Esporte

Os melhores jogos do Campeonato Paranaense

21 de setembro de 2015 0

Para Francisco Genaro Cardoso – em seu “História do Futebol Paranaense” – o melhor jogo em Campeonatos Paranaenses (até 1975) ocorreu a 17 de janeiro de 1931, com a vitória por 5 a 4 do Coritiba sobre o Palestra Itália (um dos times que acabaram originando, após duas fusões, o Paraná Clube).

O Palestra vinha arrasador no campeonato de 1931, com sonoras goleadas (16 a 0 sobre o Paranaense, 8 a 1 sobre o Guarani e sobre o Ferroviário, 15 a 2 sobre o Aquidaban e 6 a 1 sobre o Poti). No jogo em questão, já na primeira etapa o Palestra vencia por 2 a 0. O Coritiba acabou fazendo seu primeiro tento, mas logo o grêmio palestrino assinalou 3 a 1. Foi aí que ocorreu a sensacional virada coxa: 5 a 3. Quando o Palestra marcou seu quarto gol, boa parte de sua torcida já tinha se retirado do estádio – é preciso que se diga que muitos torcedores do Glorioso se retiraram quando o jogo ainda estava 3 a 1 (seriam estes os cornetas da época?).

Segundo Genaro Cardoso, testemunha ocular da partida, foi um jogo de 90 minutos de suspense. Houve belíssimas jogadas por parte de ambos os times, e sensacionais defesas dos dois goleiros – Rei, do Coritiba, e Mansur, do Palestra Itália. A vitória acabou sendo decisiva para que o Coritiba se sagrasse Campeão Paranaense em 1931, já que este acabou terminando o torneio com apenas um ponto a mais que o Palestra – na época o regulamento previa turno e returno com pontos corridos.

No que me diz respeito, o melhor jogo do Campeonato Paranaense de todos os tempos foi a final de 1999, em 10 de julho: Coritiba 2 x 2 Paraná Clube. O Verdão não se sagrava campeão há exatos dez anos e necessitava de apenas um empate para atingir seu objetivo (as partidas anteriores da série final resultaram numa vitória do Coritiba por 1 a 0 e num empate em 2 a 2).

O jogo começou pessimamente para o Coxa: 2 a 0 para o Paraná já com 15 minutos do primeiro tempo. Pouco depois Cléber fazia um gol de falta, diminuindo a contagem para o Glorioso; o empate só viria aos 32 minutos da etapa final, num belo chute de Darci – que tinha entrado pouco antes na partida.

Foi uma alegria enorme para a torcida do Coritiba – e uma felicidade especial para mim, que não entrava num campo de futebol há pelo menos cinco anos. A minha volta aos estádios, neste dia, foi tão bem-sucedida que acabei voltando a ser o torcedor vibrante e participativo que tinha sido até, mais ou menos, 1992.

Alguém poderá me questionar se a minha escolha de melhor jogo em Campeonatos Paranaenses foi baseada em critérios técnicos – como fora aquela do professor Genaro Cardoso.

A resposta simples é: não. Minha escolha é baseada no critério paixão, o único que realmente me importa.

(publicado no COXAnautas em 8/março/2004)

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