novembro 2015

Um clássico recente do black metal
Música
Um clássico recente do black metal
7 de novembro de 2015 at 18:38 0
Tudo neste disco tem jeito de clássico: a capa belíssima. O mistério sobre a banda, que tem apenas dois integrantes - Angela e Josh - que não fazem shows, quase não aparecem em fotos - e que já se declararam grandemente influenciados pelo uso de drogas e assexuados. O fato de os membros do grupo se envolverem em presepadas - como se nomearem  "ecoterroristas" (e depois voltarem atrás), além de aparecerem em estranhas acusações de plágio. Os nomes das músicas (como "Laudanum", "Fauna & Flora", "Genevieve"), esquisitíssimos para uma banda de black metal. (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 9
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 9
5 de novembro de 2015 at 01:47 0
Febre de bola (Editora Rocco) é o primeiro livro de Nick Hornby, e é uma leitura deliciosa. Ele conta a paixão do autor pelo Arsenal, equipe de futebol londrina. O titulo de cada capítulo é a data e as equipes participantes de uma dada partida. Nick Hornby se concentra principalmente na relação daquele jogo  com algum acontecimento, de caráter pessoal ou não. Assim, ele faz comentários sobre os trágicos acontecimentos dos estádios de Heysel (quando dezenas de torcedores italianos foram mortos espezinhados por hooligans ingleses, na Bélgica, em 1985) e de Hillsborough (quando 96 torcedores ingleses foram mortos esmagados, em 1996), a vitória brasileira na Copa de 1970 ou o racismo nos estádios ingleses. Mas o que torna o livro especialmente saboroso são os comentários de Hornby sobre sua vida pessoal: os temas principais são o seu próprio fanatismo desvairado, qual o papel do futebol na relação com as pessoas próximas (o meio-irmão, o melhor amigo, o pai, a namorada), como foi a carreira de Nick Hornby como torcedor de outra equipe, o Cambridge United (que passou por várias divisões na Liga Inglesa, sempre abaixo da primeira). (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 8
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 8
3 de novembro de 2015 at 01:30 0
Uma pena que o primeiro livro J.M.G. Le Clézio, prêmio Nobel de Literatura de 2008, sobre o qual escrevo seja Révolutions (Gallimard). Sou um grande admirador do autor, e gostava de seus livros antes mesmo de ele ter recebido o Nobel. Suas obras frequentemente têm longos períodos em que nada parece acontecer, mas os finais são tão bonitos que fazem com que o todo faça sentido. Seus livros são plenos de bons sentimentos e poesia - mas nunca sentimentaloides ou apelativos. (mais…)
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“Um copo de cólera”, “A neve estava suja”
Literatura
“Um copo de cólera”, “A neve estava suja”
2 de novembro de 2015 at 06:33 0
Eu lembro de ter ouvido ou lido, anos atrás, a notícia de que o político israelense Shimon Peres lia alguns romances de escritores locais antes de viajar para algum país que não conhecia. Creio que ele achava que a literatura mostrava aspectos que outros meios – como a história ou o jornalismo – não conseguiam registrar. Realmente, é inegável que a leitura de Balzac ajuda – e muito – a entender a vida e a política da Restauração e da Monarquia de Julho na França do século XIX, assim como os livros de J.M. Coetzee dão uma visão “de dentro” da África do Sul no período do apartheid. (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 7
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 7
1 de novembro de 2015 at 01:22 0
Começamos pelo melhor: Summertime, do Prêmio Nobel de 2003 J.M. Coetzee (Viking - a edição brasileira se chama Verão, e foi publicada pela Companhia das Letras) é o terceiro volume das "memórias" do autor, e trata de vida de Coetzee na África do Sul, no início dos anos setenta. O livro composto por uma série de entrevistas, feitas por um jovem jornalista, com pessoas que conheceram Coetzee, inclusive uma brasileira pela qual Coetzee esteve apaixonado.  Uma das muitas coisas inusitadas em Summertime é que, no livro, Coetzee já está morto, o que na realidade não aconteceu - o grande escritor está vivinho da silva. Outro exemplo é que, no início dos aos setenta, o autor estava casado e com filhos, enquanto que em Summertime ele é celibatário e vive com o pai. A partir desta premissa falsa, torna-se claro que Coetzee, propositadamente, escreveu uma obra que é um híbrido de ficção e realidade - e o leitor fica sem saber onde começa uma e termina outra. Summertime mostra um Coetzee estranho, solitário e calado. Uma das mulheres entrevistadas diz que ele passa a sensação de ser "de madeira", de tão frio que é; em outro trecho é dito que ele é o tipo de pessoa que "não causa nenhuma impressão dos outros"; a brasilera, por quem Coetzee sofre uma paixão avassaladora e patética, se irrita profundamente com ele; e a única relação do autor que parece mal resolvida é com sua prima de primeiro grau, que parece ainda ter mais do que uma queda por ele. Em Summertime, os depoimentos não chegam a se contradizer, mas frequentemente temos a sensação de ver o autor muito de longe, como se fosse impossivel chegar no "Coetzee real". É esta sensação geral de mistério e esquisitice que faz com que Summertime possa ser considerada, sem exagero, uma obra-prima. (mais…)
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