Cinema

Asterix – textos de 2006
Cinema, Literatura
Asterix – textos de 2006
11 de setembro de 2017 at 09:13 0
Asterix e os vikings: Criada em 1961 por René Goscinny e Albert Uderzo, as histórias do gaulês Asterix fazem, até hoje, um imenso sucesso no mundo inteiro: além das HQs (traduzidas em mais de 100 idiomas e que já venderam mais de 120 milhões de exemplares) e filmes (de desenho animado e "normais"), até um parque temático nos moldes da Disneyworld foi construído nas imediações de Paris. As histórias da pequena aldeia gaulesa (a Gália se situava onde atualmente é a França) que resiste à dominação romana, pouco antes do início da Era Cristã, graças à poção mágica criada pelo druida Panoramix - que dá uma força sobrenatural a seus habitantes -, continua fascinando crianças, jovens e adultos pelo mundo todo. Entre as maiores qualidades das histórias do baixinho Asterix podem ser citados: o brilhante traço de Uderzo; a esperteza, a coragem e a inteligência do personagem principal; o conseqüente contraste com a obtusidade de seu melhor amigo Obelix (que caiu num caldeirão da poção mágica quando criança e que, por isto, conquistou uma força sobre-humana para o resto da vida); a sabedoria do druida; os engraçados personagens Abracurcix (o chefe da aldeia), Chatotorix (um bardo que canta insuportavelmente mal) e Ordenalfabetix (o vendedor de peixes que vive se pegando com o ferreiro Automatix). Não se pode esquecer também do charme adicional de histórias em que os não-poderosos (os gauleses, neste caso) sempre vencem os poderosos (os romanos). Mas sem dúvida nenhuma a maior responsável pelo imenso sucesso de Asterix são os brilhantes roteiros assinados por René Goscinny, falecido em 1977: a morte deste foi uma perda insuperável para a qualidade das histórias do baixinho gaulês, o que se pode comprovar lendo as fracas histórias recentes de Asterix, roteirizadas pelo desenhista Albert Uderzo. (mais…)
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Machado de Assis, Woody Allen
Cinema, Literatura
Machado de Assis, Woody Allen
4 de setembro de 2016 at 22:42 0
Em algum lugar na minha cabeça confusa, o escritor brasileiro Machado de Assis e o cineasta americano Woody Allen ocupam o mesmo espaço. Explico: os dois fazem obras sofisticadas, de humor fino, com ótimos comentários sobre a existência humana, nas quais os personagens raramente se preocupam com dinheiro – mas que não grudam na memória. Consigo lembrar com detalhes do pobre pai que se sacrifica até à morte pelas duas filhas em “Pai Goriot”, de Balzac, mas não sei direito como descrever direito os gêmeos Esaú e Jacó de Machado de Assis, ou o que mesmo é que aconteceu no ótimo “Vicky Cristina Barcelona”, de Woody Allen. Duas visitas recentes às obras destes dois gigantes reforçaram esta minha impressão geral. Em “Café Society”, Bobby (Jesse Eisenberg) é um judeu nova-iorquino que vai tentar a sorte com um tio ricaço, o produtor cinematográfico Phil (Steve Carell). Depois de uma estranheza inicial – tio e sobrinho nem se conheciam –, Phil começa a ajudar Bobby, e indica Vonnie (Kristen Stewart) para auxiliá-lo na inserção no mundo hollywoodiano. O rapaz rapidamente se encanta com a garota – mas ela tem um namorado, por quem é apaixonada. Não dá para contar mais para não estragar a surpresa. (mais…)
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“A Bruxa”, de Robert Eggers
Cinema
“A Bruxa”, de Robert Eggers
12 de junho de 2016 at 03:07 0
No imaginário moderno, a bruxa em geral é um serzinho simpático. As crianças se divertem no Dia das Bruxas e em filmes como “As Bruxas de Eastwick”, por exemplo. No Bosque do Alemão aqui em Curitiba uma "bruxa boa" conta histórias bonitinhas para as crianças. E os mais velhos se lembram da charmosa bruxa Samantha do seriado “A Feiticeira”. Mas no século XVIII a coisa estava longe de ser assim: na mentalidade da época, a bruxaria era um aspecto do maligno. No espetacular “História do medo no Ocidente 1300-1800”, o historiador Jean Delumeau apresenta um painel do medo dos povos ocidentais entre os séculos XIV e XVIII mostrando que, dentre todos os temores, o de Satã era de fundamental importância. Era um medo verdadeiro, sentido por quase toda a população da época; é até difícil imaginar, atualmente, como era viver num tempo assim. (mais…)
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Louise Brooks
Cinema
Louise Brooks
24 de março de 2016 at 10:57 0
Louise Brooks é um dos maiores mitos do cinema em todos os tempos, por sua presença luminosa em filmes como A Caixa de Pandora, por sua beleza arrebatadora - mas também por sua personalidade destrutiva, impulsiva e fascinante.
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“Dois dias, uma noite”, de Jean-Pierre e Luc Dardenne
Cinema
“Dois dias, uma noite”, de Jean-Pierre e Luc Dardenne
7 de março de 2016 at 02:16 0
Sandra esteve de licença em seu emprego na fábrica por um longo tempo, devido a uma fortíssima depressão. Antes de ela reassumir o posto, o chefe da seção em que ela trabalha faz uma votação entre seus subordinados: ou os funcionários recebem um abono de 1000 euros e Sandra perde o emprego, ou ela retoma o posto e eles perdem o abono. Na votação, realizada na manhã de uma sexta-feira, Sandra perde. Uma colega – que tinha votado pela sua permanência – insiste com a demitida para que ela vá falar com o chefe da seção, que acaba concordando com uma nova votação na segunda-feira pela manhã. Sandra, então, tem o final de semana para tentar convencer os colegas que votem a favor dela. Incentivada – quase que obrigada - pelo marido, que trabalha como chefe de cozinha (o casal precisa do salário dela para pagar a hipoteca do apartamento onde moram), ela visita a casa de cada um de seus colegas para pedir os votos pela sua permanência. Alguns, que tinham votado pela sua demissão, se emocionam e declaram que estarão a favor dela na segunda-feira. Outros são agressivos e lhe comunicam que não vão mudar seus votos de jeito nenhum. (mais…)
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“Lean On”, “Limite”
Cinema, Música
“Lean On”, “Limite”
21 de dezembro de 2015 at 21:01 0
Sou fascinado pelo filme “Limite” desde a primeira vez que o vi, acho que nos anos 80, na Cinemateca de Curitiba. (mais…)
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A Rosa Branca e Um Amor na Alemanha
Cinema
A Rosa Branca e Um Amor na Alemanha
4 de dezembro de 2015 at 10:31 0
Não adianta: por mais que a pessoa tenha crescido assistindo filmes em cinematecas e seja fã dos chamados filmes "de arte" europeus (como eu), não há como fugir do impacto do cinema americano (em grande parte, o mérito disto é dos próprios americanos - pretendo logo falar aqui do filme Stagecoach, de John Ford, por exemplo). Graças a seus filmes, nós temos uma clara idéia de como era a vida cotidiana nos Estados Unidos em todas as fases de sua história desde, pelo menos, o Velho Oeste no século XIX - os exemplos são tão numerosos que nem vale a pena citar aqui. Quando o assunto é a Alemanha Nazista, por outro lado, estamos mais familiarizados com livros e documentários que descrevem (com maior ou menor precisão) os horrores do regime. São menos freqüentes filmes que tratem da vida dos alemães do período de uma maneira, digamos, "à americana" - isto é, focando primordialmente conflitos e acontecimentos de pessoas (mais ou menos) comuns, com uma linguagem (mais ou menos) linear. Num pequeno esforço de "mergulhar" na mentalidade e no cotidiano do povo alemão da época (como é possível "mergulhar" no Velho Oeste assistindo filmes do John Wayne, com todas as limitações, é óbvio, implícitas neste processo), aluguei numa locadora Um Amor na Alemanha (lançado em 1984), do grande diretor polonês Andrzej Wajda, e A Rosa Branca (lançado em 1982), do diretor alemão Michael Verhoeven. Posso dizer que meu pequeno esforço foi plenamente recompensado. Os dois filmes têm a estrutura linear do grande "cinemão" americano - isto é, são mais preocupados em contar bem uma história do que em elocubrações filosóficas ou revolucionar a linguagem cinematográfica. Além disso, ambos têm personagens convincentes e roteiros bem amarrados - e claro, conforme meu objetivo incial, dão uma bela idéia da vida cotidiana da época. (mais…)
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“Solaris”, de Andrei Tarkovski
Cinema
“Solaris”, de Andrei Tarkovski
21 de novembro de 2015 at 00:24 0
"Os jovens adoram Tarkosvki por que confundem lentidão com profundidade"
Logo após ter escrito, numa coluna anterior, que o Paulo Francis era um jornalista que fazia sucesso por fazer críticas destrutivas, recebi um e-mail onde o Rodrigo James (também colaborador deste site) dizia que eu não deveria comparar o Alvaro Pereira Júnior e o Diogo Mainardi com o Paulo Francis pois este último sabia do que falava. A frase acima, sobre o diretor de cinema russo Andrei Tarkovski (1932-1986), e que me foi citada recentemente pela minha amiga Iáskara, é uma prova inequívoca de que freqüentemente o Francis era certeiro em seus comentários. (mais…)
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