Depois da vinheta inicial, a mixtape “Failure”, lançada por Bones em outubro do ano passado, diz a que veio, na poderosíssima “Hi-Fi” (“Bones, o deus do microfone”). A coisa continua no mesmo nível na viajante “Supressor”, que conta uma história de perseguição numa “noite como nenhuma outra”. A seguinte, “GetAGrip”, com sua base pesada, mantém o nível extremado deste disco: quando Bones diz “tic, toc, tic, toc, tic, toc, seu tempo acabou”, ele parece estar realmente falando a sério.
Mais uma vinheta (“GetAGrip”) depois, chegamos na hipnótica “Mulch”, uma das melhores do álbum, em que Bones conta sobre seu sucesso e de sua casa nova numa região de classe alta, por mais que os vizinhos tenham medo dele , porque sabem que ele “não parece pertencer ao lugar”. “Deadline” é um pouco mais “normal” para o padrão do rapper, que se queixa que “não existe tempo suficiente no dia”, para falar tudo o que tem a dizer. A sombria “YouFeelingLuckyPunk?” (“não tente a sorte, vadia, você não é uma das nossas”) é outra das melhores da mixtape. A próxima é “Ressurrection”, que é o único clipe de “Failure”: Bones canta na rua à noite, no frio, junto com amigos – um deles é Fred Durst do Limp Bizkit. “SometimesTheUglyTruthCanBeBeautiful” é outra ótima faixa, assim como “HolySmokes”.
A próxima é a atmosférica “YouAreNowBeingWatched” (“eu tinha 15 anos, e agora, veja como o tempo passa / transformou um colchão mofado num castelo para a ralé / como ele faz isso? eu chamo isso de magia do deadboy”). Em “TurningDownTheSaturatingOfTheSky” Bones sussurra sobre uma base poderosa. “ThatWillLeaveAStain” é uma daquelas músicas melancólicas que o rapper costumava fazer com frequência no início da carreira (“quando tudo tiver sido falado e feito / seremos pó logo, então quem se importa”).
“Failure” termina com mais duas das melhores faixas do disco: “EmptyTrash” (os versos finais são cantados de maneira tão hipnotizante que é melhor reproduzir em inglês mesmo, para lembrar da sonoridade: “To the wall, to the blood, drip down and fall / All my deadboys crawl, oh I’ll be there by tomorrow / You can bet on that I come out the black, I’m the great white bat / Take you home back to my cave, they haven’t seen you in days / A bad addiction for shade, always away from the rays / You got no real shit to say, cut it out give it a break / Lay it down deep in a grave to never be heard from again”).
Finalmente, “Carbohydrate” tem um tema espetacular, fechando com chave de ouro o disco que mais ouvi em 2016 – o last. fm não me deixa mentir.
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