Ted Bundy (1946-1989) foi um assassino serial americano que assumiu o assassinato de 30 mulheres, quase todas jovens e morenas, entre 1974 e 1978 em seis estados americanos – mas que possivelmente matou ainda mais. Ele era bonito, charmoso, e conseguia passar uma imagem gentil e bem-sucedida, de tal modo que os membros da igreja em que frequentava na Flórida – o último estado em que cometeu crimes – fizeram uma campanha para inocentá-lo quando ele foi preso: eles não conseguiam se conformar que um rapaz tão inteligente e bem-apessoado pudesse ser incriminado por crimes tão horrendos – ele matava suas vítimas com requintes de violência, frequentemente as estuprando vivas ou mortas.
É este personagem sombrio, a primeira pessoa a ser chamada de “serial killer”, o tema da excelente série documental da Netflix “Conversando com um serial killer: Ted Bundy”, com quatro episódios de cerca de 50 minutos cada um. A base para o documentário são as cem horas de gravação que o jornalista Stephen Michaud fez com o assassino quando este já estava no corredor da morte. Ted Bundy passa boa parte destas muitas horas negando qualquer envolvimento com os crimes dos quais era acusado, mas quando o jornalista pede que ele descreva os crimes na terceira pessoa ele começa a descrevê-los de maneira “hipotética”.
O documentário alterna áudios das gravações com imagens de arquivo, entrevistas com amigos do assassino, vítimas, policiais e promotores. A história que se desenrola para o espectador é tão estranha que parece ficção: Ted Bundy teve uma infância aparentemente normal, estudou psicologia e depois direito, pediu para se defender em seus julgamentos, conseguiu fugir duas vezes depois de preso – e em cada uma delas conseguiu cometer mais crimes.
As muitas fotos em preto e branco das garotas assassinadas, enquanto ainda estavam vivas, dão um nó na garganta do espectador.
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