frieza, lição e descrição: odiai-as

Todas e, se o mestre vos der medo,

Pedi conselho à grande Natureza.”

- “O verão de 54 (novelas)”, de Fabricio Muller (Appris, 222 páginas): ah, que se dane.

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“Hipérion ou O Eremita na Grécia”, de Hölderlin
Literatura
“Hipérion ou O Eremita na Grécia”, de Hölderlin
18 de setembro de 2016 at 22:15 0
Única obra de ficção em prosa do poeta alemão Hölderlin (1770-1843), “Hipérion ou O Eremita na Grécia” (Nova Alexandria, 183 páginas) é uma obra difícil, profunda, mas de leitura plenamente recompensadora. O livro é narrado em forma de cartas, a maior parte delas do personagem principal, o jovem alemão Hipérion, para seu amigo Belarmino (que não dá palpites), mas também há algumas cartas dele para o seu grande amor, Diotima, e dela para ele. (mais…)
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“Poemas”, de Friederich Hölderlin
Literatura
“Poemas”, de Friederich Hölderlin
10 de fevereiro de 2016 at 23:34 0
Um dos maiores poetas da língua alemã, Friederich Hölderlin (1770-1843) teve uma vida trágica. Na Alemanha da época, pessoas de classe média baixa como ele só tinham como alternativa para cursar uma faculdade o curso de teologia, bancado pelo Estado. Teólogo formado (ele preferia ter feito Direito), Hölderlin não sentia a menor vocação para ser pastor, profissão do seu pai, falecido quando ele tinha apenas dois anos. Neste caso, a melhor opção profissional para ele era a de ser preceptor, professor particular de filhos de fidalgos ou grandes burgueses. Foi exercendo essa profissão que ele conheceu o grande amor de sua vida em 1796, Susette Gontard, mulher de um banqueiro de Frankfurt e que era mãe de um garoto de quem Hölderlin era preceptor. Ela foi a musa inspiradora de muitos de seus poemas, sob o nome de Diotima (da mesma forma que a Beatriz de Dante Alighieri, cujo nome real era Beatrice Portinari). (mais…)
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