Fabricio Muller

13 Reasons Why
Séries
13 Reasons Why
4 de maio de 2018 at 00:01 0
Eu já fiz por aqui o seguinte comentário sobre o romance "Thirteen Reasons Why”, de Jay Asher:
"Hannah Baker é uma menina que se suicida e deixa fitas cassete direcionadas a treze pessoas que motivaram o seu ato extremo. Pequenos acontecimentos vão se somando, numa espiral angustiante e aterradora que vai tornando Hannah Baker cada vez mais isolada – sofrendo bullying de todos os lados – e desesperada. Para que se tenha uma ideia, um dos motivos do suicídio é ela ter sido eleita como possuidora da 'melhor bunda da escola': um acontecimento que parece não ter maior importância, mas cujas consequências acabam sendo as piores possíveis. "
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“edipus paranaensis”, de Cezar Benevides
História
“edipus paranaensis”, de Cezar Benevides
2 de maio de 2018 at 23:15 0
O avô da minha mulher, Octávio da Silveira (que ela não conheceu), foi um deputado federal cassado e preso pela ditadura de Vargas, em 1935, quando da Intentona Comunista. Estou casado com a Valéria há bastante tempo já, e tenho ouvido conversas na família dela sobre a prisão do patriarca, e sua luta pelos mais pobres, praticamente desde que começamos nosso relacionamento. (mais…)
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“Maldita”, de Chuck Palahniuk
Literatura
“Maldita”, de Chuck Palahniuk
29 de abril de 2018 at 19:06 0
Eu escrevi aqui há algum tempo sobre “Condenada”, de Chuck Palahniuk, o primeiro romance de uma trilogia que faz um paralelo com a Divina Comédia de Dante: naquele, a personagem Madison Spencer está no inferno; em “Maldita” (LeYa, 382 páginas), assunto do presente texto, ela está no Purgatório; o próximo ainda não foi publicado e, segundo o próprio Palahniuk, nele vai ser descrito o fim do mundo. Em “Condenada” Madison Spencer conta que morreu com 13 anos de overdose de maconha (!) e que a ida de alguém para o inferno depende de coisas insignificantes como buzinar mais de quinhentas vezes durante a vida ou defender o relativismo moral. Seus pais eram milionários ligados ao cinema (a mãe atriz, o pai produtor), “ex-hippies, ex-punks, ex-rastafáris” que, por trás de um discurso politicamente correto, só queriam saber de aparecer e de ganhar dinheiro. (mais…)
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“A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo
Literatura
“A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo
25 de abril de 2018 at 21:18 0
A culpa é da Valéria. Quando ela leu “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), na adolescência, mesmo sem me conhecer ela pensou consigo mesma que, mais tarde, iria se casar com um Fabricio – um dos personagens do romance de estreia do autor, ligado ao movimento romântico, publicado em 1844.  Mais do que isso, a Valéria ainda me disse que o tal do Fabricio era engenheiro – como eu, que sou efetivamente o marido dela. (mais…)
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“A glória e seu cortejo de horrores”, de Fernanda Torres
Literatura
“A glória e seu cortejo de horrores”, de Fernanda Torres
22 de abril de 2018 at 21:07 0
Eu tinha escrito o seguinte sobre o romance anterior de Fernanda Torres, “O Fim”, lançado em 2013:

“Quem conhece aquela atriz meio amalucada de Os Normais e das suas, muitas vezes, destrambelhadas entrevistas, não consegue imaginar que seu primeiro romance seria tão sério e, porque não dizer, profundo – mesmo que muitas vezes bem-humorado. Pelo menos, não me surpreendi com a qualidade indiscutível de sua prosa: as colunas mensais que ela escreve na Folha já me mostravam que ali estava alguém com um grande talento literário. Fico na expectativa de seus próximos livros. ” (mais…)

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“Les Ombres Errantes”, de François Couperin
Música
“Les Ombres Errantes”, de François Couperin
18 de abril de 2018 at 09:37 0
A maioria dos discos para teclado solo do compositor francês François Couperin (1668-1733) que se encontra no serviço de streaming Spotify são executadas no cravo, instrumento para o qual suas músicas foram originariamente compostas. Um dos poucos tocados no piano é este “Les Ombres Errantes”, com o israelense Iddo Bar-Shaï. Tudo parecia, à primeira vista, perfeito no disco: a capa, que me lembrou um visual meio black metal, meio Joy Division; o título, “As Sombras Errantes”; o nome exótico do pianista; os títulos das peças, a cargo do próprio Couperin: “La Muse-Plantine” ("A Musa-Plantinha"), “Le Rossignol-em-Amour” ("O Rouxinol-em-Amor"), “Double du Rossignol” ("O Rouxinol Duplo"), “Les Petites Âges – L’Enfantine” ("As Pequenas Idades - O Infante"), “La Misterieuse” (“A Misteriosa), e por aí vai. O texto da contracapa fala o seguinte:

“Grave, ligeira, majestosa, pitoresca, a obra para cravo de François Couperin, com seus indispensáveis ornamentos e detalhes picantes, nos propõe seguir todas os movimentos da alma do 'maior poeta entre nossos cravistas', segundo a expressão de Debussy. Interpretado ao piano, que traz consigo sua própria cor, estas peças de cravo, em seus climas diferentes, conservam tudo o que faz seu charme.”

As peças do disco são movimentos de composições maiores: estamos, portanto, diante de um “best of”. A sensibilidade do pianista, a delicadeza das composições, as belíssimas melodias, tudo faz com que este “Les Ombres Errantes” cumpra com louvor o que prometia na primeira impressão que eu tive. Belíssimo. Dê uma rápida escutada em “Le Dodo, ou L’Amour ou Berceu: 15ème ordre, 3ème Livre” ou em  "Les Rozeaux: 13ème ordre, 3ème livre"– duas das mais belas peças de Couperin - para você ter uma ideia do que estou falando. (mais…)
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“O Gigante Enterrado”, de Kazuo Ishiguro
Literatura
“O Gigante Enterrado”, de Kazuo Ishiguro
15 de abril de 2018 at 20:58 0
Causou surpresa entre os críticos a publicação de “O Gigante Enterrado”, de Kazuo Ishiguro, em 2015 (Companhia das Letras, 400 páginas): o livro é uma história de fantasia em que aparecem ogros, gigantes, dragões, raros em livros de autores “sérios” como este inglês, nascido no Japão, vencedor do Prêmio Nobel de 2017. Numa aldeia medieval inglesa, pouco tempo depois da morte do rei Arthur, a população está perdendo a memória. As pessoas não lembram de fatos importantes do passado, como casamento o nascimento dos filhos. Um casal  de idosos, Axl e Beatrice, que está sofrendo perseguições por motivos mal explicados, resolve ir atrás do filho, que – eles lembram vagamente – mora numa ilha a alguns dias de distância a pé. É nesse caminho que eles encontram os dragões, ogros e gigantes citados acima, e descobrem por que as pessoas estão perdendo a memória. (mais…)
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Gypsy
Séries
Gypsy
11 de abril de 2018 at 21:51 0
É difícil falar sobre “Gypsy”, série da Netflix estrelada por Naomi Watts lançada em 2017. Difícil porque, detonada pela crítica, ela foi cancelada pouco tempo depois de ter sido lançada – não existirá, portanto, uma segunda temporada. O pior é que, exatamente ao contrário de “13 Reasons Why” (sobre a qual vou comentar na semana que vem), para a qual, mesmo sem previsão anterior, tem uma nova temporada garantida, “Gypsy” tinha sido planejada para continuar. Resultado: não há desfecho para as tramas no último dos seus dez episódios, com cerca de 50 minutos cada um. (mais…)
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