Os subúrbios de classe média alta americanos, com seus jardins perfeitos, casas lindas, terrenos sem muros e vizinhança gentil (e fútil) são famosos no mundo inteiro – e são objeto de filmes como “Mulheres Perfeitas”, com Nicole Kidman. Até mesmo uma comédia clássica francesa (“Mon Oncle”, de Jacques Tati) e um episódio do seriado Arquivo X (“Arcadia”) têm este tipo de bairro como parte importante de suas histórias.
Pois é para um bairro lindo e perfeito desses que as boas pessoas vão depois da morte, segundo o seriado “The Good Place”, da Netflix. Mais que isso, computadores escolhem para cada pessoa no “bom lugar” sua alma gêmea, de modo que os casais assim criados passem a eternidade de forma amorosa e perfeita, em casas especialmente decoradas segundo o gosto de cada um.
A “alma gêmea” reservada para Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) é Chidi Anagonye (William Jackson Harper), um professor universitário de ética. Mas “The Good Place” é uma comédia, então as coisas têm que começar a dar errado para garantir as risadas dos espectadores: o fato é que Eleanor parece não ter cometido uma única boa ação em toda a sua vida na Terra e logo descobre que está no “good place” por engano, no lugar de uma homônima. A “heroína” de “The Good Place”, obviamente, quer ficar onde está e não que ir para o “bad place” de jeito nenhum. Casada pela eternidade com um professor de ética, Eleanor Shellstrop tenta melhorar de caráter para ficar – e a série está só começando.
Em suas duas temporadas até agora – a terceira já está garantida -, “The Good Place”, com seus episódios curtíssimos (de pouco mais de 20 minutos cada um) e ótimas interpretações – com destaque para Kristen Bell e Ted Danson, no papel de Michael, o “manda-chuva” do lugar -, não só é divertidíssima como induz a profundas (!) discussões sobre ética e comportamento.
A série perdeu um pouco a mão na segunda temporada, mas nada que me impeça de aguardar com uma ótima expectativa pela terceira.
0
There are 0 comments