A culpa é do Bones. A primeira música que ouvi do rapper – juntamente com o primeiro clipe – foi “Casey Jones” e a minha impressão, profunda, foi imediata. Isto já faz mais de três anos. Sua obra é tão vasta e impressionante que, à medida que eu ia escutando mais e mais Bones, passei a ouvir outras coisas na mesma linha – notadamente $uicideboy$ e Ashley All Day – e fui deixando de lado os estilos que eu mais curtia na época, o metal e o jazz.
Assim, para mim foi uma surpresa quando, recomendado pelo meu amigo Pedro Alves, recentemente fui dar uma conferida no clipe da música “Ontzieling”, da banda belga de black metal Wiegedood – e fiquei embasbacado. Sim, o vídeo, escuro, no qual um sujeito encapuzado e solitário monta um estranho símbolo de madeira (o mesmo que acompanha este texto), lembra os melhores de Bones. Mas o melhor da coisa era mesmo a música: um black metal violento, agressivo, com uma bela melodia ao fundo e um vocal profundo, berrado e assustador – melhor, basicamente, que todo o black metal que eu já tinha ouvido antes, e olha que já ouvi muito black metal nesta vida.
O cantor e líder do Wiegedood, Levy Seynaeve, também é baixista do Amenra, banda de doom/sludge metal/hardcore (segundo o Encyclopaedia Metallum) que atualmente está abrindo os shows do Neurosis numa excursão pelos Estados Unidos. Mais do que isto, ele é um excelente fotógrafo, como se pode perceber nas lindas fotos (sempre em preto-e-branco) que posta no Instagram – boa parte delas de igrejas, numa escolha no mínimo curiosa para um cantor de black metal. Falando nisso, no YouTube tem o vídeo de um show espetacular do Wiegedood numa capela na cidade belga de Kortrijk, em que a banda toca a íntegra de seu primeiro disco, “De Doden Hebben Het Goed” (“Ontzieling” é do segundo álbum, “De Doden Hebben Het Goed II”). Não há como eu elogiar demais este vídeo, a banda, o clipe de “Ontzieling” e, porque não dizer, as fotos de Levy Seynaeve no Instagram!
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