HIPÓLITO NECROMVNTE
Música

HIPÓLITO NECROMVNTE

11 de julho de 2018 0

HIPÓLITO NECROMVNTE é um rapper de 21 anos residente em Belo Horizonte. Ele está lançando seu primeiro álbum pelo Soundcloud, “SINESTESIA” (https://soundcloud.com/santacadaver/sets/sinestesia), um negócio impressionante, pesado, hipnótico. Não faz feio na ótima cena do rap alternativo atual ($uicideboy$, Bones, ZillaKami x SosMula, Ashley All Day).

Fiz algumas perguntas para o Hipólito, e as respostas seguem abaixo.


Entrevista – “Minha vida não é tão interessante, mas tem algum significado”

Minha história como músico foi mais prematura do que a da maioria das pessoas. Comecei a fazer música com 18 anos, era algo meio rudimentar que só foi tomar forma quando participei, assinando como “SANTA”, na elaboração do segundo álbum da BLΛCK GOΛT CVLT  (https://blvckgovtcvlt.bandcamp.com/album/g) – uma banda de witch house de Cuiabá.

Eu não gosto de fazer shows: toda aquela multidão me irrita. Mas, dependendo das pessoas envolvidas, eu me apresentaria aqui em Belo Horizonte, que tem uma cena bem prolífera em varias vertentes musicais.

Minhas influências mais notáveis são, na escrita, Augusto dos Anjos, Philip K. Dick, Grant Morrison e  Michael Moorcock, que são os autores que mais li. No audiovisual sou viciado em filmes do José Mojica Marins, Walter Hugo Khouri, Satoshi Kon e Makoto Shinkai. Musicalmente – tirando os mais óbvios do rap – o que mais me influencia é a música da subcultura gótica: deathrock, post-punk, darkwave, coldwave.

Prefiro cantar em português por sentir que flui melhor, por conversar mais com minha realidade de jovem assalariado suburbano. Vejo até uns amigos meus cantando em inglês, mas para mim isso é apenas estética pra imitar gringo. Meu objetivo como músico é apenas me expressar e tirar toda essa maldade e ódio que habita em mim. É reconfortante.

Minhas letras são uma bagunça. Algumas eu levo mais a sério, fico dias escrevendo e criando termos que têm camadas de significado para mim; outras eu faço como se fossem uma brincadeira com meus primos da infância rimando, qualquer coisa que ache divertido. As bases dos meus sons são feitas pelos amigos do meu coletivo (https://soundcloud.com/necromancia_label) e outros que conheci por acaso, tanto na vida como na internet – que não deixa de ser uma extensão da vida, né?

Então é isso, Fabricio. Não tenho mais o que comentar: minha vida não é tão interessante, mas tem algum significado.

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