“Sobre a Potencialidade da Alma”, de Santo Agostinho
Filosofia

“Sobre a Potencialidade da Alma”, de Santo Agostinho

6 de novembro de 2016 0

Apesar de não ser uma leitura especialmente difícil – até por ser escrito em forma de diálogo entre o santo e um discípulo, Evódio –, resumir um livro como “Sobre a Potencialidade da Alma”, de Santo Agostinho (158 páginas, Editora da Folha de São Paulo) não é muito fácil para alguém sem conhecimento aprofundado de filosofia, como eu. Por isto, achei melhor pegar o resumo do livro obtido no blog de Sérgio Biagi Gregório para reproduzir aqui:

“Questionado sobre a natureza da alma, Santo Agostinho trata de elaborar o tema através de um encadeamento de perguntas e repostas. Santo Agostinho afirma que alma foi criada por Deus. Ele não sabe dizer de que substância Deus a criou. Sabe, porém, o que ela não é. Ele diz que ela não é material, não tem extensão, não tem profundidade e nem massa. A alma é a parte imaterial do ser humano que preenche todo o corpo, dando-lhe vida e inteligência. Afirma ser algo real, mas não sabe definir esse algo real.”

Até pelas minhas próprias ideias religiosas, à medida que a leitura do livro progredia eu ia concordando, em todos os momentos, com o que Santo Agostinho (354-430) defendia – como por exemplo:

  • ainda que não tenha dimensões materiais, a alma é algo real;
  • a alma não cresce com o tempo;
  • a alma apresenta certo progresso até sem desenvolvimento do corpo;
  • a alma sente o corpo, em todas as partes, mesmo sem ter extensão;
  • não é por sentir em todo o corpo que a alma está difundida por ele;
  • as partes de certos corpos de animais divididos podem viver sem que por isso se divida a alma;
  • e por último, mas não menos importante, somente Deus é superior à alma e somente Ele deverá ser adorado.

E daí? Isto “prova” alguma coisa para quem não crê na existência da alma, e que acredita que qualquer coisa fora do material é pura ilusão? Não, e eu posso “provar” isto pela grande quantidade de ateus que eu vejo diariamente na minha linha do tempo no Facebook.

De todo modo, ninguém precisa acreditar nas ideias de Santo Agostinho para ficar embasbacado com a profundidade de seu raciocínio, com a clareza na exposição das ideias e com sua importância na história da filosofia. Por tudo isto, seus escritos continuam sendo estudados por filósofos de todas as correntes (nem falo em teólogos, porque aí seria covardia).

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