Ninguém aqui em Curitiba sabia ainda quem era Maradona quando meu avô assistiu a um especial com uma série de jogadas do argentino, espetaculares. Ele ainda jogava no Argentinos Juniors, nem para o Boca Juniors tinha ido ainda.
A partir daquele momento, para meu avô Pelé não existia mais. Maradona era muito melhor.
Continuou repetindo isso para quem quisesse ouvir, enquanto viveu.
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Eu tinha a foto que acompanha este texto, obtida da revista Veja, colada na parede do meu quarto. Ela foi tirada praticamente no momento em que a Alemanha empatou o jogo no final da Copa de 1986, depois de estar perdendo de dois a zero: enquanto todos os argentinos estão desesperados, Maradona levanta a mão, em posição de desafio.
A Argentina ganhou a Copa.
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Assisti ao jogo Brasil x Inglaterra do lado do meu amigo João Roberto Liparotti. Nenhum de nós dois viu que Maradona fez gol com a mão, mesmo depois de vários replays.
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Maradona torcia para o Boca Juniors, grande rival do meu time na Argentina, o River Plate. Isso não impediu que o Millonario postasse dois tweets lindos sobre o grande campeão, reproduzidos abaixo:
Mais importante que isso ainda, acho, é o abraço que o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, dá no grande campeão numa partida em 2019, quando o Millonario jogou com o Gimnasia, time que Maradona treinava na ocasião – veja o video, numa reportagem ainda com mais algumas informações, aqui.
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Finalmente, quem foi melhor, Pelé ou Maradona? Eu acho que esse é um assunto inútil e divertido.
Mas se fosse para eu responder, eu faria uma relação com o xadrez: normalmente os analistas deste esporte dizem que os jogadores de hoje em dia ganhariam dos melhores do passado, se estes pudessem ser teletransportados para o dia de hoje, simplesmente porque aprenderam com quem veio antes. Então, não tem como fazer uma comparação justa.
Do mesmo modo, para mim, no futebol comparações entre jogadores de épocas diferentes são injustas por natureza.
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Descanse em paz, Maradona.
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