Em 1945, Norma Jeane recebeu do fotógrafo de origem romena André de Dienes a seguinte proposta: por cem dólares semanais (cerca de mil e quatrocentos dólares no dinheiro de hoje), mais roupas e despesas, os dois viajariam pelos Estados Unidos para que ela posasse para ele. Norma Jeane – a futura Marilyn Monroe – era uma garota de dezenove anos, recém-casada e que queria se estabelecer como modelo e atriz em Hollywood.
“Marilyn” (Taschen, 616 páginas, edição em espanhol) é um livro de arte que mostra as melhores fotos que André de Dienes tirou do mito do cinema, assim como os longos trechos do diário do fotógrafo que tratam da atriz. O resultado é um retrato carinhoso da então aspirante a atriz e modelo, feito por seu primeiro fotógrafo importante.
“Marilyn” conta principalmente o dia-a-dia das viagens que os dois fizeram no início da carreira dela, entre momentos verdadeiramente idílicos e alguns perigos (André de Dienes chegou a ter parte de seu equipamento fotográfico roubado em uma das paradas). Os dois andaram pelos Estados Unidos de costa a costa, dormindo em hotéis e parando em locais com paisagens que pudessem resultar em belas fotos. Norma Jeane estava quase sempre bem-disposta, alegre e esperançosa quanto ao futuro. Seu carisma pessoal não escapou ao fotógrafo, que rapidamente se apaixonou pela futura atriz – mas o sentimento nunca foi recíproco, apesar de os dois terem tido um rápido caso. “Marilyn” ainda conta a continuação do convívio entre Dienes e a atriz, que foram mantendo contatos cada vez mais esparsos à medida que os anos passaram.
Para os fãs da atriz, como eu, o livro é um deslumbre: por mais que a grande maioria das fotos do livro mostrem uma “Norma Jeane” que ainda não era exatamente a “Marilyn Monroe” que o público conheceu, a pureza de alma e o magnetismo pessoal da futura atriz já estão lá, nas fotos e no olhar deslumbrado do fotógrafo André de Dienes.
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