Em seu site no myspace, Numinas, o único integrante da banda americana Krohm, declara que começou o grupo (em 1995) para “escrever o mais sombrio, depressivo e emocionante black metal que se possa conceber”. O Krohm, ainda segundo o seu integrante solitário, “não faz parte de nenhum movimento musical da atualidade – é uma música puramente individual, pessoal, escrita e executada” apenas para ele mesmo.
O Krohm “nunca tocou e jamais tocará ao vivo” – restam portanto, seus discos. Além de algumas demos, a banda lançou dois álbuns sensacionais, “A World Through Dead Eyes”, em 2004, e The Haunting Presence, de 2007 (provavelmente, ainda melhor que o anterior). É um som lento, depressivo, mas nem assim tão sombrio como quer o autor. Explico.
Quem já ouviu a música Dunkelheit, clássico do Burzum, entende do que estou falando. Por trás do vocal assustador e doente, e das camadas de ruídos que irritam o gosto musical comum, há uma melodia bonita, pungente, quase como uma canção de ninar. O Krohm é outro mestre em juntar o horroroso com o belo. Junto com a sonoridade assustadora, melodias que não fariam feio em um disco de lieder de Schubert.
(publicado no blog do Mondo Bacana em 19 de janeiro de 2009)
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