Eu já tinha saído inebriado dos dois shows mais recentes do Los Hermanos aqui em Curitiba, e os textos sobre os dois shows estão aqui no site. O segundo deles, no Cine Música Bar, foi no início da turnê de 2003 (13 de junho) e acabou sendo tão emocionante que os músicos se abraçavam no final como se tivessem ganho um campeonato de futebol. Como conseqüência, Rodrigo Amarante prometeu ao público que voltaria a Curitiba antes do final da turnê – e o show realizado em dezembro acabou cumprindo esta promessa.
O local escolhido, o Espaço Callas (o antigo Aeroanta), acabou se revelando deficiente em muitos aspectos. A acústica é bem pior do que a do Cine Música Bar – e o problema maior nem foi esse. Além do local ser pouco ventilado, as saídas são mal planejadas e o público foi muito grande para a capacidade do lugar. Graças a isto, ir embora do local foi complicadíssimo, graças ao empurra-empurra que durou “muito tempo” para quem estava ali dentro.
Mesmo assim, se não tivesse ido nos dois shows anteriores eu provavelmente teria achado este maravilhoso. A banda tocou com a competência habitual e quem tem no repertório, entre outras, pérolas como “Sentimental”, “De Onde Vem A Calma”, “Tá Bom” e “A Outra” nem tem muito com o que se preocupar. Falar que eles são uma das melhores bandas que já apareceram no rock brasileiro já virou lugar comum.
Mas ficou faltando algo. A banda parecia menos entusiasmada do que nas vezes anteriores – e relatos que obtive sobre a aparência cansada dos músicos após o término do show só vieram a corroborar a opinião que eu tinha tido antes.
Sei lá. Possivelmente eu estava esperando demais. De todo o modo, foi uma satisfação ouvir o Los Hermanos tocando “Anna Júlia” – que eles não tinham tocado nos dois shows anteriores. Aliás, que eles não tocavam desde junho do ano passado.
(publicado no Mondo Bacana em 2003)
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