Ana Paula Padrão
Televisão

Ana Paula Padrão

12 de abril de 2016 0

Ana Paula Padrão tem 35 anos, nasceu em Brasília, tem 1,63 m de altura e 51 quilos. Fez balé dos 6 aos 19 anos, tendo inclusive dado aulas e pensado seriamente em se tornar bailarina. O balé lhe rendeu 3 joanetes em cada pé, e ela ainda se emociona quando se lembra do tempo em que dançava. Sua juventude foi passada na efervescente Brasília dos anos 80, tendo sido contemporânea dos Paralamas do Sucesso, da Legião Urbana e do Capital Inicial. Não era amiga pessoal destes grupos, mas conheceu todos eles em “algum momento” – viu inclusive muitos shows do Dinho Ouro Preto, do Capital, em “galpão, garagem mesmo”.

Já estava na faculdade de jornalismo da Universidade Federal de Brasília quando começou a trabalhar, em 1985, na Rádio Nacional de Brasília. Logo foi convencida a fazer um teste na retransmissora da TV Manchete, e foi contratada (saiu de lá, diretamente para a TV Globo, em 1987 – e está na Globo até hoje).

Suas principais áreas de atuação são a economia e a política. Começou a ter destaque na área de economia durante a crise de desabastecimento de carne do Plano Cruzado, em 1986. Ela era uma repórter do jornal local da Globo em Brasília e cobria todo o tipo de notícia, mas como tinha feito um programa de rádio dirigido ao pequeno produtor rural (no início da carreira) entendia mais do assunto que os outros repórteres, e sempre acabava sendo chamada para fazer matérias de economia. Mais tarde, fez diversos cursinhos nesta área, e chegou a cursar, como ouvinte, um curso regular de economia numa universidade privada em Brasília. No ramo da política, entre outras coisas cobriu diversas CPIs no Congresso.

Foi correspondente internacional em Londres e Nova Iorque. As maiores reportagens que fez nesta fase foram na Guerra do Kosovo e no Afeganistão. No Kosovo ela cobriu a saída dos sérvios quando da ocupação do território pelas tropas da OTAN – uma situação tensa, onde ela chegou a correr risco de vida (alguns correspondentes estrangeiros realmente foram assassinados pelos sérvios na retirada do Kosovo). Já a reportagem no Afeganistão foi um dos grandes destaques da TV brasileira dos últimos anos. Ela conseguiu um visto do Taliban (grupo islâmico radical que domina 90% do Afeganistão com um regime despótico e cruel, criticado até mesmo pela grande maioria dos outros países muçulmanos) após dois anos de negociações. Para conseguir o visto ela teve que assinar um documento se comprometendo a não filmar, não fotografar, não conversar com e não entrar na casa de nenhum afegão. Filmagens só as permitidas (de prédios, por exemplo). Para burlar a proibição, ela filmava e entrevistava a população com micro-câmaras, e guardava os filmes embaixo da própria roupa (segundo ela, no final da viagem ela estava “grávida” de filmes). Estes filmes clandestinos mostram um país destroçado, miserável, sem nenhum tipo de lazer que não seja a droga (o ópio é vendido livremente, e é um fator de recursos para o governo Taliban) e onde as mulheres não têm direito de trabalhar (se ficam sem parentes só resta a elas pedir esmolas) e nem sequer direito à assistência médica. Quando as autoridades do Taliban começaram a desconfiar das filmagens, Ana Paula Padrão entregou para elas as duas fitas menos importantes e fugiu com sua equipe, atravessando o país de carro (passando inclusive duas noites no deserto).

Desde agosto de 2001 ela é a âncora do Jornal da Globo, que é produzido em São Paulo, e tem mantido estáveis e satisfatórios 14 pontos no Ibope. Para realizar o jornal, ela segue a seguinte rotina: acorda em torno das 10 da manhã, lê os jornais enquanto toma café, e ainda de casa dá os primeiros telefonemas para suas fontes. Almoça em casa, e já às 16 horas está na Globo para a primeira reunião de trabalho do jornal que entra no ar em torno das 23h30min. Ela participa de todas as etapas na criação do jornal, e sobe na bancada dez minutos antes do jornal entrar no ar. De novo em casa, demora para “desligar”, e só consegue pegar no sono aí pelas 3 da manhã.

Ana Paula Padrão se veste formalmente, é discreta, usa batons e esmaltes discretos, e se irrita com o tempo que tem de passar todos os dias se maquiando para apresentar o jornal, pois, segundo ela, poderia estar trabalhando. Ela também diz que sua pele “branca demais” e a iluminação do Jornal da Globo é especial, a fim de disfarçar um pouco. Tem três graus de mipoia, sempre usou óculos (continua a usar, longe das câmeras) e passou a usar lente depois de não conseguir ler o placar do Congresso numa entrada ao vivo na TV (seus óculos caíram da platéia do Congresso para o Plenário). Algumas pessoas invejosas falam que o cabelo dela é duro demais. Trabalha doze horas por dia e “não gasta um minuto do dia preocupada com beleza”. Está separada, depois de um casamento de 14 anos com o jornalista Marcelo Netto. Segundo ela, abriu mão de muitas coisas por causa do jornalismo – ainda não teve filhos. Não revela o quanto ganha, e nem se está namorando. Aproveita bastante o tempo de lazer nos fins de semana, e hospeda em seu belo apartamento de quatro dormitórios parentes e amigos. Sua especialidade na cozinha é o risoto. Ouviu Smiths quando “ninguém no Brasil sabia o que era” – mas hoje prefere jazz e blues, mas não se fecha para novidades na música. Ela também fuma. É destemida, corajosa e simpática, mas ainda se incomoda com o assédio dos fãs – que, pela gritaria masculina que causou recentemente no programa de entrevistas do Jô Soares, devem ser muitos.

Na internet você vai poder ver algumas fotos de Ana Paula Padrão, e poderá discordar dela quando ela diz que não é bonita – segundo ela, “bonita é a Michelle Pfeiffer”.

(Texto escrito em 2001)

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