julho 2015

“La otra orilla” e “Bestiario”
Literatura
“La otra orilla” e “Bestiario”
24 de julho de 2015 at 05:37 0
No prefácio de La otra orilla, o autor Julio Cortázar avisa que os contos curtos que compõem a coletânea têm uma "estrutura frágil", mas precisam estar juntos: "quem sabe mereçam estar juntos porque do desencanto de cada um cresceu a vontade do seguinte". O prefácio é de 1945, os contos foram escritos entre 1937 e 1945, mas o livro só foi publicado postumamente, em 1995. Má vontade do autor com suas obras iniciais, obviamente inspiradas em Jorge Luis Borges: as histórias fantásticas de La otra orilla, afinal, prendem a atenção o tempo todo. Alguns destaques: em Las manos que crecen as mãos do personagem crescem desmesuradamente em uma briga; Llama el teléfono, Delia conta uma história sobrenatural de vida após a morte; Puzzle é um ótimo conto policial; e Bruja discorre sobre uma moça que consegue construir literalmente qualquer coisa. (mais…)
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Sobre a ira / Sobre a tranquilidade da alma, de Sêneca
Literatura
Sobre a ira / Sobre a tranquilidade da alma, de Sêneca
23 de julho de 2015 at 05:32 2
Segundo a introdução da edição da Penguin-Companhia das Letras de “Sobre a ira / Sobre a tranquilidade da alma”, de Sêneca (4 a.C - 65 d.C), o discurso filosófico foi utilizado pelo grande pensador romano “não como uma atividade estritamente intelectual, mas como um meio para estimular nos leitores determinada disposição interior que pudesse resultar na prática de condutas estabelecidas como positivas pela doutrina moral estoica, da qual Sêneca sempre se manteve adepto e foi um importante divulgador”. (mais…)
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“Minha querida sputnik”, de Haruki Murakami
Literatura
“Minha querida sputnik”, de Haruki Murakami
22 de julho de 2015 at 05:44 0
Na véspera do anúncio do Prêmio Nobel de 2014 (vencido pelo francês, que até então eu desconhecia, Patrick Modiano), os jornais noticiavam que o grande favorito para a conquista do prêmio era o japonês Haruki Murakami. Apesar de não ser o primeiro ano em que ele constava como favorito à conquista do Nobel, estranhei assim mesmo. (mais…)
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Skagboys, de Irvine Welsh
Literatura
Skagboys, de Irvine Welsh
21 de julho de 2015 at 05:14 0
Sick Boy é um manipulador frio e calculista. Faz literalmente qualquer coisa por sexo. Para obter o que quer, chega a iniciar no vício em heroína uma menina de quinze anos que acabara de perder o pai e cuja mãe estava na cadeia. Spud não tem qualquer interesse na vida que não seja a heroína. Mas é um bom sujeito, preocupado com animais, incapaz de fazer mal a quem quer que seja. Renton é um intelectual. Excelente aluno, tinha tudo para se formar com brilhantismo numa universidade de alto nível. Só que largou o curso por causa do vício e isto não chega a ser uma tragédia sob seu ponto de vista, já que quer continuar viciado. Begbie é o único que nunca usa heroína. É um sujeito que gosta de verdade dos amigos e vibra com as suas vitórias. Mas é violentíssimo e costuma quebrar ossos de adversários durante brigas. (mais…)
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Eureka
Ciência, Literatura
Eureka
20 de julho de 2015 at 04:58 0
No prefácio de Eureka - livro que comprei em 1986 e que só li agora (vê se pode) - do grande poeta e contista Edgar Allan Poe, Júlio Cortázar comenta que o grande valor deste estranho ensaio está na poesia: a tentativa de Poe de explicar a criação do Universo com pouquíssima base na física e na matemática seria, segundo W.H.Auden, o mesmo que fazer em inglês e no século XIX o que Hesíodo e Lucrécio haviam feito em grego e latim muitos séculos antes. A ideia principal de Eureka é mais ou menos o que segue. No princípio, toda a matéria do Universo estava concentrada em uma única Unidade. Um Ato Divino espalhou esta matéria pelo espaço e a ação da gravidade, posteriormente, faria com que toda a matéria tentasse voltar ao estado original por "condensação". Isto aconteceria por todo o Universo: no Sistema Solar, por exemplo, a condensação faria com que a matéria voltasse, aos poucos, ao seu centro específico (o Sol). À medida que esta condensação acontecia, alguns pedaços iriam se separando: por isto, segundo Poe, Netuno (na época - como hoje, aliás - o último planeta do Sistema Solar) foi o primeiro planeta a se desprender. A condensação continuou, e então Urano surgiu... e assim por diante, até Mercúrio se desprender por último. (mais…)
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Cinco coisas sobre mim
Impressões
Cinco coisas sobre mim
19 de julho de 2015 at 04:53 0
Fui desafiado pela minha filha Teresa Müller a falar 5 coisas sobre mim que não estejam relacionadas à literatura. 1 - Sou fã de Bones e de Morrissey. Ou de Morrissey e Bones. 2 - Eu escolho um prato em cada restaurante que vou e nunca mudo. (mais…)
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Nikolai Gógol
Literatura
Nikolai Gógol
18 de julho de 2015 at 05:28 0
De tempos em tempos, resolvo vender uma boa quantidade de livros aqui de casa. Raramente me arrependo de ter me desfeito de algum, mas com Almas mortas, de Nikolai Gógol, a coisa foi diferente. É um livro inacabado e genial. A ideia é mais ou menos essa: um sujeito de caráter para lá de duvidoso, Tchitchikov, vai de fazenda em fazenda na Rússia do século XIX para comprar o direito de propriedade sobre camponeses que já estavam mortos de fato - mas não oficialmente. A ideia por trás do negócio de Tchitchikov era, com a posse de todos estes camponeses, conseguir um grande empréstimo para comprar uma fazenda.
Voltando ao livro do qual eu tinha me desfeito: um belo dia fiquei com saudades de Almas mortas e, graças ao site Estante Virtual, consegui obter uma edição da Editora Abril usada, semelhante àquela que eu tinha vendido. O romance era tão bom quanto eu me lembrava! Os fazendeiros russos, com sua avareza e mediocridade, são descritos com grande vivacidade e brilho - isto sem contar o inusitado da história. O fato de Nikolai Gógol ter praticamente enlouquecido durante a elaboração do livro e ter queimado metade dele depois de havê-lo reescrito duas(!) vezes não impede que a parte que foi publicada, sozinha, ter dado o status de obra-prima para Almas Mortas. (mais…)
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5 milhões de não judeus mortos
História
5 milhões de não judeus mortos
15 de julho de 2015 at 17:50 0
Seis da tarde de quarta-feira, amanhã e sexta vão ser feriados, e eu não trabalho desde ontem. (mais…)
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