Morrissey não facilita as coisas. Com a carreira que teve, seja nos Smiths seja como cantor solo, poderia facilmente ter recebido o título de “sir” das mãos da Rainha Elizabeth, como Paul McCartney e Mick Jagger. Mas ele chama a monarquia inglesa de “fascista”. Ele poderia fazer shows só com grandes sucessos, mas é mais fácil descobrir pra onde vai o dólar ano que vem do que saber que músicas ele vai cantar em cada turnê. Ele poderia ter voltado com os Smiths e encher estádios mundo afora. Mas prefere encher teatros com sua carreira solo. Depois do sucesso de sua Autobiografia, ele poderia ter feito que nem eu e ter tentado escrever um romance no mesmo estilo dos de Ian McEwan (ou de Javier Marías, ou de Amós Oz, ou de Jonathan Franzen, não importa). Neste caso ele provavelmente teria escrito um bom livro, e as críticas se dividiriam (como aconteceu com sua Autobiografia, aliás): alguns iriam chamar seu romance de obra-prima, outros o chamariam de “lixo” (como, aliás, também acontece com a maioria de seus discos solo). Mas não. Ele escreveu “List of the lost”.
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