A “Trilogia do Silêncio”, do diretor sueco Ingmar Bergman, é composta por filmes cuja temática, em cada um dos casos, é bastante clara.
“Através de um Espelho” (1961) trata da loucura, contando a história de uma moça esquizofrênica que está passando uma temporada de férias numa bela ilha isolada junto com seu irmão, seu pai e seu marido. O tema principal de “Luz de Inverno” (1963) é a falta de fé: o filme trata de um pastor luterano que está perdendo os fiéis, não só por causa da perda de sua própria fé, como por causa de um relacionamento que não é bem visto pela comunidade. Finalmente, “O Silêncio” (1963) é o mais sexual dos filmes de Bergman: uma mulher, Anna, está viajando com seu filho e sua irmã, Ester, e o trem em que estão é obrigado a parar por alguns dias num país desconhecido e turbulento. No hotel em que os três se hospedam, a irmã confessa o desejo incestuoso por Anna, que não só se revolta contra a irmã, como procura sexo com qualquer desconhecido que apareça pela frente – seu filho, Johan, é deixado de lado pela mãe e pela tia.
O fato de deixar tão claro o tema principal de cada filme torna “A Trilogia do Silêncio” inferior, de modo geral, às grandes obras-primas do diretor, como “Fanny e Alexander” ou “Sonata de Outono”. Mas Bergman nunca conseguiu fazer um filme ruim, e o comentário final do sacristão em “Luz de Inverno” é das coisas mais lindas que já ouvi.
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