A noite da tempestade
Oh, as horas rubras da noite!
Flamejante, a videira louca na janela
Se balança trançada no azul
Onde se aninham os espectros de angústia.
Poeira dança nos esgotos fétidos.
O vento estala sobre os vidros.
Cavalos selvagens, as nuvens cegantes
São perseguidos com fúria pelos relâmpagos.
O espelho do lago estoura.
As gaivotas ganem nos caixilhos das janelas.
O cavaleiro de fogo, saltando da colina,
Se esboroa em chamas nos pinheiros.
No hospital gritam os doentes.
Azul, sopra a plumagem da noite.
Subitamente cai resplandescente,
A chuva nos telhados.
Crepúsculo de inverno
Para Max von Esterle
Negros céus de metal.
Cruzes em vermelhos furacões assopram
Gralhas bêbadas de fome
Sobre os parques pálidos e desgostosos.
Um raio gela nas nuvens;
E os blasfemos de Satã
As faz girar e em seguida
Pousar, em número de sete.
Na carniça enjoativa e insípida
Seus bicos ceifam em silêncio.
Ameaças das casas em mudas proximidades;
Iluminada, a sala do teatro.
Igrejas, pontes e hospitais
Se endireitam medonhos no claro-escuro.
Roupas brancas ensanguentadas incham
Os véus sobre o canal.
(poemas traduzidos da versão francesa de Jacques Legrand)
0
There are 0 comments