Midsommar

Por que me Assusto? – Uma análise pessoal do que torna o horror tão perturbador.
Cinema
Por que me Assusto? – Uma análise pessoal do que torna o horror tão perturbador.
5 de outubro de 2025 at 08:08 0

Tenho assistido a muitos filmes de terror. Assim como minha outra paixão cinematográfica, os filmes noir americanos e franceses, em que eu simplesmente vou assistindo a todos os filmes de DVDs da Versátil sem me preocupar em saber o enredo ou a opinião da crítica, com os filmes de terror muitas vezes começo a assistir a algum título na Netflix ou no Amazon Prime sem me preocupar muito em saber do que se trata. Outra mania minha: só assisto a filmes de terror mais ou menos recentes. Manias não se explicam.

O filme americano Corra! (dirigido por Jordan Peele, 2017, EUA) foi escolhido como o quinto melhor do século XXI, em qualquer gênero, pelo jornal New York Times. Não achei o filme ruim, mas penso que grande parte da sua importância se deve à profunda crítica social que ele traz, e não ao terror em si.

De todo modo, o tipo de terror que Corra! representa é relativamente frequente em muitos filmes recentes: a história de alguém que chega a um lugar onde um grupo mais ou menos esquisito acaba se revelando muito mais estranho do que parecia à primeira vista. Filmes desse tipo que assisti recentemente são O Monastério (dirigido por Bartosz M. Kowalski, 2022, Polônia), A Freira (dirigido por Corin Hardy, 2018, EUA), Imaculada (dirigido por Michael Mohan, 2024, EUA e Itália), Piscina Infinita (dirigido por Brandon Cronenberg, 2023, Canadá, Croácia e Hungria), Suspiria (dirigido por Luca Guadagnino, 2018, EUA e Itália) e A Cura (dirigido por Gore Verbinski, 2017, EUA, Alemanha e Luxemburgo). O que mais gostei foi Midsommar (dirigido por Ari Aster, 2019, EUA e Suécia), em que o terror surge num lugar lindo, ensolarado (!) e bucólico no interior da Suécia.

Casos interessantes, para o público ocidental, são A Morte Sussurra (dirigido por Taweewat Wantha, 2023, Tailândia), um filme tailandês em que um exorcismo acontece sob o ponto de vista budista, e o excelente Umma (dirigido por Iris K. Shim, 2022, EUA), um filme americano em que uma mãe coreana atormenta a vida da filha, que nasceu na Coreia, mas vive nos Estados Unidos. Duas sequências de filmes que ainda não assisti inteiras estão entre as coisas mais assustadoras que já vi: V/H/S (dirigido por vários, 2012, EUA), que só assisti ao primeiro e que mostra uma série de pequenas histórias filmadas em VHS, e [REC] (dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, 2007, Espanha), que já assisti aos dois primeiros, uma série espanhola sobre uma possessão monstruosa num prédio em Barcelona. Esta última também tem uma versão americana, e é bom saber que ainda tenho bastante coisa — boa, espero — para assistir nessas séries. Muito assustador também é Canibais (dirigido por J.K. Bown, 2017, Estados Unidos), um filme em que seres humanos são criados como gado para o abate, sobre o qual já comentei aqui. Embora alguns filmes citados acima realmente me perturbem, é mais comum que os filmes de terror não me assustem muito, mas me divirtam bastante. Provavelmente o terror assusta mais o espectador quando o atinge em algum canto do seu inconsciente. É por isso que o filme A Maldição da Ponte (dirigido por Ha Won-joon, 2021, Coreia do Sul) foi um dos mais assustadores que já assisti: uma história de possessão com estudantes em uma universidade, com corredores escuros e estranhos, que me deixou realmente inquieto. Sim, grande parte dos meus sonhos e pesadelos se passa em corredores escuros e estranhos. Por sorte, a continuação de A Maldição da Ponte (dirigido por Ha Won-joon, 2023, Taiwan) é tão confusa que não chegou a me dar medo. (Imagem que acompanha o texto obtida no Google Gemini. Se você tiver interesse em receber meus textos semanalmente, clique aqui e cadastre seu e-mail.)
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