Como será que os ateus acham que é a vida de um religioso? É claro que a tendência de muitos deles é achar que os que acreditamos em Deus somos ingênuos e iludidos, mas não é esta a questão aqui. Quantos ateus (ou agnósticos, isto não importa) pensam que nesta “ilusão” que é a crença em Deus reside uma tranquilidade fundamental? Quantos ateus acham que a vida é muito mais fácil para quem tem fé? Eu lembro da atriz Maria Ribeiro, por exemplo, falando para outra ateia, Marília Gabriela, que ela gostaria de acreditar em algo para diminuir sua angústia.
É óbvio que a crença em Deus traz uma tranquilidade, digamos, de longo prazo. Mas se alguém acredita que a fé leva embora boa parte das angústias da existência, lamento informar: isto está muito longe de ser verdade. Como Luiz Felipe Pondé não cansa de repetir, Deus parece gostar de maltratar quem ama. Vejamos, por exemplo, o que Jó (3:2-3) fala depois que se abatem diversas desgraças sobre sua vida:
Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
É quase a mesma coisa que Jeremias (20:14-15) fala em outra ocasião:
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