Existem poucos discos mais cultuados que “Pet Sounds”, dos Beach Boys. É muito raro um indie (seja lá o que isto signifique) que não coloque o álbum entre os cinco melhores de sua vida. A idolatria em torno do disco lembra um pouco a idolatria – da qual participo – em cima do sueco Ingmar Bergman entre os amantes de cinema de arte.
Eu já tinha ouvido falar do álbum, mas só tomei contato com o tamanho da idolatria em torno de “Pet Sounds” no começo dos anos 2000, quando conheci, pela internet, várias pessoas que também gostavam do tipo de rock que a extinta revista Bizz promovia aí pelos anos 80/90. Nesta época o meu gosto musical estava mudando do rock indie para o metal extremo, após um profundo processo de autoconhecimento (haha) que já descrevi no meu site. Bem, o fato é que a idolatria alheia não me convenceu muito, e não escutei “Pet Sounds” – ou escutei um pouco, nem lembro.
Bem, alguns dias atrás roubei um questionário do querido Fábio Bianchini e respondi às perguntas correspondentes na minha linha do tempo no Facebook: meio para incomodar o Fábio, a primeira pergunta e a resposta correspondente do questionário seguem abaixo:
- Nunca ouvi: “Pet Sounds”, do Beach Boys
Foi o que bastou para meu amigão Marcelo Bessa começar a me pressionar: EU TINHA QUE OUVIR PET SOUNDS DE QUALQUER MANEIRA (o caps lock e a frase são meus, que sou exagerado, e não dele, que é um gentleman). Respondi que estava com medo de não gostar, que era muita responsabilidade. E assim fui enrolando. Até que prometi que iria ouvir o disco nos feriados de Páscoa.
E ouvi, sábado passado à noite (Sábado de Aleluia). Mas não inteiro: achei tão ruim que parei no meio. Meu pior medo tinha se realizado. O que eu iria falar para o Marcelo Bessa? Preferi tentar de novo outra hora.
Hoje de manhã ouvi uma vez, e não achei tão ruim. Bem, tentei ouvir de novo, para ver o que rolava. Melhorou um pouco. E outra vez, para ter certeza. E a coisa foi melhorando. E a quarta. E a quinta. E a sexta. Acho que ouvi umas quinze vezes hoje. Estou escutando de novo.
Não vou falar da beleza dos arranjos, da sensibilidade das melodias, da delicadeza das letras, porque tem gente bem melhor que eu para descrevê-las.
Só vou agradecer ao Marcelo Bessa por ter insistido com este metaleiro empedernido para que ouvisse esta obra-prima que é “Pet Sounds”, dos Beach Boys.
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