Romancista, ensaísta e psicanalista, Lou-Andreas Salomé (1861-1937) – nascida na Rússia, tendo passado grande parte da vida na Alemanha – escreveu uma vasta obra, quase toda esquecida nos dias de hoje. Mesmo assim ela é uma fonte de biografias ainda lidas com interesse, como esta ótima “Lou-Andreas Salomé”, de Dorian Astor (L&PM, 320 páginas). Por que sua vida ainda desperta uma atenção que sua obra não desperta mais? A resposta é simples: sua ligação profunda com o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), com o poeta, também alemão, Rainer Maria Rilke (1875-1926) e com o “pai da psicanálise”, o austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
Com Nietzsche, Lou-Andreas Salomé tentou uma relação amorosa a três – o outro membro do triângulo era o escritor e médico alemão Paul Rée (1849-1901) –, apenas “espiritual”, sem sexo. Obviamente que os homens do grupo acabaram não gostando muito da brincadeira e o triângulo não durou muito: o primeiro a sair foi Nietzsche, que tinha se apaixonado por ela (possivelmente, foi o maior amor da vida do filósofo).
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