A Idade Média é conhecida como uma época de obscurantismo, ignorância, trevas, essas coisas todas. Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., os povos bárbaros passaram a impor seus próprios costumes à toda Europa Ocidental, e a tradição de toda a cultura clássica foi mantida, a duras penas, graças principalmente aos monastérios da Igreja. O controle político da região do entorno do Mediterrâneo, antes a cargo do Império Romano, foi se esfacelando até que se estabilizou num sistema fragmentário, o Feudalismo.
A história desta época, que durou em torno de 1000 anos – normalmente seu fim é situado na queda de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, em 1453 -, é contada com grande quantidade de detalhes no ótimo “A civilização do Ocidente medieval”, do importante medievalista Jacques Le Goff (Vozes, 390 páginas). Basicamente todos os aspectos da sociedade medieval são cobertos pelo livro: as invasões bárbaras e a queda do Império Romano do Ocidente; os meios de subsistência (e a fome); o sistema político; a cultura; a vida privada; a influência decisiva da Igreja nas mentalidades, as heresias e o paganismo resistente.
Uma coisa engraçada na leitura do livro de Le Goff é que a história que ele conta e a época que ele descreve são fascinantes que fiquei meio sem saber se a Idade Média é mesmo uma era de trevas: na verdade, esse é o tipo de simplificação que não leva a nada.
(Ilustração que acompanha o texto: Papa Leão III coroa Carlos Magno imperador no ano 800. Iluminura, séc. XIII. (Wikimedia Commons), obtido aqui.)
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