Serginho Groisman
Televisão

Serginho Groisman

28 de setembro de 2015 0

Não sou grande fã de programas de entrevistas e/ou de auditório. De todo modo, conversando dia desses com meu amigo Marcelo Stahlhoefer, este me chamou a atenção para o fato de que o Serginho Groisman tem basicamente o mesmo programa desde o tempo do SBT, nos anos 90. O Marcelo, que é mais novo que eu, ficou espantado quando eu lhe disse que o formato do programa continua o mesmo desde o tempo na TV Cultura – quando o atual “Altas Horas” se chamava “Matéria Prima”, ainda nos anos 80.

Não assisto sempre o “Altas horas”, mas dá para saber que as entrevistas sempre estão presentes no programa, do mesmo modo que a presença de Laura Müller falando sobre sexo. Outros quadros vêm e vão.

No “Altas horas”, Serginho Groisman evita dar muitas opiniões próprias, e costuma deixar o convidado falar o que quiser – numa flagrante diferença com outro entrevistador que tinha passado pelo SBT com um programa que não se modificou ao passar para a Globo, o Jô Soares. Já ouvi gente se queixando que ultimamente têm ido muitos sertanejos no “Altas Horas”: o problema é que – independente de se gostar ou não do estilo musical deles (eu odeio) – não só os cantores sertanejos fazem um sucesso estrondoso como costumam ser muito mais simpáticos e se levar muito menos a sério que artistas, como direi, “sérios” (ou seja lá o termo que se utilize).

Quando é entrevistado em outros programas, Serginho Groisman costuma chamar a atenção para o fato de que não há diferença de iluminação entre a plateia e os convidados: para ele, todos têm a mesma importância. Apenas num quadro antigo a plateia ficava no escuro: era quando algum anônimo do público vinha até o palco para ser entrevistado.

Em termos de vida pessoal, parece que o Serginho Groisman, antes de casar, mesmo com todo o sucesso morava num pequeno apartamento em São Paulo. Além disso, não se vê o sujeito em revistas ou sites de fofocas e/ou badalação.

Tudo isso faz com que ele tenha um sucesso realmente profundo e duradouro com muita, mas muita gente jovem por aí. Como escreveu o José Augusto Lemos sobre um show de grande sucesso de Morrissey em Los Angeles no início dos anos 90 (cito de memória), “é muito bom quando alguém que parece tão íntimo faz um sucesso estrondoso seguindo as próprias regras”.

O mesmo eu poderia dizer de Serginho Groisman.

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