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“Les Ombres Errantes”, de François Couperin
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“Les Ombres Errantes”, de François Couperin
18 de abril de 2018 at 09:37 0
A maioria dos discos para teclado solo do compositor francês François Couperin (1668-1733) que se encontra no serviço de streaming Spotify são executadas no cravo, instrumento para o qual suas músicas foram originariamente compostas. Um dos poucos tocados no piano é este “Les Ombres Errantes”, com o israelense Iddo Bar-Shaï. Tudo parecia, à primeira vista, perfeito no disco: a capa, que me lembrou um visual meio black metal, meio Joy Division; o título, “As Sombras Errantes”; o nome exótico do pianista; os títulos das peças, a cargo do próprio Couperin: “La Muse-Plantine” ("A Musa-Plantinha"), “Le Rossignol-em-Amour” ("O Rouxinol-em-Amor"), “Double du Rossignol” ("O Rouxinol Duplo"), “Les Petites Âges – L’Enfantine” ("As Pequenas Idades - O Infante"), “La Misterieuse” (“A Misteriosa), e por aí vai. O texto da contracapa fala o seguinte:

“Grave, ligeira, majestosa, pitoresca, a obra para cravo de François Couperin, com seus indispensáveis ornamentos e detalhes picantes, nos propõe seguir todas os movimentos da alma do 'maior poeta entre nossos cravistas', segundo a expressão de Debussy. Interpretado ao piano, que traz consigo sua própria cor, estas peças de cravo, em seus climas diferentes, conservam tudo o que faz seu charme.”

As peças do disco são movimentos de composições maiores: estamos, portanto, diante de um “best of”. A sensibilidade do pianista, a delicadeza das composições, as belíssimas melodias, tudo faz com que este “Les Ombres Errantes” cumpra com louvor o que prometia na primeira impressão que eu tive. Belíssimo. Dê uma rápida escutada em “Le Dodo, ou L’Amour ou Berceu: 15ème ordre, 3ème Livre” ou em  "Les Rozeaux: 13ème ordre, 3ème livre"– duas das mais belas peças de Couperin - para você ter uma ideia do que estou falando. (mais…)
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Minhas músicas preferidas: 1. “Hiyah”, de Ashley All Day
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Minhas músicas preferidas: 1. “Hiyah”, de Ashley All Day
16 de março de 2018 at 00:16 0
Eu estava na cama num hotel em São Paulo - tinha acabado de assistir ao show da Ariana Grande - quando vi pelo celular que, finalmente, Ashley All Day tinha lançado seu novo vídeo, “Hiyah”. Comecei a mexer no aparelho, que caiu embaixo da cama, e fui que nem um idiota lá para baixo. A Valéria já estava deitada, e a confusão que eu fiz foi tão grande que ela, com razão, começou a reclamar. Respondi: “A ASHLEY ALL DAY ACABOU DE LANÇAR UM VÍDEO E EU AINDA NÃO VI!” (mais…)
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Minhas músicas preferidas: 2. “X”, de 21 Savage
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Minhas músicas preferidas: 2. “X”, de 21 Savage
13 de março de 2018 at 16:28 0
Ashley All Day está entre duas amigas no banco de trás de um carro. A minha cantora preferida está com cara de paisagem, e um rap é executado. Quando o refrão começa, as três começam a dançar sentadas mesmo, mas não tem como tirar os olhos de Ashley All Day: em poucos segundos, apertada, ela faz várias coreografias - há poucas coisas mais divertidas neste mundo de Deus. (mais…)
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Domenico Scarlatti, Carl Philipp Emanuel Bach
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Domenico Scarlatti, Carl Philipp Emanuel Bach
4 de março de 2018 at 23:17 0
O meu conhecimento de Domenico Scarlatti (1685-1757) veio junto com o da sonoridade áspera – que me chocou muito na época – do cravo. Era na coleção “Mestres da Música”, da Abril, que saiu no início dos anos 80. O fascículo falava da vida do compositor, italiano, que passou as décadas finais da vida em Madri, como músico da corte espanhola. Lá ele compôs cerca de quinhentas sonatas para cravo, a maior parte de composta por um único movimento, que lhe garantiram a imortalidade. Segundo o fascículo da coleção, apesar de ter nascido no mesmo ano de Bach e Haendel, sua obra já prenunciava o rococó e o classicismo – ao contrário do barroco dos dois alemães mais famosos. Mais do que isso, “Mestres da Música” ainda comentava que era possível perceber a influência da música espanhola – notadamente o flamenco - em muitas de suas peças. (mais…)
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Alguns vídeos do Bones
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Alguns vídeos do Bones
15 de fevereiro de 2018 at 20:47 0
Os clipes são parte fundamental da arte de Bones, como os fãs sabem. A utilização do VHS e de diferentes técnicas faz com que seja quase tão legal esperar por seus clipes quanto por seus álbuns. Apresento aqui uma relação de dez vídeos (com os links correspondentes) que dão uma boa ideia deste lado do talento do cara: (mais…)
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Minhas músicas preferidas: 3. “Do You Wanna Know?”, do Arctic Monkeys
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Minhas músicas preferidas: 3. “Do You Wanna Know?”, do Arctic Monkeys
5 de fevereiro de 2018 at 21:26 0
Era uma coisa engraçada: a cada vez que eu ouvia uma música na voz do Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys, eu pensava que devia dar uma chance para esta banda britânica. Há muitos anos eu não acompanho as novidades do rock originário da Inglaterra, de modo que o que sempre acontecia é que eu esquecia do Alex Turner logo depois de ter pensado que sim, eu deveria dar uma chance para o Arctic Monkeys. (mais…)
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Bones: Failure
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Bones: Failure
23 de janeiro de 2018 at 23:04 0
Depois da vinheta inicial, a mixtape “Failure”, lançada por Bones em outubro do ano passado, diz a que veio, na poderosíssima “Hi-Fi” (“Bones, o deus do microfone”). A coisa continua no mesmo nível na viajante “Supressor”, que conta uma história de perseguição numa “noite como nenhuma outra”. A seguinte, “GetAGrip”, com sua base pesada, mantém o nível extremado deste disco: quando Bones diz “tic, toc, tic, toc, tic, toc, seu tempo acabou”, ele parece estar realmente falando a sério. Mais uma vinheta (“GetAGrip”) depois, chegamos na hipnótica “Mulch”, uma das melhores do álbum, em que Bones conta sobre seu sucesso e de sua casa nova numa região de classe alta, por mais que os vizinhos tenham medo dele , porque sabem que ele “não parece pertencer ao lugar”.  “Deadline” é um pouco mais “normal” para o padrão do rapper, que se queixa que “não existe tempo suficiente no dia”, para falar tudo o que tem a dizer. A sombria “YouFeelingLuckyPunk?” (“não tente a sorte, vadia, você não é uma das nossas”) é outra das melhores da mixtape. A próxima é “Ressurrection”, que é o único clipe de “Failure”: Bones canta na rua à noite, no frio, junto com amigos - um deles é Fred Durst do Limp Bizkit. “SometimesTheUglyTruthCanBeBeautiful” é outra ótima faixa, assim como “HolySmokes”. (mais…)
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A.S.C.O
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A.S.C.O
21 de janeiro de 2018 at 11:17 2
A.S.C.O é um garoto de cerca de 23 anos que sempre sonhou em uma ter banda, e que começou a cantar para ajudar um amigo nos trabalhos da faculdade de produção fonográfica dele. Agora ele lançou “Remorso”, seu primeiro EP, cuja maior influência, confessa, é o nothing,nowhere. – nas letras, músicas e na capa do disco. O produtor oilcolor, que trabalhou com o nothing,nowhere., também produz algumas faixas do EP. E sim, aquele toque melancólico e belíssimo que encontramos na banda de Joe Mulherin também encontramos no EP do A.S.C.O. É lindo. Conversei pelo Messenger com o A.S.C.O – que não fala seu nome. Seu objetivo é trazer o estilo do nothing,nowhere. e de bandas semelhantes para o Brasil com a mesma qualidade dos originais. Ele não quer chamar a atenção pela pessoa dele, mas para o gênero – bem como o nothing,nowhere., aliás, banda de uma pessoa só que apenas recentemente revelou seu nome próprio. A.S.C.O não só sonha com a qualidade de produção – ele também sonha em ter sua discografia, fazer shows por aí. No início seu estilo era “emo/hardcore/violão”, e agora é “emo/rap”, que é o estilo com qual ele mais se identifica. (mais…)
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