Lima Barreto

“Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto
Literatura
“Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto
18 de março de 2018 at 20:35 0
Policarpo Quaresma era um brasileiro patriota. Muito patriota. Para ele, nossas terras eram as mais férteis. A nossa cultura, a melhor. Nada do que fosse estrangeiro merecia o seu respeito. A força de sua brasilidade era tão grande que ele propôs que a língua pátria deixasse de ser o português, que veio de outras terras, e passasse a ser o tupi, nativo daqui. Era funcionário público e sua proposta foi pessimamente recebida, o que acabou lhe causando uma crise de nervos -  foi aposentado por motivos de saúde e logo se recuperou. (mais…)
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“Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto
Literatura
“Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto
2 de outubro de 2017 at 22:18 0
Não sei bem o que eu tinha na cabeça quando não gostei da leitura de “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto (1881-1922), uns seis anos atrás. De modo geral, achei que o livro era tão depressivo e amargo que estes defeitos sobrepujavam em muito as suas qualidades: o retrato preciso de mazelas brasileiras como o racismo, a falta de palavra dos políticos, o sensacionalismo da imprensa. De lá para cá, li recentemente a ótima biografia “Lima Barreto – Triste visionário”, de Lilia Moritz Schwarcz, que comentei por aqui, e fiquei com vontade de tirar a cisma deste clássico da literatura brasileira. Isaías Caminha, o personagem principal e narrador da história, nasce no interior do estado do Rio de Janeiro e, com a carta de recomendação dirigida a certo deputado em mãos, vai à então capital da República tentar iniciar os estudos superiores. Em uma passagem clássica, Isaías Caminha se choca ao se sentir vítima de racismo numa estação de trem, quando é tratado rispidamente pelo atendente, que é gentil com o passageiro branco a seu lado. Nada dá certo para o personagem no Rio de Janeiro: o tal deputado não move uma palha por ele, que chega a passar fome, vagando sem destino e sem dinheiro pelas ruas da cidade. Isaías Caminha acaba conseguindo um emprego como contínuo num jornal e, por circunstâncias inusitadas, acaba subindo na carreira alguns anos depois. (mais…)
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“Lima Barreto – Triste visionário”, de Lilia Moritz Schwarcz
Literatura
“Lima Barreto – Triste visionário”, de Lilia Moritz Schwarcz
4 de setembro de 2017 at 22:34 0
Confesso que não gostei nem de “Triste fim de Policarpo Quaresma” nem de “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, do escritor carioca Lima Barreto (1881-1922), lidos há alguns anos. Gostei bem mais, numa leitura recente, de “Clara dos Anjos”. De todo modo, a vida do autor sempre me fascinou, e foi com este espírito que li “Lima Barreto – Triste visionário”, biografia de Lilia Moritz Schwarcz lançada há poucos meses (Companhia das Letras, 648 páginas). Não me arrependi – aliás, me deu vontade de reler os dois romances citados no início, para ver se mudo de ideia. Neto de escravos e oriundo de uma família de classe média, Lima Barreto começou a estudar engenharia na faculdade, mas não conseguia passar em algumas matérias e ia se atrasando no curso. Seu pai - que tinha sido um tipógrafo de alguma importância durante o Império e que, depois da Proclamação da República, passou a ser administrador de um hospício na Ilha do Governador - enlouquece e Lima Barreto é obrigado a sair da universidade para cuidar do pai. Logo passa num concurso para amanuense – funcionário público que escrevia cópias de documentos e registros a mão – e começa a sustentar a família: o pai, enlouquecido, dois irmãos e uma irmã (sua mãe tinha falecido quando o escritor tinha apenas cinco anos). Lima Barreto odiava trabalhar na repartição pública: gostava mesmo era de literatura. Além dos romances (fora os citados acima, vale mencionar “Numa e a ninfa” e “Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá”) e contos que escreveu, era cronista e colaborava com diversas publicações da então capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro. À medida que o tempo passava, foi desenvolvendo um alcoolismo que acabaria por matá-lo ainda jovem, com quarenta anos – mas, mesmo bebendo muito, nunca parou de produzir. (mais…)
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“Clara dos Anjos”, de Lima Barreto
Literatura
“Clara dos Anjos”, de Lima Barreto
25 de junho de 2016 at 20:16 0
Os textos introdutórios da edição da Penguin-Companhia das Letras de “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto (304 páginas), escritos por Beatriz Resende, Lúcia Miguel Pereira e Sérgio Buarque de Holanda, apontam alguns defeitos do livro – como a falta de profundidade psicológica da personagem-título e do sujeito que a seduziu, Cassi Jones: realmente, não é um começo muito animador. (mais…)
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Rápidos comentários sobre livros lidos – 2
Literatura
Rápidos comentários sobre livros lidos – 2
3 de maio de 2015 at 21:20 0
Austerlitz, de W.G.Sebald (Companhia das Letras): Austerlitz é um sujeito de grande cultura geral, que fascina o personagem que é o narrador deste espetacular romance do alemão W.G.Sebald, falecido em 2001. Os encontros do narrador com Austerlitz acontecem meio aleatoriamente, em períodos muitos espaçados  e em diferentes países da Europa. Os comentários sobre arquitetura, arte e literatura de Austerlitz são profundos e interessantes. (mais…)
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