Gypsy
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Gypsy

11 de abril de 2018 0

É difícil falar sobre “Gypsy”, série da Netflix estrelada por Naomi Watts lançada em 2017. Difícil porque, detonada pela crítica, ela foi cancelada pouco tempo depois de ter sido lançada – não existirá, portanto, uma segunda temporada. O pior é que, exatamente ao contrário de “13 Reasons Why” (sobre a qual vou comentar na semana que vem), para a qual, mesmo sem previsão anterior, tem uma nova temporada garantida, “Gypsy” tinha sido planejada para continuar. Resultado: não há desfecho para as tramas no último dos seus dez episódios, com cerca de 50 minutos cada um.

Tudo parece desanimar, né? Mas no IMDb “Gypsy” está agora com nota média 7.0, levando em conta mais de nove mil votos. Entre os usuários do Google, 86% gostaram da série. Parece que, quem resolveu assistir, mesmo contra a opinião geral da crítica, curtiu.

Ah sim, eu também gostei. A maioria das críticas que eu li reclama da “lentidão” da série – bem, isto não chega a ser assustador para um fã de Bergman, Dreyer, Tarkovski e Mário Peixoto. Não que “Gypsy” seja uma “série de arte”, porque não é.

Naomi Watts vive Jean Holloway, uma terapeuta que se mete na vida dos seus pacientes, o que é proibido pelo código de ética da profissão. Consegue um abrigo para uma paciente viciada; visita a filha de outra paciente, que está morando numa espécie de comunidade hippie e cortou o contato com a mãe, que está desesperada; tem um caso (!) com a namorada de outro paciente, pela qual ele está obcecado.

Jean Holloway, que é casada com um advogado bem-sucedido e tem uma filha pequena com tendências homossexuais, faz coisas eticamente erradas o tempo todo: o maior charme da série é este afundar contínuo da terapeuta, que vai criando para si armadilhas das quais vai ficando cada vez mais difícil de sair.

Pena que nunca saberemos se ela vai ou não dar um jeito em seus problemas.

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