Tenho praticamente certeza de que nunca vou gostar tanto de uma série como de “Arquivo X”. Não só tenho a série completa em DVD como já comentei sobre ela em dois livros, “Rua Paraíba” e “Memórias”, que espero conseguir publicar nos próximos anos.
Mas duas séries que assisti recentemente, reconheço, têm qualidade tão acima do normal que fico na dúvida a respeito de qual, realmente, é a melhor série a que já assisti.
“Sharp Objects”, na verdade, é uma minissérie, já que nunca foi prevista uma continuação. Produzida pela HBO (eu assisti no serviço Now, da Net), em oito capítulos de cerca de 50 minutos cada um, ela conta a história de uma jornalista investigativa, Camille Preaker (vivida brilhantemente por Amy Adams), que tem problemas com alcoolismo e autoagressão e que volta à sua pequena cidade natal para fazer uma reportagem sobre assassinatos de adolescentes que estão ocorrendo no local. Sua mãe, a pessoa mais rica da cidade, tem um péssimo relacionamento com Camille, e a “volta para casa”, de modo geral, é marcada por incompreensão. Mas a grande qualidade da minissérie é o clima de tensão permanente que ela consegue criar: a cada segundo parece que uma tragédia vai acontecer. Brilhante.
Já escrevi aqui sobre “O Conto da Aia”, ótimo romance da canadense Margaret Atwood. A série baseada no livro, chamada aqui no Brasil por seu nome original “The Handmaid’s Tale”, já teve duas temporadas (a primeira teve dez episódios, a segunda, treze, com duração média de cerca cinquenta minutos). A produção é do serviço americano de streaming Hulu, e passa aqui no Brasil no canal Paramount Pictures (também assisti no serviço Now).
Conforme comentei no texto sobre “O Conto da Aia”, a história fala de um “futuro relativamente próximo”, em que “uma seita religiosa radical assassina o presidente dos Estados Unidos e metralha o Congresso, tomando então o poder. O país passa a se chamar Gilead e a vida das pessoas sofre transformações violentas: boa parte das mulheres têm de viver juntas, como se fossem freiras, e para cada função feminina – esposa, aia, ‘tia’ – elas têm que usar roupas com cores que remetam à sua função na sociedade. (…) A religiosidade, de teor cristão, que os governantes de Gilead impõem sobre a população é opressiva, e domina todos os aspectos da vida das pessoas”.
A primeira temporada de “The Handmaid’s Tale” é bastante fiel ao livro, e a segunda, até por falta de material original, tem novas – e assustadoras – histórias. É impressionante como a série conseguiu captar o espírito do livro.
Então, quais são as minhas séries preferidas? Já não sei, haha.
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